terça-feira, 26 de outubro de 2010

.adeus.

jú mancin

d°_°b leave, R.E.M.

uma lágrima mancha a tinta azul que marca o papel. uma única e silenciosa lágrima, quase secreta, que escorre devagar, entre os poros e desaba em queda livre.

saudades do que quase não aconteceu. uma a uma, letrinhas enfileiradas desenham uma história do acaso. mais uma das tantas que o destino insiste em me presentear. uma boa história, contada em segredo,e guardada num baú de relíquias, junto das memórias de uma vida que não tive.

um cigarro a mais queimando no cinzeiro, enquanto no copo suado, o doce veneno me espera, para verter amargura em poesia. nem sempre funciona.

lá fora, a noite alta corre para os braços da alvorada. é a vida caminhando à passos largos. da janela vejo os pingos da chuva, escorrendo na vidraça. o céu chora minha saudade dessa vida que não vivi.

sinto que devo seguir. sem olhar para trás. esquecer. calar de vez essa voz, que não é minha, que dita as regras ao meu coração emburrecido pelo culto aos romances de bancas de jornais.

quero partir. [quem partiu meu coração] e entristeço quando reconheço; fui eu mesma quem deixou.

quero partir para longe de mim, num trem com grandes janelas, que me permitam ver a paisagem deixada para trás. a paisagem & seus olhos, num adeus silencioso, como a nossa história, que em segredo, nunca aconteceu.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

.perdi.

ju mancin

d °_° b dear prudence, the beatles

sinto algo triste rondando minha alegria, algo maior do que o meu sangue frio suporta e sinto medo da tormenta que se aproxima.

impotência. como se minhas mãos estivessem atadas.

fui além de onde deveria, ultrapassei a barreira do bom senso, dos bons modos. quebrei a regra da minha boa conduta e deixei fluir segredos em veias mansas. despertei de um sonho ruim e calmamente me libertei das sombras de um fantasma.

rodou.mundo.rodou.gigante. e eu, permaneci parada, em completo deleite, observando a dança sexy da tempestade que se aproximou. abri a janela para encarar o caos. gostei dos olhos. gastei meu tempo. perdi as forças…

hoje, me encontro na velha varanda silenciosa, sentada na velha escada de madeira, tendo um cigarro como companhia, ouvindo o chiado da vitrola velha, que grita com certa angústia a dor de um velho poeta, que trocou o amor por um par de chinelos velhos. perdi!

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