sexta-feira, 26 de maio de 2006

Associação livre e lógica de idéias

Lu Minami


Ouvindo: What a difference a day made, na voz de Jamie Cullum.

Pois é, Tchuca... para me distrair um pouco dessa ira, decidi ordenar algumas coisas. Veja se não é para ficar mais brava ainda?

Suco de laranja. Soja. Chinês. Rua Fidêncio Ramos. Os cigarros. Café. Paixão. Nós. Telepatia. Mensagens. Messenger. Cliente. Av. Paulista. Rádio. Estática. Milton Jung. Corinthians. Derrota. Vergonha. Nú. Trip. TPM. Sensível. Fúria. Tristeza. Chico Buarque. Cabrocha. Carnaval. Taquaritinga. Coreto. Banda. Glória. Rua Turiassú. Perdizes. Assado. Forno. Microondas. Pipoca. Coca-cola. Desentupidor de pia. Privada. Piriri. Goiaba verde. Chico Bento. Roça. Avô. Saudade. Carta. Correio. Selo. Língua. Beijo. Bom. Ruim. Amargo. Café. Cigarro. Calçada. Amigos. Mudança. Garnero. Caminhão. Estrada. Solidão. Depende. Do quê. Oi?. Tchau. Despedida. Lenço. Nariz. Brian. Desvio de septo. Sinusite. Acupuntura. Chinês. Soja. Suco de Laranja.

Concordo Lú...

Jú Mancin


É Lú, foi assim mesmo que me senti ontem, enquanto escrevia/ouvia os meus posts.

SOZINHA! E sem vontade de nada. Queria mesmo era virar concreto.

E ainda quero!

quinta-feira, 25 de maio de 2006

Véspera de um aniversário

Lu Minami

Ouvindo: L´Excessive, Carla Bruni

Fui celebrar antecipadamente os anos de uma amiga que não via há bastante tempo. Como estou numa fase de retomada, me levantando aos poucos de um tombo que me machucou um bocado, aceitei o convite. Mesmo com enxaqueca e o cabelo sujo. Mesmo com o blush exagerado, um sorriso esticado na cara e de blusa e cabelos novos.

Mas lá estávamos, num bar legal, descolado de São Paulo, cheio de beldades e alguns engomadinhos do mercado financeiro. Nada que enchesse os olhos ou a barriga. Só esvaziava a carteira e o espírito. A mesma conversa de mulheres, as mesmas reclamações e as mesmas risadas. Quando fui embora, dei uma última olhada para o bar alto, lotado, iluminado à luz de velas e me senti imensamente sozinha. Acendi um cigarro e mesmo esse companheiro, meu pulmão resolveu expulsar. Onde está? Cadê? Onde foram parar aquele tesão, aquelas gargalhadas escandalosas, as conclusões brilhantes? Resolvo dar ao meu coração a chance de me mostrar o quanto está revoltado comigo e deixei a vista embaçar um mundo vazio, uma noite vazia, sem ninguém para conversar do lado, sem nenhum celular para atender, sem ninguém para lembrar e enternecer. Até minha mãe tinha me dado uma trégua e não ligou para me lembrar que estávamos em plena guerra urbana.

Meu coração realmente se aproveitou da chance que dei para se partir em mil pedaços, bem ali na minha frente. Cada caquinho berrou impropérios, estraçalhou veias e me mostrou o sangue fino, quase transparente, bem ali. Entre o volante e o vidro do pára-brisa. Jogou na minha cara essa fraqueza como se fosse uma panqueca que desandou na frigideira e não servia para mais nada.

Limpei meus olhos e mirei direto sua aorta. Desejei esmagá-la com o indicador e o polegar. Desejei não ter ido celebrar os anos de alguém antecipadamente, desejei não haver mais felicidade para buscar e lutar. Desejei não ter aquele fiapo de força que ainda restava dentro do meu peito vazio. Desejei o tempo parar naquelas mesmas gargalhadas 20 minutos antes e ali ficar, na superfície, à luz de velas com gosto cerveja gelada. Desejei não ter mais essa carência que gera relacionamentos fracassados por culpa minha. Desejei não ter mais meus CDs tristes, minha trilha sonora deprimente. Desejei não contar com o meu cobertor furado, que quase não me esquenta mais, porquê arranco todo o pêlo para me acalmar e me deixar dormir uma noite sem pensar na gente. Desejei não viver e parar de sonhar. Endurecer, empedrar, concretar. Virar estátua para ninguém parar e olhar. Desejei não olhar para o lado e esperar te encontrar.

E aí, esse meu coração gritou mais uma vez meu nome e disse que eu não merecia essa vida boa de estátua: "Não foi dessa vez, meu lugar é esse aí, dentro do seu peito oco"
E se jogou para dentro de mim de novo.

Meia-noite. Felicidades à minha amiga.

Já dizia Chico Buarque...

Jú Mancin

Gota d´água (Chico Buarque de Hollanda)

Já lhe dei meu corpo, minha alegria
Já estanquei meu sangue quando fervia
Olha a voz que me resta
Olha a veia que salta
Olha a gota que falta pro desfecho da festa

Por favor
Deixe em paz meu coração
Que ele é um pote até aqui de mágoa
E qualquer desatenção, faça não
Pode ser a gota d'água
Pode ser a gota d'água

*so tired*

Jú Mancin


Ouvindo Chico Buarque ao Vivo em Paris (e ao fundo meus pensamentos que rasgam)

Por algumas linhas serei eu mesma, a chata, reclamona, rabugenta, ranzinza, infeliz, cansada, sem saco pra nada, com vontade de estar onde eu não posso estar fazendo alguma coisa que não devia estar fazendo, sozinha, sozinha e sozinha!

Hoje eu queria ser um tatu, me enfiar no buraco.

Bom seria se eu pudesse virar as costas pr´aquilo que eu não quero ver. Simplesmente ignorar.

Por isso que eu digo sempre: PREFIRO OS ANIMAIS! Eles não mentem. Não manipulam. Não traem. São naturais.

Acho que no fundo, no fundo, eu queria mesmo não existir. Aquela coisa de auto-combustão nuclear.

É isso!

segunda-feira, 22 de maio de 2006

Comments

Jú Mancin


Ouvindo Severed Hand, Pearl Jam

*** É, alguma coisa se quebrou dentro da gente. Acabou o brilho daquela estrelinha que eu guardava dentro de mim há tanto tempo. Só sobraram cinzas. Restos de uma doce lembrança. Parabéns senhores, vocês conseguiram!***

***A Virada Cultural II foi simplesmente maravilhosa. Ponto pra população que confiou em si mesma e foi pra rua mostrar uma resposta à toda essa repressão imposta por alguém que ainda não sabemos definir!!!***

*** A Concepção é o filme mais legal que eu assisti esse ano!***

sábado, 20 de maio de 2006

Porque hoje é sábado...

Lu Minami

Ouvindo: Riot Van, Artic Monkeys
(no modo repeat, há 3 horas)


É um sábado cinzento. Não dá para saber se está frio ou calor, não dá para saber se vai chover ou vai ventar durante a noite. Há tanto para fazer. A minha tela continua vazia e eu tenho planilhas e contas para preencher, planos estratégicos para terminar e avenidas para se mirar do 10º andar. Escrevo porque preciso parar de pensar em tantos números (em você?) por alguns momentos. Escrevo porque essa música me deixa melancólica e feliz ao mesmo tempo... Ele diz: "baby stop calling... Over and over, yeah..."

Gostaria de ouvir esse cara dizer "Baby" no meu ouvido, numa noite suja e gelada. Assim, bem clichê mesmo.

Ele diz "it´s already too late" silabica e pausadamente como se tomasse cuidado para eu entender perfeitamente essa frase, sem repertir, sem me ouvir dizer: "Hein? Repete, por favor. Não entendi."

Estou perdida escrevendo esse texto, não tenho como terminá-lo, estou demasiado encantada com a voz desse cara, que confunde algumas memórias minhas. Às vezes acho que o conheço, de tão perto que chega aqui, me olha nos olhos e segura o microfone como seguraria meu rosto.

Eu quero parar o tempo agora, isso, bem quando ele diz "Do what they told you... yeah".

quarta-feira, 17 de maio de 2006

Mens@gem para você

Lu Minami

Ouvindo: o CD inteiro do Stone Roses, sem parar.


De repente é assim. Simples como poderia ter sido desde o começo. Eu aqui, você ali. A gente nunca ter se cruzado e nem nunca ter ido fumar aquela merda de cigarro junto. A gente poderia ter errado de emprego, demorar mais tempo para se encontrar e então, não haver carências a serem supridas, palavras a serem ditas, ombros a serem dados como travesseiros. De repente eu poderia ser forte e você também. Bem-resolvidos, decididos e objetivos. Bons amigos.

Mas não sei porquê, demos de cara um com o outro quando mais precisei de alguém que ouvisse minhas histórias e me contasse outras boas e bonitas para eu ainda acreditar. Eu não entendo o que aconteceu naquela noite, por exemplo. Será que foi a bebida? Vai ver que no dia seguinte nem eu e nem você queríamos ver a cara um do outro, mas havia a educação e alguma amizade em jogo. Não se pode ser tão imatura e virar as costas ou você, ser tão infantil e fingir que nada tinha acontecido.

E continuamos conversando e puxando fiapos de uma história inventada, um caso que precisava ser vivido para ter o que contar nessas nossas vidas bestas e sem valor.

Ninguém achou que poderia se machucar, né? Incrível como é fácil perder o controle de uma situação que você cria, desenvolve, vê crescer. É como um filho que te mata sem você desconfiar.

Parece bizarro, mas existem tantos criminosos desses hoje em dia. Está na moda.

Não pensamos naquela palavrinha arrependimento porque pronunciá-la significa ter fracassado e isso, para egocêntricos como nós, é inadimissível, não é?
É.
Inadimissível.

Na verdade, o que vivemos continua sendo uma peça mal escrita e mal ensaiada. Eu faço charme e você responde com palavras engraçadinhas. Eu minto e você mente. Sei o que estou mentindo, não sei com relação à você e, honestamente, acho que não preciso nem saber.

O que eu gostaria é de agradecer o seu cinismo comportado e tranvestido de otimismo porque acho que só assim vou ser capaz de esquecer essa peça medíocre um dia.

quinta-feira, 11 de maio de 2006

Saudade do BLOG

Jú Mancin


Ouvindo Um Trem pras Estrelas, Cazuza.

Aiai, tô sem tempo e numa crise de ócio criativo das boas, mas tô com saudade de escrever aqui, então vou escrever qualquer coisa.

Qualquer coisa que diga que tô viva e que tô aqui. Que diga que eu tô cansada, mas tô feliz, satisfeita com minha insignificância e com a sua ausência (ou minha ausência e sua insignificância). Qualquer coisa que diga "Leva a vida senão ela te leva, minha filha!". Ah, qualquer coisa que diga qualquer coisa...

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