segunda-feira, 27 de junho de 2005

Longe de tudo


Jú Mancin


Ouvindo My Friends, Red Hot Chili Peppers

Tá muito cedo e eu não faço a menor idéia do porque eu não estou dormindo, afinal de contas, ser a vagal de um a família trabalhadeira deve servir pra alguma coisa, tipo, dormir numa manhã de segunda. Mas o caso é que eu não estou.

Acordei porque dormi sem sonhar e não sonhei porque não tinha com o quê. Porque meu coração está cheio de vazio. Cheio de indiferença. Estou me sentindo perdida e entre estranhos. Parece que as pessoas não estão mais me enxergando. Será que a Matrix deu pau? Estou com a sensação que sim. Tô me sentindo enganda. Sabe, aquela história de abrir sedento, um pacote de bolachas esperando algo crocante e doce...e depois da primeira mordida vem a dura realidade. As bolachas são salgadas. Não que eu não goste de biscoitos salgados, mas é que o que eu realmente queria era algo doce. É mais ou menos isso.

Quando digo que meu guru é o Peter Pan, na verdade, estou afirmando que não quero deixar de lado a infância, a inocência, o amor puro e sem cobranças. Mas acho que algumas pessoas à minha volta estão me entendendo mal. Vou ser mais objetiva QUERO SER CRIANÇA. E criança não se ofende por causa "namoricos" sem propósito. Crianças não manipulam pessoas. Não viram as costas e saem andando. Isso é coisa de adolescente, naquela idade maldita, da auto-afirmação e do egocentrismo. Não que eu não me lembre com saudade dessa época, meu maiores amigos vêm daí. Minhas músicas. Meus ídolos e tudo que eu tanto preservo. Mas convenhamos é uma idade chata.

Queria estar em Jurupema. Longe de tudo e perto de mim.

sexta-feira, 24 de junho de 2005

Carta para você, um bandido.

Lu Minami

Ouvindo: O que será (à flor da pele), Chico Buarque

Te quero. Fico nessas de dizer que não, mas sou louca para ter acessos de insanidade na sua presença. Adoro quando você atravessa o olhar na mesa em busca dos meus seios e, em seguida da minha boca. Sinto arrepios quando você percebe que eu gosto.

Eu sei que não existe amor e nem paixão entre a gente. É carne mesmo. Vontade de pegar e arrastar, me postar do jeito que você bem entender e invadir meus terrenos que eu finjo proteger tão bem. Finjo tanto que digo não querendo dizer sim, sim, sim. Dizem que não tenho pudor. Eu finjo que tenho e às vezes esse fingimento acaba vencendo e deixo de viver essas meia-horas com você. Sim, porque em meia hora, eu e você nos resolveríamos, cansados, um de cada lado, querendo dormir ou ir embora. Sem conversa porque não temos o que falar. Vou acender meu cigarro envergonhada e cobrir meu corpo com aqueles lençóis deproporcionalmente gigantes dos motéis de São Paulo.

Com você, acho que deixaria um bilhete no espelho escrito em batom vermelho. É vulgar, mas no nosso rascunho de história, ficaria bonito. Soaria metropolitano, corriqueiro, casual e ao mesmo tempo, soaria belo como concreto.

Fico imaginando minhas histórias de amor verdadeiras, aquelas em que sofro, choro e definho e te coloco como personagem que vai derrubá-los, inferiorizá-los e deixá-los pensando "Desgraçada! Quem é esse cara?".

Mas e aí, temos que nos resolver, certo?
Eu te disse uma vez, que resolveríamos essa questão numa noite dessas. E vamos.
Me falta coragem e sobra medo de me apaixonar por um traste como você.

Mas no final, todos são.

quinta-feira, 23 de junho de 2005

Minha vida sem mim

Lu Minami

Ouvindo: Song for a cynic, Teenage Fanclub

Quem estaria sentada aqui digitando palavras sem nexo e devaneios sem rumo? Quem é que dirigiria feliz por qualquer estrada, mesmo caindo de cansada? Quem alisaria seu bichinho de estimação?
Quem vai dizer que meus filhos se chamarão Luisa, Teo e Sofia? Quem é que sonharia com uma casa de janelas azuis e margaridas nos canteiros, cercas brancas e portão baixo na grama fofa? Quem é que teria uma coleção de Chico Buarque e Pablo Neruda? Quem é que se emociona, se machuca e fica mais bonita quando sofre?
Quem é que idealizaria tantas confusões sentimentais, tantos bailes de máscara, tantas noites sem fim, manhãs claras e ensolaradas? Quem, em meu lugar, realizaria meus sonhos? Quem, assim como eu, teria se apaixonado já tantas vezes que perdeu a conta?
Quem, como eu, se esquece das datas comemorativas e importantes porque não se apega ao tempo? Quem, além de mim, gosta de ser beijada pelo vento e ser levada sem rumo através do mar até um fio de pensamento? Quem nunca viu estrelas cadentes, mesmo em Trindade?
Quem, em meu lugar, já teria dançado uma ciranda na praia, de madrugada, abraçando dezenas de pessoas felizes ao mesmo tempo? Quem, além de mim, fez tantos pedidos de amor e harmonia 1 mês depois do reveillon, pulando ondas no escuro? Quem se confunde, desliza e escorrega como eu?
Quem fica sem palavras, sem reações, parece apática apesar da tormenta de sentimentos, como eu? Quem, além de mim, gosta tanto da poesia da cidade, das xícaras de café quebradas, das putas desoladas da Augusta e de cinema como eu? Quem, além de mim, vai dizer que a vida deve ser levada aos poucos, mesmo sendo acelerada?
Quem, além de mim, te amou tanto quanto eu?
Quem?

terça-feira, 21 de junho de 2005

...FODA-SE...

Jú Mancin
Ouvindo Blitzkrieg, Rob Zombie (uma versão da original interpretada pelos Ramones)
O dia tá feio demais, propício para um exorcismo de coisas irritantes, e a melhor forma de exorcizar, ao meu ver, é tacando um FODA-SE...
a seleção brasileira
o presidente Lula
a audiência do Pânico
as provas semestrais
a hipocrisia
o deputado Jefferson
o falta de grana
minhas gorduras localizadas
a novela América
os falsos amigos
o Wagner Love
a falta q alguém me faz
meu medo de crescer
esse tempo ruim
os Direitos Humanos
o meu egoísmo e o seu também.
Enfim...FODA-SE...

sexta-feira, 17 de junho de 2005

Ah se eu pudesse voltar no tempo...


Jú Mancin

Ouvindo Smells Like teen Spirit, Nirvana.

Ontem assisti a um clássico da minha época, SINGLES Vida de Solteiro, e o filme me levou a uma viagem no tempo, por alguns segundos tive a sensação de ter novamente quinze anos, vi o Lane Staley numa performance no palco, algo comum naquele tempo, bastava ligar a TV no canal 32 para assistir a uma entrevista de algum grunge suspreso com tanto sucesso.
E aproveitando o surto de nostalgia, assisti a um vídeo com entrevistas.

“Estou tentando montar um show que combine com a música. Que o show seja cheio de vida, um festival...uma festa. Quero que as pessoas celebrem, quero enchê-las de alegria. Porque tudo o mais é uma porcaria no mundo, durante o curso do dia. Quero que quando estiverem lá dentro, não importa como sejam, clubber ou roqueiros, quero que se libertem, quero que aproveitem. E digam: Foda-se!”

Farrel idealizando, com lágrimas nos olhos, o maior de todos os festivais de música.
Lollapalooza!

“Para quem não sabe somos os Red Hot Chili Peppers. Estamos no topo de Hollywood, na torre da Capitol. Nunca ouviu falar de nós? Tudo bem. Nós tocamos hardcore, rock psicodélico sexy do Paraíso. Nós perpetuamos o funk. Queremos penetrar fundo em vocês. Prestem atenção no que digo.”
Anthony Kieds apresentando sua banda.

A propósito prestei atenção Anthony, e vocês, de fato, penetraram fundo.

“Sou Dave e toco bateria. Sou Kurt, toco guitarra e canto. Sou Krist e toco baixo.”
Os três elementos se apresentando. Antes do mundo aclamá-los como a maior revolução na história do rock, desde os Beatles. Isso quem afirma é a crítica.

“...descobrimos o pessoal do campo, com suas camisas de flanela...”
Grunges???

“Não trabalhamos há dois anos. E encorajo todos a não trabalhar. Deixe disso. Só vai viver 70 anos se tiver sorte. E contribuímos para uma sociedade materialista. Então deixe disso. DIVIRTA-SE. Fume maconha. Beba cerveja, beba. Tome todas. Engravide todo mundo. Não fique grávida. Não reproduza.”

Krist Novoselic e Dave Grohl divagando sobre o mundo moderno.

Foi um revival e tanto. Vi minha vida passando diante dos meus olhos. Meus discos, meus livros, meus pôsteres. Minha parede era forrada. Eu dormia e acordava com meus ídolos.

Na época não conhecia Goethe, e o sofrimento do jovem Werther passava despercebido por mim, Crime e Castigo eram palavras associadas mas não de maneira profunda, eu sabia que uma coisa levava a outra, mas não tão intensamente como para Dostoyevski. Acreditava em Deus, e acharia Sartre um herege se me dissesse que Deus está morto, e achava que eu tinha salvação. Doce ilusão a minha. Éramos todos crianças, o mal não nos afetava. Não poderia imaginar o Kurt com uma bala na cabeça, aos vinte e seis anos, nem o Lane sendo encontrado morto já em estado de putrefação.

Não sabia o quanto doeria olhar para trás.

Tudo era tão perfeito que a dor não fazia sentido para mim. Qualquer analgésico curava minha dor de cabeça, que ainda não era enxaqueca causada pelo excesso de café e cigarros, e noites mal dormidas.
O maior problema que tinha a resolver era a maldita equação de segundo grau, que a professora Nilde passava na lousa, e nos chamava para resolver, e valendo nota para a prova bimestral. Pense! Acertando o problema ali, você estava dispensado do exercício na prova. Eram dois pontos garantidos, para a fia da puta que viria no fim do bimestre.
Por que a sábia anciã nunca me disse que aquilo era nada, diante do que eu viria a enfrentar aos vinte e “poucos” anos?
Era simples ficar bem. Um almoço em família, isso incluía minha mãe. Uma viagem à praia, e a praia em questão era o Guarujá, em seus áureos tempos. As férias na pequena e pacata Jurupema, e essa continua intocada, o que complicou foi a distância. Antes a quantidade de pedágios servia como forma de contar a distância, agora só me faz lembrar o quanto sai caro viajar para lá uma vez por mês. Tudo era fácil. Para ouvir músicas boas bastava ligar o rádio ou a TV, estavam lá, todos os grunges com suas camisas xadrez flaneladas. Esgoelando suas mensagens. Esmirilhando suas guitarras em riffs inesquecíveis. De Seattle para o mundo, e para mim. E para sempre!
E hoje, o que me resta é o futuro. O vazio de algo em que não acredito. Se eu pudesse voltar no tempo, me congelaria diante da TV ligada, antes de entrar no busão escolar, com meus pensamentos em tudo, menos na aula, olhando para a cara do Kurt, no clipe de Smells Like Teen Spirit. Em minhas narinas ficaria gravado o cheiro da juventude e toda sua força. Na mente, todos os meus sonhos engavetados. Toda a minha esperança em algo bom e verdadeiro.

MY LIFE IS FALLING TO PIECES. SOMEBODY PUT ME TOGETHER” Já dizia Mike Patton.

quinta-feira, 16 de junho de 2005

Jardim Secreto


Jú Mancin

Ouvindo, a Rádio Canal Um Via Internet

Putz Lú, eu tava justamente pensando em rejeição esses dias, a semana passada foi complicada para mim, você viu o estado que eu tava, né?

E quando fico assim, só consigo pensar no meu Jardim Secreto e em como eu gostaria de estar lá, longe da minha vidinha sem graça, vendo as cores da vida sem o cinza dessa cidade gelada.

No albúm Salvo Conduto, do meu primo Fredy tem uma música, composta e interpretada por Hugo Miranda, que se chama MEGALÓPOLIS (Saudades de Jurupema), que expressa aquilo que eu sinto.

Neste instante
Em que o último
Raio agoniza
E que da noite já a fria brisa
Bate em meu rosto
Sinto o gosto
Amargo do nada.
Cuspo na massa volumosa
Na cidade mais populosa
Que passa lá embaixo
Sons amenos
Me chegam ao terraço
Não quero mais
Viver neste alçapão
Agora eu levanto o braço
Cidades grandes me parecem prisão
Vou ver se me arrasto
De volta pro meu sertão.

quarta-feira, 15 de junho de 2005

Sobre Rejeição.

Lu Minami

Ouvindo: Sentimental, Los Hermanos


Ok Tchuca, você venceu e, para variar, está certa! Sumi de novo deste meu recanto cibernético. Mas, explico: estou em outro ponto do mapa. Saí um pouco da loucura de São Paulo para trabalhar durante 2 semanas em Campinas.

Confesso: estou adorando. Mas não se preocupem. Não gosto mais de Campinas como gosto de São Paulo louca, desvairada e sempre de ressaca. Já estou com saudades dos botecos amanhecidos, dos backlights que nunca se apagam, mesmo com o sol a pino, dos pedaços de céu recortados geometricamente seguindo o topo dos prédios, da garoazinha fina e chata que despenteia até os carecas e das minhas amigas queridas que sempre ouvem e compartilham dos meus devaneios insólitos.

Ok, ok... confesso de novo. Estou adorando também por outros motivos. Estou na metade do caminho para onde eu quiser. Nem tão perto de São Paulo, nem tão longe do meu refúgio que tomei emprestado por uns tempos da Ju. Para lá, minha rotina. Para cá, meu acalanto.

Alguns devem estar se perguntando o porquê da Rejeição ali em cima. Bom, na verdade, nem eu sei. Pensei ontem no assunto. Aaaah, não sei qual a razão de ter tocado nisso. Mas pensei e o fato é que ninguém sabe lidar com esse troço espinhento, grudento e chato, muito chato que chega sem avisar, faz o maior alarde, tira a gente do eixo e nos faz sentir inferiores, pior do que ratinhos de laboratório. Mexe com nosso ego, faz a gente se perguntar: “Onde errei? Porra, mas como pode se sou perfeita? Perfeita do meu jeito, nas minhas imperfeições, mas... ainda assim, perfeita?”. E corre atrás, se humilha, acaba com o nome do objeto/cara que te fez ficar assim. Afinal de contas, você pára a sua vida quando a rejeição acontece. Parece que aquela sensação do mundo girar fica ainda mais clara e você ali, sentado esperando sua vez de subir de novo, mesmo não querendo, mesmo querendo tomar um porre todos os dias de si mesma.

Rejeição é um saco. Mas por mais que pareça um sentimento sem esperanças, a esperança sempre aparece. A maldita esperança que te obriga a levantar e encarar o dia claro e as pessoas felizes. E por mais que seja dolorido no começo, depois passa. Daqui a um tempo você consegue enxergar a felicidade de novo, mesmo que seja num lugar muito longe, a kilômetros de distância.

Consegue sim.

Lú, volta pro raso!!!

Jú Mancin
Ouvindo Megalomaniac, Incubus.

Ai gente, tô com uma saudade tão grande da época em que a Lú escrevia aqui...

Me ajudem nessa camapanha...

Lú, volta pro raso!!!

quinta-feira, 9 de junho de 2005

Bizarrices

Jú Mancin

Ouvindo Glorybox, Portishead

Boa noiiiiite pessoas!

Café: à direita
Lenços: à esquerda
Ponte: siga em frente
Sedativos: na primeira prateleira
Anfetaminas: na segunda prateleira
Cordas para enforcamento: dentro do armário

Vamos pessoas, sorriam! VIDA É BELA É NÓIS QUE CAGA NELA! Já dizia algum imbecil.

quarta-feira, 8 de junho de 2005

Boa! Lú...

Jú Mancin

Ouvindo Cure for pain, Morphine

Uia! Eu tava justamente pensando nisso ontem à noite.

Porra, porque a gente tem a estranha mania achar legal esperar algo de alguém???

Meu, eu nem sei se alguém realmente me enxerga, como posso esperar algo de alguém que não sei se me vê.

Putz...tá difícil...

Mas enfim, também andei pensando nesse negócio de viver como se fosse o última dia. Cara, se eu morro amanhã, o que faço com tantos desejos reprimidos???

Onde ficariam o Raul, o Pablo e a Luiza?
A casa na praia?
O cruzeiro pelas Ilhas Gregas?
O doutorado em história?
Todos os cigarros que deixei de fumar?
E todos os tragos de bebida, que por coerência eu evitei?
Onde ficariam minhas paixões?
E as verdades que não disse com medo de magoar alguém?
E as respostas que não dei, por medo de me magoar?

Risos...

Como será que algumas pessoas conseguem viver intensamente, será que isso é um privilégio dos JUNKIES, que cagam para a vida?

De repente, revolta.

Lu Minami

Ouvindo: Jane Says, Jane´s Addiction

Estou me despindo sozinha, descoberta para o mundo enxergar meu estômago cheio de borboletas, minha garganta cheia de frases gritadas pela metade e meu pulmão cheio de nicotina e alcatrão.

Fico aqui pensando, acendendo um cigarro no outro, provocando e sendo provocada por paixões que servem de suporte para me segurar em mim mesma. Esses apoios que me deixam na vã sensação de que estou vivendo e aproveitando meus momentos. Bobagem.

Acho que isso é crescer. Deixei de acreditar em algumas coisas e resgatei antigas crenças. Voltei a ter fé, de repente. Mandei as esperanças que tenho nos outros à merda. Não espero mais nada de ninguém. Cansei das reticências e vou começar a usar pontos finais.

É um saco isso. E também é utópico porque todo mundo acredita em alguém e espera que esse alguém faça amor com você e acenda seu cigarro, te faça rir por 2 horas consecutivas, fique calado no cinema, fazendo carinho no seu pescoço, compre seus livros e CDs sem que você tenha que esgoelar os títulos. Acho que é outra bobagem dos malditos contos de príncipes encantados. Eu mesma acendo meu cigarro, compro meus Cds e livros e vou ao cinema sozinha. Não que eu me basta, veja... não é isso. Mas vou reservar meu amor para outras coisas. Mais simples do que essas. Afinal de contas, eu não tenho como andar de mãos dadas comigo mesma ou me ver nos meus próprios olhos.
Preciso de um outro par de olhos para me perder neles.

Cansei. Quero tudo de uma vez. Quero ser feliz, ficar com quem eu amo. Quero minhas amigas do meu lado, o tempo todo, desvairadas. Quero consumar isso tudo como se houvesse somente mais um dia no planeta. Ah, eu sei... sim, eu sei que não devia dizer essas coisas, estou na pior fase do meu egoísmo. Mas, não quero mais ser tratada do jeito que eu não mereço. Não vou mais idealizar as pessoas, porque senão elas se tornam minha única chance. E eu duvido que eu tenha só uma única chance de ser feliz.

Vou deixar a idealização para ser mundana. A minha fé vai ser minha e só minha. É essa vontade toda de viver tudo muito rápido...

segunda-feira, 6 de junho de 2005

Relicário

Nando Reis by Jú Mancin

"...o que está acontecendo?
O mundo está ao contrário
E ninguém reparou...
O que está acontecendo?
Eu estava em paz quando você chegou..."

"Corre a Lua por que longe vai?
Sobe o dia tão vertical,
o horizonte anuncia com o seu vitral
Eu trocaria a eternidade por essa noite.
Por que está amanhecendo?
Peço o contrário, pelo Sol se pôr.
Por que está amanhecendo?
Se não vou beijar seus lábios quando você se for?"

sexta-feira, 3 de junho de 2005

...ou o que você queria fazer se ninguém pudesse te ver...

Jú Mancin

Ouvindo o silêncio (um sábio companheiro nessas horas)

Tava lá pintando a sala de casa e ouvindo rádio quando tocou aquela porcaria de música (o que você faz quando, ninguém te vê fazendo) daquela porcaria de banda (Capital Inicial), e fiquei pensando em coisas que eu faria assim que me visse na mais absoluta solidão. A única ação que me veio à mente foi: CHORAR.

Chorar de dor, tristeza, mágoa, raiva.

Não saiu uma lágrima, mas já me fez bem saber que posso chorar quando estiver só.

E você, o que faria se ninguém pudesse te ver?

quarta-feira, 1 de junho de 2005

Côncavo e Convexo

Jú Mancin


Ouvindo e vendo Disappear, INXS (Live Baby Live, Wembley´91)

Eu costumo dizer que trabalho por associação de idéias, sempre!
Tava lá olhando o Orkut da minha prima Vanessa, e resolvi listar algumas das coisas boas, que se associadas, ficam PERFEITAS!

- Noite + São Paulo
- Dia + Santa Catarina
- Varanda + rede
- Cerveja + bolinhas de amendoim
- Coca-cola + gelo
- Feijoada + pimenta
- Madrugada + Akira e Kaká
- Toquinho + Vinícius
- Pizza + sábado
- Domingo + família
- Marvin Gaye + sexo
- Sexo + beijo na boca
- Chandler + Joey Tribbiani
- Jurupema + "cheiro de chuva"
- Eddie Vedder + Chris Cornell
- Gaviões da Fiel + Gol do Timão
- Bife + Batata frita
- Carnaval + síto da Tia Zaia
- Banho + sabonete esfoliante
- Crônicas + Mário Prata
- Cartman + Kenny + Stan + Kyle
- Al Pacino + Andy Garcia
- Mike Patton + Edge of the world
- Chopp Brahma + Vila Madalena
- Taquaritinga + Bar do Thomáz + lanche do "Jão"
- Dennis + Chili Peppers
- Chaves + Acapulco
- Café + cigarros
- Glauber Rocha + Cinema Nacional
- Erdinger + Jazz
- Cachorro + carinho
- Lavar a louça + rodinho de pia
- Cinema + pipoca
- Friends + Dawson´s Creek
- Sábado à tarde + Benedito Calixto
- Rudney + Jú
- Foto + photoshop
- São Tomé das Letras + Pirâmide
- Pinga + limão + açucar + gelo
- Salmão + molho de alcaparras e champingon
- Diego Luna + Gael Garcia Bernal
- Lareira + Pinhão
- Velocidade + Queens of the Stone Age
- Amigos antigos + novos amigos
- A família da minha mãe + a família do meu pai
- Pica-pau + Cataratas do Niágara
- Michael Hutchence + Never Tear Us Apart
- Sala de aula + fundão
- Meu quarto + bagunça
- Renato Mendes + Laura Prudente da Costa
- Dinheiro + saúde
- Sociologia + aula da Terezinha
- Bart Simpson + Lisa Simpson
- Carro + banco de couro
- Copacabana + chopp gelado
- Mar azul + areia branca
- Nirvana + grunges
- História + Eric Hobsbawm
- Brad Pitt + Edward Norton
- Trindade + Seu João
- Calçada da minha casa + fofoca
- Marx + Engels
- Sashimi + Paulinho Faladô
- Fundação Santo André + Vila, Marisa, Vivi, Thiago, Lí, Alex, Lelê e Leandro
- Ciranda + Areia
- Festa + galera do Parque Espacial
- Hermes + Renato
- Casa da Lígia + café da tarde
- Devaneios + Lú
- Computador + Internet
- Vesgo + Sílvio Santos
- Whisky + Flash Power
- Orkut + MSN
- Mestre dos Magos + Hank, Diana, Sheila, Erick, Presto, Bob, Uni, Vingador e Tiamat
- Mergulho + Ilhabela
- Anfetamina + academia
- Show + boa companhia
- Eu + todos os meus amigos.
Lú, tenho certeza que esqueci algumas coisas, me ajuda aí...

Neruda na fria madrugada

Jú Mancin


Ouvindo Noite de Saudade, Nelson Gonçalves.

Neruda é muito, muito, muito profundo...vamos à poesia...

Tu eras também uma pequena folha
que tremia no meu peito.
O vento da vida pôs-te ali.
A princípio não te vi: não soube
que ias comigo,
até que as tuas raízes
atravessaram o meu peito,
se uniram aos fios do meu sangue,
falaram pela minha boca,
floresceram comigo.
---


Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.
Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te,
como um cego.
Tal vez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,
nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,
a sangue e fogo.
---
Walking Around
Acontece que me canso de meus pés e de minhas unhas,
do meu cabelo e até da minha sombra.
Acontece que me canso de ser homem.
Todavia, seria delicioso
assustar um notário com um lírio cortado
ou matar uma freira com um soco na orelha.
Seria belo
ir pelas ruas com uma faca verde
e aos gritos até morrer de frio.
Passeio calmamente, com olhos, com sapatos,
com fúria e esquecimento,
passo, atravesso escritórios e lojas ortopédicas,
e pátios onde há roupa pendurada num arame:
cuecas, toalhas e camisas que choram
lentas lágrimas sórdidas.

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