d °_° b Perfect day, Lou Reed
Quero me perder no teu olhar, me encontrar na tua boca, me abandonar no teu colo e morrer no teu abraço...
Jú Mancin
d °_° b Portela na Avenida, Clara Nunes
d °_° b Beija-me, amor - Mutantes
Eu quero uma casa no campo.
Uma rede na varanda.
Você na rede.
Eu em você.
Você em mim.
Enfim...
d °_° b Um violeiro toca, Almir Sater
“Eu vou virar a própria mesa,
Quero uivar numa nova alcatéia,
Vou meter um "marlon brando" nas idéias,
E sair por aí,
Prá ser jesus numa moto,
Che guevara dos acostamentos,
Bob dylan numa antiga foto,
Cassius clay antes dos tratamentos,
John lennon de outras estradas,
Easy rider, dúvida e eclipse,
São tomé das letras apagadas,
E arcanjo gabriel sem apocalipse.”
Não é ataque de hippismo sem fundamento. É ansiedade.
Preciso vortá pra casa. Oiá pro meu pedaço da serra. Pisá na terra vermeia. Coiê manga no pé. Respirá cheiro de chuva. Ouví moda de viola e lembrá quem eu sou e quem eu não quero ser. Preciso pegá a estrada.
Tô cansada de flores artificiais.
Ainda bem que sexta-feira tá chegando!
d°_°b BatMacumba, Os Mutantes
Aiai, odeio essas crises de mulherzinha que, às vezes, me arrebata...
Waaaaaaaaaaaaaaaaaaaaake Up, Neverland! Waaaaaaaaaaaaaaaaaaake Up!!!
Vamo Peter, ouça, Hook está nos desafiando. tic-tac-tic-tac-tic-tac. Os lost boys estão em apuros.
Cale esse Raul, que só reclama!
Aumenta o som!
Dance comigo, Peter!
Os lost boys podem esperar...
Ouvindo The Bends (o albúm), Radiohead
Se um dia eu cometer suicidio, caros (e raros) leitores, a culpa deverá ser atribuída ao Thom Yorke.
Avisem ao Rudney e à Karú que eu mandei dizer que eles podem processar esse homem, e tentar, quem sabe, ganhar uma graninha fácil.
... if I could be who you wanted all the time...
...you´re so fuckin´special...
...you´re living in a fantasy world... this beautiful world...
Ouvindo: Riot Van, Arctic Monkeys
"Caro,
Tive um sonho estranho esta noite. Sonhei com pessoas que não fazem parte da minha vida, que eu conheço de vista, encontrei uma ou outra vez em algum lugar sujo e bêbado. Um deles eu desejei por um tempo razoável da minha vida, mas logo vi que ele era certinho demais, fotogênico demais. A perfeição gelada.
Respondendo a sua pergunta, acho importante poder escolher. Principalmente se aquela pessoa vai se tornar sua âncora ou sua bóia. Mesmo que você queira se apoiar numa âncora e ir para o raso, garanto que consegue. Às vezes a salvação é essa. Uma vez, numa conversa dolorida e absurda, ouvi que eu era uma rua sem saída. À primeira audição, parecia ser algo sem cabimento, quase uma ofensa, uma âncora pesada e feia. Hoje, eu vejo essa conversa como a minha melhor bóia, minha salvação. Não por acreditar nela, mas por entender profundamente o que eu significava para uma pessoa que, para mim, significava tudo. E o meu tudo era tão vazio.
Percebe que o clichê é o mesmo. A gente só entende as coisas depois que elas finalmente acabam. Eu sei que você é inteligente e esperto o bastante para entender que o fim é maravilhoso por trazer as melhores coisas que sobraram.
Meu melhor conselho nessa segunda-feira gelada de primavera é: permita o descontrole e deixe a corrente comandar um pouco o seu grande mar. A única coisa que você precisa fazer é escolher se aquele ponto distante ali vai ser sua bóia ou sua âncora quando você se cansar de nadar. Aliás, quando é mesmo que você volta? Se eu fosse você continuava morando aí, eu com certeza iria te visitar no próximo verão. Dizem que Barcelona é fantástica. Afinal de contas, para quê voltar? Você não tem mais pessoas ou assuntos que possam se tornar definitivos aqui deste lado.
Uma boa semana!
Ah, não esqueça que ainda me deve aquele beijo inacabado.
Com amor,
Lu."
Ouvindo O que será (à flor da pele), Chico Buarque.
Eu quero paixão. Quero ficar à flor da pele.
Quero dúvidas. Certeza é entediante.
Quero mentiras...que me convençam que você vale a pena.
C O R O E - ME R A I N H A! Ainda que por uma noite.
Depois, fuja covarde, e me mostre imaturidade. Sim! Eu quero molecagens.
Desapareça!
Eu amo odiar você.
Despedace-me.
Devolva-me pro colo da boemia. Quem sabe eu te encontro nos braços dela...
Quero seu cinismo, seu desprezo, sua falsa verdade. Anseio por seu mau-humor.
E volte depois, trazendo esse seu ar de cachorro-vagabundo-que-anda-sozinho-no-mundo-sem-coleira-e-sem-patrão. Minta de novo. Invente segredos. Me confunda!
Me queira outra vez...
Até que um dia, eu suma no mundo sem te avisar, e você vire um louco a perguntar, o que é que a vida vai fazer de ti...
Ouvindo Happiness is a warm gun, Beatles
Eu poderia escrever sobre mil coisas que turbilham meus pensamentos agora - a noite tá agradável, nem quente, nem fria; tá tudo calmo e quieto aqui; o MSN tá silencioso hoje, NO friends; tô sozinha - mas qualquer coisa que eu dissesse, não seria exatamente "aquilo" que eu tenho a dizer, até porque, eu nem sei o que tenho a dizer. Sei pra quem, mas ainda deixo por conta das reticências, elas são mais óbvias do que eu.
Pra esse caso, não me restou outra saída.
Apelei pro Schulz e pro cachorro mais lindo do mundo.
Ouvindo Dyslexic Heart, Paul Westerberg (soundtrack Singles)
Carai, a pasmaceira continua.
Parei com as bolinhas, aliás, já paguei mó mico por causa dessas bolinhas, no hospital, em casa, entre os amigos, já ouvi o que queria e o que não queria (nem merecia) por causa dessas porras. PAREI!
Eis que hoje, a mesma merda de novo. AVASEFUDÊ!
Tô cansada de mim e desse coração mei chatim, que vive procurando sarna pra se coçar. Basta eu estar quieta, no meu canto e pronto. Lá vem o coração disléxico me causar problemas. É um tal de entra e sai de pessoas, que já não sei mais onde é dentro e onde é fora.
Ó, vocês, por favor se comportem aí! Tô avisando que não vou aturar mais essas arruaças aí dentro. Tão pensando o que? Não é a casa da mãe Joana, não. Que é? Tão parecendo presidiário reinvindicando mais espaço! NÃO DÁ, PESSOAL! O espaço é esse aí, vocês entraram porque quiseram (tá! a porta tava aberta), mas agora comportem-se, porque sair daí também não é fácil!
Acendam um béqui, sentem a bunda aí nos pufs, e cantem felizes "Don´t worry, be happy!" e me deixem em paz por alguns dias.
SACO!
Ouvindo: Dodo, Dave Matthews Band
Eu acho você perfeito. Acho mesmo.
Você gosta de trabalhar muito, igual eu. Gosta de cinema, mas não de qualquer um. Para você cinema é conteúdo e se for para ver qualquer coisa, é melhor alugar o tal filminho besta, com os pés no sofá e um colinho para dormir sem fazer feio.
A gente anda de mão dada e todo mundo acha que somos perfeitos um para o outro. Seu cabelo cai bonito na testa e seu sorriso é largo e fica meio torto quando fica sem graça. É um charme!
Eu com você fico mais feminina, deixo de ser moleca para ser mulher. É, você sabe me fazer gritar como mulher, não como menina.
Gosta de livros, mas prefere os russos. Mas não tem problema, porque eu te convenço a ler um pouco do lirismo latino e eu finjo que li Tolstoi. Você finge que acredita, apesar de ter lido Cortázar por mim.
A gente sai para jantar e você vai ao restaurante certo, pede o vinho que combina comigo e com o prato que eu pedi e ainda segura a minha mão enquanto olha eu comer errado, com o garfo na mão errada e a faca que parece não ter corte.
Você deixa eu escolher o CD no quarto porque sabe que assim eu vou me sentir melhor. Você escolhe quais velas vai acender e quais palavras vai dizer. Não muitas, porque eu prefiro o silêncio.
Você não reclama da minha barriga porque acha bonito o meu ombro, junto com o colo e tudo o mais. Você elogia meu cabelo e o jeito que eu olho para você quando estou por cima, ou por baixo.
A gente dorme bonito, sem babar, no peito do outro. Você cuida dos meus sonhos e participa deles, enquanto eu me aninho no seu peito largo, grande e protetor.
Você gosta de ouvir eu falar sobre as bandas barulhentas que eu gosto, enquanto tenta me convencer que Piazzola é um gênio e, apesar de eu concordar com você, continuo querendo dançar igual a Shakira e que Pearl Jam é a melhor banda do universo.
Você não manda flores, escolhe qualquer flor que esteja perdida para que ela se encontre nas minhas mãos. Eu fico sorrindo igual idiota e você só acena a cabeça.
Puta que pariu, como você é mala!
Lu Minami
Ouvindo: Are you in, Incubus
Ela estava inquieta naquele dia. Ficou um bom tempo pensando se realmente iria sair à noite, ver aquele mundo de gente embriagada, ver todos os pecados dançando juntos. Pensou se ir para casa e terminar de ler aquela revista não seria melhor. Pensou que estava feia e fora do peso. Pensou e calou. Vestiu e comprou uma cerveja. Interrompeu o tratamento médico tomando um porre daqueles bem alegres.
E foi. Numa noite de primavera linda, seca e cheia de calor. Bebeu, riu, calou, dançou, pensou, não pensou mais, dançou, conversou e cumprimentou, amarrou o cabelo e depois soltou. Entre beijos e abraços, "prazer, meu nome é", olá como vai, ela ficou perdida e braços enchiam seu copo do líquido gelado e que descia macio. Como é que ta lá, ta bem sim e você? Ótimo, vai tudo muito bem, que calor. É, que calor, onde você mora. Que fila, mais cerveja? Sim, mais cerveja.
Brincadeira, vamos dar uma volta, quem sabe, talvez pagar a conta. Vamos, sim. Eu duvido, como assim duvida, sei lá eu duvido. É pena, não duvide, então vai. Ok, eu vou. Foram. Daí ficaram sem graça, mas como a risada vale mais que tudo e o tesouro era grande demais, continuaram a rir e pagaram a conta.
Tchau. Tchau. Não some. Não sumo não.
É engraçado contar com as pessoas.
Por mais que você as ame e elas também te amem, um dia vocês vão se decepcionar um com o outro e você vai se sentir mal por pensar assim. Ah vai... mas eu te garanto que também vai sentir vontade de esbofetear a cara daquele que a magoou com palavras duras e olhares tiranos. Vai querer jogar um monte de coisa na cara e vai ofender, xingar. Quantos amigos você já perdeu quando era criança por causa disso? Quantos colegas descartáveis você manteve por não fazê-lo por pura preguiça? Quantas amizades alheias você viu se despedaçarem por causa dessas atitudes? Quantos amores, quantas paixões... Quanta raiva não se converteu depois em afeto?
É uma larga avenida de duas mãos.
Numa mão, você engole espadas e punhais que foram capazes de te machucar profundamente, mas os digere até que seu organismo os tenham absorvido. Apesar da cicatriz, você ignora e vangloria-se da coragem, pois esses golpes te deixam mais forte e potencializam o amor que você sente, fortificam o elo que existe entre as pessoas.
E na outra mão, você tem a oportunidade de ser você custe o que custar, não interessa quem possa se doer ou não. Se a pessoa desferida por seus golpes sobreviver, é porque ela merece conviver contigo. Todo mundo merece ouvir a verdade. Egoísta para caralho, mas me diga a máxima clichê... quem não o é?
E aí, meu irmão... me responda.
É melhor ser verdadeiro ou corajoso?
Qual dos dois te deixa mais forte?
Qual é a medida da balança?
Quem vai ficar do seu lado?
Quem vai ficar com preguiça de você?
Você prefere andar numa direção só ou prefere transitar no canteiro cheio de flores, podendo ir e voltar quando quiser?
Prefere a passarela ou a contramão?
Vale a pena descobrir?
Vale?
É a famosa faca de dois gumes.
Ou seja... vai doer sempre. De um jeito ou de outro.
Ouvindo: Valsinha, Chico Buarque
Era verão e o calor abafado da cidade entrava pela janela de seu quarto. Atravessava as cortinas leves de musselina branca e invadia, num doce hálito, sua cama, por debaixo dos seus lençóis imaculados.
Cansada, levantou-se e pôs um vestido branco rodado, de rendas bordadas pela sua mãe que há muito partira, sem deixar rastro. Colocou as sandálias de corda e saiu pela cidade adormecida. O dia mal havia clareado e ainda havia orvalho nas mudas de romã, plantadas pela vizinha do lado.
Caminhou por entre pedras e galhos, trazidos pela chuva da noite anterior; por entre confetes e serpentinas rasgados pelo vento desolador e pelas pisadas da última romaria. De tão leve que seus pés chegavam ao chão, parecia estar dançando pela cidade deserta.
Quando chegou na praça da cidade, havia um seresteiro que cantava uma melodia triste e desafinada, solitário, com sua fantasia colorida já desbotada pelo maltrato do tempo. De longe, avistou um rapaz que também vestia branco e que andava sem rumo pela sombra das grandes mangueiras para fugir do calor que castigava aquela terra.
Os seus olhares se cruzaram. Primeiro, de maneira casual, quase sorrateira, por medo de rejeição ou de conhecimento antigo. Depois, de maneira tímida, como quem encontra o consolo há muito procurado. E assim caminharam, um em direção aos braços do outro, mesmo sem saber, sem querer. Quando chegaram mais perto, pararam um defronte ao outro. Ele conseguiu sentir o aroma dos cabelos negros daquela moça que tinha olhos amendoados e pele brilhante. Ela conseguiu sentir o calor do abraço daquele rapaz que tinha sorriso largo, cheio de dentes brancos e reluzentes.
O seresteiro os observou e tocou aquela canção, em que todos choram e gritam de tanto amor, mesmo sabendo que seu coração talvez não agüentasse ouvir aquela canção novamente.
Ele a enlaçou devagar, com cuidado e a tirou para dançar. Rodaram e acertaram os passos de uma dança suave e cálida, tão singela que todos saíram à janela para admirar. Dançaram com os olhos, as bocas e braços, enquanto o seresteiro cantava sua última canção.
De repente, do céu começaram a cair pétalas vermelhas. Devagar, uma a uma, preencheram o chão da praça daquela cidade que agora despertava. Enquanto a chuva aumentava, o casal que continuava a dançar, imaginou que uma revoada de borboletas temporãs passeavam pela cidade. O mesmo vento da noite anterior que soprou as flores vermelhas e suas pétalas desgarradas trouxe, no mesmo instante, gotas da chuva, pesadas e quentes que começaram a cair do céu.
A tempestade tingiu as roupas dela e dele e aquele rapaz possuía agora roupas vermelho sangue e sua bela acompanhante tinha seu vestido da cor do céu poente.
E assim dançaram para toda a cidade se lembrar daqueles que celebraram o amor da última canção do velho seresteiro.
Esse conto foi escrito em fevereiro de 2004, logo depois de uma 4a feira de cinzas em plena R. Augusta.
Ouvindo: The Way You Look Tonight, Tony Bennett
Hoje me deu um branco.
Apagou tudo e eu não pensei em nada.
Ando acostumada a sentir raiva e vontade de me vingar de você. Fico na expectativa de te encontrar feliz, linda e de vermelho para você olhar e eu te desdenhar com pernas de 1 metro e meio e 95 cm de busto. Sonho infinitos pensamentos em todos os minutos do meu dia como seria se você estivesse aqui do meu lado e lembro de como era chorar na sua nuca, te xingar na sua boca, me surrar nos seus braços e trepidar em suas pernas. Sinto o tremor antigo em silêncio, que aperta meu estômago e o esmaga até parecer que só tenho uma ervilha lá dentro.
Eu mudo as estações do rádio em busca daquela música ridícula e que tinha o refrão mais idiota do mundo e ela não toca. E finalmente, quando consigo alcançá-la em alguma frequência, está sempre no finzinho, naqueles acordes finais, prestes a dar lugar a uma vinheta sem graça e escandalosa de um locutor que só sabe dizer se vai chover ou não.
Isso tem preenchido minhas horas nos últimos tempos, mas hoje... Hoje me deu um branco e eu não quis mais pensar nisso tudo. Foi como arrancar todas as sinapses responsáveis por estas reações que meu corpo tem há meses e meses há fio. Hoje eu esqueci a raiva e a decepção e fiquei com... saudades.
Uma saudade louca e terna; doce e sem mal nenhum. Deu vontade de descer e encontrar você para fumar um cigarro e conversar sobre o jogo do São Paulo de hoje. Debochar um pouco dessa sua cara de são-paulino e ouvir as mesmas justificativas. 3 campeonatos mundiais, blá blá blá. Eu daria todo o meu mundo para ouvir sua risada e rir junto, sem esperar nada em troca, como a gente fazia antes.
Era bom, não era? Esse branco que deu, esse vácuo que me puxou lá prá dentro das lembranças, me arremessou para fora de mim mesma. E eu vi essa garota toda boba com um sorriso que há tempos não iluminava seu rosto.
Foi um segundo, mas valeu a pena, depois de todo esse amargor.
"...eu acertei, o pulo quando encontrei você!"
"...é tão bom assim
o que você diz
me deixa tão feliz,
junto de você não tenho mais medo
você sabe meus segredos,
Milagres acontecem..."
Jú Mancin
Ouvindo Dracula, Medski, Martin and Wood
Queria por um instante me jogar no infinito, e esquecer quem eu sou. Só pensar no que eu quero!
Simplesmente seguir adiante, como se nada tivesse acontecido. Zerar meus contadores. Queria apagar más lembranças, reviver coisas boas.
Coisas boas pra mim? Ahnnn, tchô pensá...
Pés descalços na grama molhada de Jurupema. Tardes quentes de verão no Guarujá. Festas de fim de ano na casa da Tia Olivia. Carnaval de rua em Taquaritinga. Tua mão na minha. Minha boca na tua. A primeira briga. A reconciliação (Isso merece um parêntese. Tem coisa melhor do que a reconciliação, depois de uma boa briga?!). O show do Metallica em 93 e o do Pearl Jam em 2005. O colo da minha mãe. A varanda da casinha da tia Zaia. Andar de bicicleta durante o temporal. Cheiro de chuva de verão. Aquele "eu te amo" que ecoa até hoje, e que eu ouço sempre, como se fosse a primeira vez. Enfim...
Vamo que vamo que o show não pode parar...
Ouvindo: Put your records on, Corinne Bailey-Rae
Hoje, 188 kilômetros de trânsito e um total de 3 horas dentro do carro e 31º com o sol brilhando forte.
(E "Put your records on" no repeat o tempo todo)
188 kilômetros:
- Distância da minha casa até qualquer praia de São Paulo, com direito a pouco trânsito, porque não tem metrô na praia;
- 47 idas e vindas para a casa da Ju ou 49 idas e vindas para a casa da Carol;
- Ir para Campinas e tomar um cappuccino com uma amiga querida;
- 8 idas ao seu apartamento, sem volta;
- Metade do caminho para Taquaritinga e daí pra frente não importaria mais, fica fácil continuar no caminho;
- 18 idas e voltas na Anchieta;
- 9 idas para o trabalho;
- 9 voltas do trabalho para casa;
- 10 idas à Augusta e ver um filminho ou encostar em qualquer boteco;
- 9 idas ao Parque do Ibirapuera e sentar na grama para terminar o meu Neruda;
- 5 idas à Santos para caminhar no calçadão, tomar sorvete na Brunella e olhar o mar;
- 18,8 corridas da Nike;
- Ir para Holambra comprar flores e comer biscoito de canela e depois voltar.
3 horas:
- Um filme asiático chato;
- 2 filmes europeus incríveis;
- 3 CDs bem escolhidos;
- Um show bem tocado e com vários BIS
- Um jogão do Corinthians no Paca, com direito à pênaltis e a vitória do Timão;
- Pouco tempo para ficar com você;
- O tempo para ficar sem fazer nada, olhando as crianças brincarem;
- 3 reuniões pseudo-produtivas;
- O máximo de tempo que ficamos juntos;
- Tempo para listas legais;
- Uma corrida;
- Uma boa conversa que termine bem.
31º:
- Temperatura ideal para um banho antes de dormir;
- Perfeito para suar de preguiça;
- Perfeito para sussurar de calor;
- Ideal para esconder os pés debaixo da areia pelando;
- Maravilhoso para um banho de mar e na medida certa para secar rapidamente;
- Torna um sorvete irrecusável. E uma cerveja também;
- Temperatura responsável por aquela gotinha solitária que desce dos seus cabelos e que eu adoro;
- Jogar água da mangueira nos moleques que descem a minha rua correndo de bike;
- Faz uma ventania ser bem-vinda, como sempre... mas como nunca.
Hoje:
- Ir à praia;
- Ficar com meus irmãos, pai e mãe, e rir até a barriga doer;
- Passear com uns amigos e admirar esse inverno de veraneio;
- Andar de skate (se eu soubesse);
- Dar um 360 na sua cabeça, para ver se você consegue entender tudo, de uma vez por todas;
- Limpar o quarto e organizar aquelas gavetas zoneadas;
- Arrumar meu mural;
- Cozinhar um prato gostoso e servir para aqueles que eu amo;
- Passear com a minha cachorra;
- Surfar (se eu soubesse);
- Muita coisa.
Querido e respeitável Aurélio, quem sabe? Acho que descobri outro significado para a palavra *desperdício* para inserir no seu dicionário.