quarta-feira, 27 de julho de 2005

Um berro!

Lu Minami


E esse blog está rendendo mais do que eu e a Ju esperávamos. Agora a gente tem a participação de mais um colaborador com algo a dizer. O codinome é um show à parte. Síndrome é o novo nickname desta participação ilustre que, na minha opinião, tem idéias claras sobre o mundo, embora às vezes seja um pouco radical em suas teorias. Tudo bem, acho que se estivermos acompanhadas de um cigarro e de um café, vai dar para acompanhar. Só toma cuidado para não engasgar.

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Ouvindo: She, Green Day

Estava vindo trabalhar, super atrasada, porque fiquei com preguiça de levantar na hora por causa do frio. Peguei um trânsito fenomenal na marginal pinheiros e fiquei pensando nas reuniões que eu teria hoje e nos projetos que eu teria que terminar para apresentar para o meu chefe. Cronograma, metas, planejamento estratégico, patrocínios, enfim... estava pensando em ligar para cancelar algumas reuniões e imaginando como eu ia fazer para chegar até Campinas para outra reunião importante no meio da tarde.

Hoje meus neurônios estavam acelerados e eu pensava no que fazer à noite. Queria ir ao cinema sozinha, tomar um bom café e ler jornal. Se não fosse isso, jantar com alguns amigos e falar de trabalho.

No rádio, rolava a propaganda de algum banco e seus planos de crédito para quem não tem crédito. Em seguida, uma música bem antiga. Daquela época em que eu era rebelde, dava trabalho para meus pais e era o mau exemplo para a família. Uma música que eu cantei alto e que virou o hino de um tempo que não volta mais. Uma banda que hoje continua a fazer sucesso, mas na minha época o vocalista era mais louco, tinha cabelo verde e hoje, vive deprimido e usa delineador nos olhos para ainda parecer louco. Dentro do meu tailleur marrom - que eu peguei emprestado da minha mãe - eu cantei, me descabelei e gritei dentro daquele carro que eu queria que explodisse e me transportasse de volta para os pátios de colégio, para as fitas cassetes que a gente gravava aos montes e escutava o walkman na aula de matemática da professora mais chata da escola, ou na perua de volta para casa e para a frente da MTV, quando ela tinha aqueles BG´s toscos e coloridos, mas a programação era genial e a Astrid Fontanelle entendia de música.

Em três minutos de música, eu me vi de camisão xadrez amarrado na cintura, as brigas homéricas com a minha mãe por causa do som alto ou porque eu, com 14 anos, queria ficar até tarde na casa de um amigo, ouvindo aquele monte de música legal que só ele tinha e minha mãe, tadinha, vendo maldade na situação. Eu sinto saudades terríveis (terríveis porque me consomem) da época mais inocente da minha vida, onde os problemas eram outros; os amores eram possíveis, apesar de platônicos; era fácil ter ideais e idéias; eu sabia de cor toda a discografia e letras das músicas das minhas bandas preferidas; a vida adulta para nós era chata e distante, e eu não pensava estrategicamente. Pensava com o coração, agia com o coração e não dava sorrisinhos compreensivos e "ahans" acompanhados de piscadinhas para quem merecesse um "Vá à merda" bem uníssono e bem gritado.

Apesar de eu mandar muita gente à merda hoje em dia, fiquei um pouco frustrada de constatar que algumas vezes tenho gritado em silêncio para quem merece todos os alto-falantes de um bom show de rock na orelha, dizendo bem alto "Vá à merda" na voz do Billie Joe, Mike Patton, Kurt Cobain, Eddie Vedder, Layne Staley, Chris Cornell, Scott Weiland e Mark Arm, por exemplo.

Acho que as pessoas seriam mais desencanadas e menos medíocres com um berro nesses na cabeça, né?
Eu aumentei o volume no máximo, gritei como uma adolescente inconsequente e mandei todo mundo para aquele lugar.

sexta-feira, 22 de julho de 2005

Síndrome

Jú Mancin

Ouvindo BOOM! System Of A Down.

Estamos evoluíndo.

Agora além de cafeína e nicotiona, temos a Síndrome. Que já chegou mostrando a que veio. Dando dicas interessantes sobre o que fazer com a escória do país. É isso aí, vamos escurraçá-los daqui. Só o povo é capaz disso. Esse poder está em nossas mãos. Pena que a maioria se contante em assistir ao noticiário da TV, ouvir a narração de toda essa bandalheira, fazer comentários vazios nas padarias e filas do banco. Até quando vamos ficar parados, vendo os nossos cofres se esvaziando, nosso dinheiro suado indo pra lama? Lama não, porque esses malditos não pisam na lama, o negócio deles é grama sintética mesmo. Dos campos de Golf.

A solução? Impedi-los de atuar como cidadãos. Não deixar que entrem em aviões, aeroportos. Barrá-los nos shoppings, supermercados, drogarias. O dinheiro é nosso e nós decidimos o que deve ser feito com ele. O direito de ir e vir só é válido para cidadãos de bem, que seguem a Constituição. Eles roubam. Deveriam estar na cadeia. Já que a Justiça não se encarrega disso, alguém, tem que fazer o trabalho sujo. Sujo não, na verdade limpo.

Mas enfim, esse post é para dar as boas vindas à nossa Síndrome, sem papas na língua, ou nos dedos, como prefirirem.

Câncer Social

Síndrome
"O Rio é uma maravilha, mas São Paulo... São Paulo é uma cidade."
Frase famosa no mundo da moda, atribuída a Marlene Dietrich, hoje serve como início de frase, pois deve ser completada com São Paulo é uma cidade de vermes malditos e capitalistas escrotos. Este público é chamado de classe AAA pela mídia em São Paulo, é ridículo e estúpido, desde muito pequeno ouço e leio sobre classes sociais, diferenças, distância, motivos... Blá blá blá. A questão é que sempre existiram as classes A, B, C, D, E e F, desde os primórdios da civilização, mas agora tem essa palhaçada de classe AAA, e vocês sabem por que? A primeira resposta seria: são indivíduos (se é que podem ser chamados assim, prefiro pragas) que ganham ou possuem muito dinheiro e poder e gastam quantias absurdas em merda, digo merda, pois é o que são, marcas tem o seu valor é claro, mas tudo tem um limite, os caras pagam 8.000,00 reais em uma gravata, 60, 70, 80 mil reais em um vestido que será usado apenas uma vez, 50, 100 mil reais em um relógio que será esquecido na gaveta em uma semana, pois os vermes enjoam fácil das coisas. Começo o texto com esse desprezo, pois desprezo pessoas com esse estilo de vida, pior que isso, eu os odeio, acho que todos eles devem assistir um filme alemão, pouco divulgado pela mídia, chamado The EduKators - Os eduKadores.

O meu ódio aumentou ainda mais, ao saber que aquele grande circo, ou melhor, chiqueiro da Daslu, estava completamente lotado, um dia depois de todos os canais da mídia divulgar mais uma sacanagem que esse povinho da classe AAA fez, sabotando os cofres públicos, senão como poderiam ser tão ricos? Já nós empregados e assalariados não podemos de forma alguma deixar pagar nossos impostos, além, é claro, que receber pelo nosso trabalho um salário que mais parece uma gorjeta. Bem, poderia ficar uma semana escrevendo sobre essa gente nojenta que acaba com o país, mas não, não vou perder mais tempo... Vou dizer o que todos nós cidadãos de bem, devemos fazer com esses exploradores que dizem gerar empregos, esses FDP e sacanas! Verdadeiros bandidos e assassinos, pois sua luxúria mata milhões de fome, não só no Brasil, mas no mundo. Esses vermes agem no mundo inteiro como fungos, ou melhor, "câncer da economia mundial", pois não existe fome e miséria no mundo, que satisfaça a ganância desses escrotos.

Só existe uma saída, devemos exterminar essa escória do planeta, tomar suas casas, seus bens, seus cargos no governo, suas indústrias, seus HIPERULTRAMERCADOS, que todos tanto adoram e acabam com o sustento de milhares, que tinham suas vendinhas, quitandinhas, lojinhas em época remota da nossa infância, devem ser proibidos de pedir asilo em outros países e viver na mais absoluta miséria, com toda sua família em um novo tipo de favela, só para ex-classe AAA, e mais, devemos destruir qualquer sistema econômico, bancos de qualquer espécie, públicos, privados, empresas de financiamento e crédito (TIPO CARTÃO DE CREDITO), absolutamente tudo! O que vocês estão pensando agora? Já sei, esse cara assiste muito filme, deve ser viciado em Clube da Luta e a resposta é SIM, sou mesmo e acho que aquele filme foi mal interpretado e existem mensagens contendo toda a verdade sobre o nosso mundo, que se as pessoas abrissem os olhos de verdade, destruindo o que foi programado pela mídia desde que nasceram (MATRIX) entenderiam o que escrevo e saberiam como é real a possibilidade de fazer coisas que podem realmente destruir esses ciclo vicioso que há centenas de anos existe em nosso mundo (MATRIX).

terça-feira, 19 de julho de 2005

Nicotina

Lu Minami

Boa, Ju!
Mário Prata para acabar com o clima melancólico e tenso que este blog vem incentivando é um ótimo remédio. Tenho recebido comentários do tipo: "Menina, o que anda acontecendo com você? Seu Frontal acabou? Cadê a sua receita de prozac? Na verdade, você precisa de...". Ok, certo, entendido, câmbio.

Para desanuviar este espaço cibernético dessas nuvens negras, vou comentar sobre o assunto sugerido. Eu adoro fumar um cigarro (eu sei que é a desculpa de todo fumante, mas é verdade). Gosto do desenho cinza e aleatório que a fumaça faz quando sai da minha boca ou da fumaça retilínea para baixo quando sai das minhas narinas.

Gosto do aspecto "pseudo-intelectual" que ele me dá algumas vezes e do aspecto "vagabunda" que ele me dá outras vezes. Gosto de fumar depois de um café, de um cigarro, da comida e inclusive depois de ser comida, da cerveja, do cinema. Gosto do cigarro numa roda de amigos, jogando conversa fora num bar ou como sendo minha única companhia, na janela do meu quarto. Tinha uma amiga minha que balançava o cigarro no ar prum lado e pro outro e dizia, solenemente: "É o único jeito de se ver o passado".
Explico. A brasa forma um desenho enquanto o cigarro é balançado; então, com algum esforço, dava para ver o primeiro movimento e o último ao mesmo tempo. Passado e presente. Tá bom, um dia eu mostro para vocês.

Estava conversando com outra amiga sobre a ascensão e queda do cigarro. Décadas atrás, era o máximo fumar um cigarro. Não havia um roqueiro que não fumasse seu Lucky Strike ou Marlboro enquanto dedilhava sua guitarra e apertava os olhos, se concentrando naquelas
notas e melodias que até hoje fazem a nossa cabeça. As mulheres eram lindas, elegantes e independentes se fumassem em cigarrilhas, tubinhos pretos justos e usassem batom vermelho na boca em forma de coração. Fumar era sofisticado, coisa de gente descolada e era, ao
mesmo tempo, um símbolo da rebeldia deliciosa daquela época, em alguns casos.

Hoje, somos proibidos, rotulados de porcos e fedidos e parece que o mundo todo resolveu concentrar suas verbas de pesquisa em cima do tabaco para apontar quais eram as possíveis doenças que um fumante pode adquirir.
O Ministério da Saúde adverte: Cigarro causa câncer (todos os tipos), enfisema, insuficiência cardíaca e respiratória, mau-hálito, laringite, dentes amarelos, pesticidas, abortos, mau exemplo para crianças e adolescentes, gestação problemática, tira o apetite, blá blá blá.

Somos responsáveis pelo mal na humanidade, devíamos ser presos, julgados e condenados culpados. Pena? O exílio de todos os ambientes públicos. Agora eu só posso fumar escondida, na saída da carga e descarga do local do meu trabalho, ou com metade do corpo para fora da janela, correndo o risco de cair e ainda ser acusada de suicida retardada. Deviam é investir nas pesquisas para a busca da cura de todas essas doenças. Até porque, quem fuma pode realmente ter mais chance de desenvolver doenças e males como as que eu citei, mas o resto do mundo "não-fumante" também pode, seja por causa da pré-disposição genética, maus-hábitos alimentares, estresse, pressão do dia-a-dia, etc.

Como disse alguém muito sábio: Para morrer, basta estar vivo.
Depois de uma frase profética e tensa como essa, vou acender um cigarrinho lá na carga e descarga para dar uma relaxada.

Saudades do Prata...


Jú Mancin


Ouvindo Sugar, System of a Down.

Tava aqui à deriva nessa NET vazia, e me lembrei do meu vício maior, crônicas do Sr. Mário Prata, uma mania mesmo. Leio e releio várias vezes as mesmas crônicas, os livros. E me divirto sempre. Não me canso do Prata.

E como sei que minha parceira de blog também é apreciadora desse cronista engraçado, pensei em publicar aqui, uma de suas últimas crônicas, antes de sua saída para "a Poderosa" Rede Globo. É um tributo a nós, mulheres fumantes.

"Antes de mais nada, vamos deixar uma coisa bem clara. Não estou aqui a defender o cigarro (de tabaco). Sei de tudo, não precisa mandar cartinha para a redação reclamando. Bem para a saúde não deve fazer. Mais ou menos como respirar o ar de uma cidade como São Paulo durante anos e anos. Como é que os pais têm coragem, hoje em dia, de colocar uma criança para respirar aquilo?

O que eu quero defender são as pessoas que fumam.

Nesta campanha contra o tabagismo (liderada pelo país do Bush e só seguida pelo Brasil, em todo o mundo), o fumante virou bandido e ignorante. E o cerco está se fechando cada vez mais sobre nós. Somos caçados como traficantes dos morros. Estamos proibidos de freqüentar os melhores lugares.

Não podemos mais entrar em lugar nenhum (nos Estados Unidos e aqui). Nem em bar de aeroporto podemos mais fumar. Já tem prédio inteiros onde não se pode fumar.

Mas se a gente fuma é porque vendem. Se vendem é porque fabricam. Dinheiro! E eu, que entro com dois reais por dia nesta grande negociata, é que tenho que pagar o pato?

Dizem que somos minoria, minha amiga. Só que todas as minorias têm seus defensores, seus líderes, suas ONGS. Nós não temos. Nós somos burros e pronto. Ninguém vai te defender, menina.

Quando eu acendo um cigarro em algum lugar fora da minha casa, me olham. Me secam! Me olham com uma mistura de ódio e pena. E devem pensar: vai morrer, o babaca.

Mas é para as mulheres que eles olham com mais desdém. Como se estivéssemos no começo do século 20, devem achar que elas não prestam, que não merecem o nosso respeito e, em alguns casos, nem a nossa (deles) amizade.

Por que é que você quem não fuma ou deixou de fumar (e sofre desesperadamente até hoje, esperando morrer mesmo com uma bala perdida), por que você nos trata assim? É da sua conta, como diria meu pai?

Você não fuma, mas bebe. Você não fuma, mas sonega imposto. Você não fuma, mas trai a sua mulher. Você, não fumante, pode tudo. E nós não queremos nada. Queremos só fumar.

Fico vendo filmes americanos antigos. Todos fumam. Todos. Outro dia revi o famoso concerto com o Sinatra e o Tom Jobim. Os dois cantando Garota de Ipanema e fumando ao mesmo tempo. Fumar nem desafina, seu desafinado!

Pior que você, que nunca fumou, são aqueles que pararam. Deviam andar com uma advertência escrita na testa: não fumar pode dar câncer no saco! Tanta gente passando fome no Brasil, tanta gente sem teto, sem terra, tanta gente sem saber escrever e vocês preocupados com os que fumam? Sim, o governo e toda a sociedade estão contra nós. Nos tornamos inimigo público número um. Porra, não é mais fácil parar de fabricar e de vender?

Porque se mata mesmo, se dá câncer mesmo, o governo que deixa a mercadoria solta por aí é responsável por todas as mortes de fumantes. Ou estou louco, viajando?

Você estava lendo a revista calmamente e, de repente, caiu aqui neste desabafo entre uma tragada e outra. Te peço desculpas, minha leitora (fumante ou não). Eu só queria dizer que fumante também cria seus filhos, pagas suas contas, ama, se diverte. E morre da mesma maneira que você, que não fuma.

Só nos deixe viver em paz! O título é em defesa da mulher que fuma, pois acho que ela fica ainda mais encabulada. Tem homens, conheço alguns, que já andam virando mesa de restaurante e dando porrada em pentelho ex-fumante.

Brincando ou não, tenho medo que isto ainda vire uma guerra civil.

Tudo bem, vamos todos parar de fumar, mas vocês aí, vêem se maneram na repressão. A gente é do bem.
"

Em Defesa da mulher fumante, por Mario Prata. Revista Época, 05/06/2004.

sexta-feira, 15 de julho de 2005

Minhas reticências...


Lu Minami

Ouvindo: Diamond Sea, Sonic Youth

É difícil me olhar no espelho nos dias de hoje. É difícil pedir ao mundo que me entenda. É difícil te amar sabendo que o nosso amor é errado e impossível. Fico um pouco cansada quando percebo que minhas velhas histórias de amor não têm o brilho e a dor que a nossa tem. Fico cansada porque morro de medo de você ser o cara dos meus sonhos. Eu queria muito que não fosse, queria que fosse alguém que pudesse cuidar de mim de verdade, não precisa muita coisa. Alguém que brigasse comigo e às vezes me chamasse de estúpida e insegura, porque sei que sou. Alguém que fosse possível, que deixasse de ser o roteiro confuso da novela das 8, para ser real, na minha história.

É difícil te amar porque eu quero chorar no seu ombro, não no ombro das outras pessoas. Quero te contar as histórias engraçadas e não ouvir outras gargalhadas senão a sua. Quero a sua mão no meu rosto e passar a minha mão no seu colar só para ter certeza que está ali, na minha frente.

É difícil te amar porque eu sei que minha vida sem você e as novas possibilidades me fariam muito mais feliz. Mas eu não quero essas felicidades, não. Eu quero você, mesmo que me faça chorar, mas quero você inteiro. Quero poder ficar do seu lado, porque assim me sinto inteira e completa. Sem isso, as pessoas percebem que ando pela metade, utilizando o meio riso, meias palavras, meio olhar, meias verdades e minhas meias furadas.

É difícil te amar porque temos gostos diferentes. Talvez o cara ideal para mim seja alucinado por filme francês, jazz e saiba escolher um bom vinho. Você me tira do eixo porque gosta de cerveja, praia e reggae. O cara que eu imaginei é chato e você me faz feliz nos momentos em que acho que o mundo não tem mais conserto.

É difícil te amar porque sem você sou mais forte e vivo em paz. E isso é bom para a minha vida desregrada e louca. Sem você sou capaz de ler um jornal inteiro em letras pequeninas e prestar atenção, enquanto antes, eu não conseguia nem ler as placas de São Paulo para chegar até você.

É difícil te amar porque eu sei que preciso lutar mais e te arrancar dali para ficar do meu lado. Enquanto você finge que é meu e eu finjo que consigo chegar mais perto de você, a gente aumenta as nossas distâncias e eu fico cansada, mas nunca perto da vontade de desistir.

É difícil te amar porque você é nocivo e faz mais mal para a minha saúde do que o meu cigarro, meu café expresso sem açúcar e minhas doses de tequila com gelo. E mesmo assim, eu quero você, não porque estou viciada. É simplesmente porque minha vida não pode mais ser escrita sem você ao meu lado, me guiando e corrigindo os meus erros de escrita, como um bom redator.

quinta-feira, 7 de julho de 2005

Pearl jam no Brasil

Jú Mancin

Está rolando um abaixo assinado on line para pedir que o Pearl Jam inclua o Brasil em sua próxima turnê. Pode não ser grande coisa, mas, pelo menos, é alguma coisa.O texto está em inglês pq foi endereçado aos empresários e à gravadora. O site é seguro e seus dados ficarão em sigilo.Participe deste movimento, vai lá e assina!Lembre-se de validar a sua assinatura no final, ok?
http://www.PetitionOnline.com/pjbrazil/petition.html

Peloamodideus divulguem para seus amigos! E assinem, essa banda tem que se render aos grunges tupinikins!!!

E lembrem-se sempre...GRUNGES NEVER DIE!!!!

terça-feira, 5 de julho de 2005

Aos poucos.

Lu Minami

Ouvindo: Flor da idade, Chico Buarque

Acho que estou abandonando aos poucos o País das Maravilhas, nas redondezas de Neverland, meu bairro preferido. Quero achar que isso vai ser pouco doloroso, que na verdade não será como retirar um band-aid, rápido e seco. Quero que seja aos poucos, um passo de cada vez, devagarinho, admirando a paisagem a qual vou me apegar para o resto de minha vida. Cada detalhe, cada casa, cada amigo, cada porre, cada história, cada amor errado. E caminhar devagar, me despedindo dos melhores momentos da minha vida.

Não deixar essa despedida agredir meu coração ou enferrujar minha memória, nem apodrecer meus sentidos, hoje tão treinados para serem felizes, custe o que custar. Essa agonia costumeira misturada com a felicidade desenfreada da juventude. Esse eterno carnaval, sem a quarta-feira de cinzas.

Acho que virei uma velhinha simpática com 25 anos. Não quero mais saber das novidades, a menos que seja para o bem do mundo. Ainda prefiro ver quadros nas galerias e músicas no vinil. Prefiro uma orquestra a uma rave. Jamais substituiria o livro de papel, com cheiro de antigo, por um livro digital.

Vou sair de Wonderland aos poucos, mas vou lembrar todos os dias de como era viver lá.

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