domingo, 29 de abril de 2007

...I wish...

Jú Mancin
d °_° b sister midnight, Iggy Pop
Hoje eu quero é atirar pedras nas vidraças. Lançar lenha nas fogueiras e ver o circo incendiar. Vestir de negro aquele doce sorriso e vomitar palavras amargas em cima de quem não merece. Quero ser injusta e desleal. Queimar livros de auto-ajuda e andar de skate ouvindo Dead Kennedys, munida de um taco de baseball, quebrando os faróis dos carros blindados que congestionam a minha Ipiranga com a São João. Chuva ácida sobre o obelisco. Helicópteros em queda-livre por todo o céu de São Paulo. CV´s, TC´s e PCC´s espalhando-se feito um vírus sem controle, amedrontando a população via TV. Falhas no controle de tráfego aéreo, o céu negro. Um blackout. Crateras se abrindo nas Marginais. Semáforos descontrolados. A total falha no sistema de comunicação. As imponentes torres de celular vindo abaixo. Seres humanos que provoquem auto-combustão nuclear. Todos, um por um, explodindo, deixando pra trás ilusões perdidas. Quero ver sua gravata enroscada no meu salto quinze. A histeria espalhada em cada centímetro dessa cidade cinza. Lava vulcânica jorrando dos bueiros. Maremotos e Tsunamis. Chuva de meteoros riscando os céus, assombrando meus olhos. Quero o CAOS!

E depois o silêncio...o fúnebre silêncio dos sobreviventes.

sexta-feira, 27 de abril de 2007

E?

Jú Mancin
d °_° b Can´t buy me love, The Beatles
Hoje eu morreria por qualquer um dos meus amigos. Minha vida só vale pela deles (de vocês). Então não vou postar verborragia, nem dor-de-cotovelo, nem vou postar o que eu to pensando, já que meu raciocínio não segue um rumo linear hoje.
Vou postar poesia.
Mais uma do meu querido amigo Beto Renzo, que mesmo a distância tá sempre presente com esses pequenos agrados literários que me manda!

E?

Já que nem dorme e já são seis
Ele levanta
O sol levanta
O som se espreguiça pelas ruas
Hei, que dia é mesmo hoje?
Futebol
Ou uma volta pela tarde da feira de esquisitices

Olha lá o Fi já segurando um lugar à mesa
Calçada ou taco?
Qualquer hora a gente se atenta em reclamar

Existe um céu
E é dentro de nós
Isso hoje é a única coisa que eu posso te dizer
E provar?
Ah
Vá te catar!

Já que nem notam e já são dez
Ele avança
A noite avança
A lua alcança o telhado dalgumas cabeças
Hei, que lugar será o de hoje?
Strokes
Ou pingar de boteco em boteco na Fidalga

Ah
Eu quero o Roda Viva!
De novo, pô?
De novo. E?


+++
E por falar em amigo, Binho, o Café e Cigarros ama você! (eu sei que a Lú concorda)
Feliz Anivesrário, meu querido...

quarta-feira, 25 de abril de 2007

Olha

Lu Minami

Ouvindo: Come rain or come shine
(Juliette Lewis and The Licks)

Olha eu ali de novo.
Bonita, de franja nova, sapatos novos e gloss brilhante. Olha eu querendo parar de fumar, mas fumando escondida de mim mesma. Olha eu achando que sei alguma coisa de vinho, só porque consigo combinar com uns pratos bestas. Olha eu de mesmos amigos e amigos novos. Olha eu ali, procurando um olhar de novo, que me faça tremer. Olha eu ali de volta, com os olhos de gato triste desejando o palco e um desconhecido qualquer que canta bem Chico. Olha ali... cantando verdades de mentira.

Olha ali, na mesa cheia de gargalhadas e de encostos das cadeiras lotados de costas cansadas... olha as minhas mãos procurando alguma coisa no vazio. Olha eu encontrando uma mão que só quer passear por debaixo das minhas saias. Nenhuma mão companheira que me leve à algum lugar feliz, mesmo que imaginário, guardado dentro de algum baú envelhecido da infância. Nenhum pé que acompanhe meus passos por entre alamedas lajeadas de intenções sorridentes e laranjas.

Olha meu olho se apertando de tanto rir para depois fechar de tanto chorar de cansaço. Olha eu, gritando, palpitando, discordando, sendo boa com as palavras e esbofeteando com sacadas geniais quem não merece nada. Ou que merecia tudo. Olha eu quieta, em silêncio desesperado.

Olha eu aceitando sair com aquele mesmo amigo só para fazer sexo vazio e sem carinho que mal merece um olhar recíproco ou um beijo de olhos fechados. Olha ele sem me ligar no dia seguinte porque a gente é amigo demais e ele acha que não preciso disso. Olha eu bêbada esparramada pela minha cama nova, enorme, abraçando um corpo gelado que não enxergo.

Olha meus amigos dizendo que a vida tem mais é que ser uma aventura sem fim, brindando toda a magia que ela traz. Olha eu fugindo deles, querendo na verdade segui-los por toda a vida, mesmo sabendo que há um fim nisso tudo. Ali, naquele mesmo lugar de pedra, cheio de responsabilidades.

Olha eu encantada de novo, em busca do amor. Olha eu, querendo amor me debruçando na varanda perigosa de uma paixão que nem quer que eu jogue as tranças.

Olha eu me contradizendo para variar. Olha eu, sentada como menina, de joelhos ralados na porta de casa, porque esqueci as chaves e caí da bicicleta. Olha eu de vestido, salto e relatórios de trabalho. Olha eu querendo uma tatuagem e novos cabelos vermelhos.
Olha eu, querendo tingir o mundo e fingir que durmo.


Olha bem, porque amanhã tudo vai mudar de novo.

domingo, 22 de abril de 2007

O que será?

Jú Mancin

d °_° b Opel, Syd Barrett

"o que será ser sua sem você?
como será ser nua em noite de luar?
ser aluada, louca
até você voltar?
pra que?"

quisera eu ter o brilho eterno de uma mente sem lembrança, ter esquecido a festa de ontem, o carnaval que passou, o jogo que eu perdi, o tapa que levei (e o que eu não dei). Pudera eu não lembrar minhas senhas, risos... metade dos meus problemas seriam resolvidos.

sexta-feira, 20 de abril de 2007

nem vem com garfo que hoje é dia de sopa

Jú Mancin

d °_° b stop drop and roll, squirrel nut zippers

.trepar ou sair de cima.
.cagar ou sair da moita.

O importante é seguir em frente. Decidir. Descer do muro, mermão. A vista aí é boa, mas se cair vai se estrepar. Aí, haja gelol!

Tô dispensando a escada, o incêndio é no porão!

...não é possível viver sem amor. sou um apaixonado. converter-me-ei em pedra... sou van gogh quando penso assim e drummond quando digo que amar se aprende amando, sou clarice perto do coração selvagem e mefistófeles quando me aproximo dos ratos em busca de suas leais contribuições. sou leminski, o poeta maldito de coração frágil e exupèry a te lembrar que você é responsável por aquilo que cativa. sou hilda hilst te perguntando por que, diabos, haveria de querer minha alma na tua cama e neruda não te querendo senão por te querer. Boemia, bossa-nova, rock n´roll, samba, choro, soul. Sou eu, muitas e absolutamente nada.

Love in vain. Será?

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Mutantes Again!


Jú Mancin


d °_° b She so cold, Rolling Stones


Batmacumba ê-ê. Batmacumba ôba.

MU-TAN-TES de novo e de supresa!

17/04/2007. Sem comentários.


Meu top 5 shows

1 - Pearl Jam (02 e 03 de dezembro/05 - Pacaembú)

2 - Mutantes (25 de janeiro/07 - Parque da Independência)

3 - Ramones (1994, eu acho - Olimpya)

4 - Faith No More (1993, eu acho tb - Olimpya)

5 - The Stooges (2005 - Chácara Jockey)

terça-feira, 17 de abril de 2007

Montanha Russa

Lu Minami

Ouvindo: Entre Dos Águas
(Paco DeLucia)


Livre, livre, livre! Ela estava se sentindo tão leve com toda aquela vida que resolvera povoar seus dias de maneira tão abrupta... Tinha a sensação de estar sempre com água na boca, em busca da água que podia saciá-la e fazer brilhar seus olhos.

E ensaiava versos cantados em voz alta para todas as esquinas pudessem se acostumar com a euforia desprendida que pulava de sua garganta de minuto em minuto. Era quase preciso segura-la entre as mãozinhas delicadas e brancas.

Não era um novo amor, nem uma nova ocupação. Não tinha a ver com a paixão e nem com aquela ira toda que resolvera soltar aos berros numa estrada dirigida a esmo há alguns meses atrás.

Tinha a sensação inteira de estar numa montanha russa. Sentia o frio na barriga e a pressão na nuca. Sentia o vento que vinha rápido contra seus olhos, espremendo-os para enxergar um pouco além. Tinha tanto medo da tristeza.

Não queria morrer. Doía pensar na possibilidade dos trilhos se desencaixarem e o carrinho cair lá de cima espatifando toda a sua existência em caquinhos que nunca serão reconhecidos como seus.

E quem poderia recolhê-los? E sua alma, quem é que ia lembrar e celebrar?
Havia alma no mundo de hoje que pudesse celebrar a sua? Havia liberdade suficiente capaz de aprisioná-la dentro de si mesma?

Tremeu. Suou.
Parem esses trilhos, ela ordenou.

Mas talvez, por uma possibilidade remota, o controlador da montanha russa estivesse saído para tomar um café. E a senhora, que sempre a via nas esquinas, fora assar biscoitos e fumar um cigarro.

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Só pra você!

Jú Mancin
d °_° b Se acaso você chegasse, Lupicínio Rodrigues
devias vir
para ver os meus olhos tristonhos
e quem sabe sonhavas meus sonhos
por fim
volto ao jardim
com a certeza que devo chorar
pois bem sei que não queres voltar
para mim

...TÁ FODA!...

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Die, die!

Jú Mancin

d °_° b Glorybox, Portishead

Pra você, tudo de bom!

Que o que eu sinto não te alcance.

I HATE MYSELF AND I WANT TO DIE!

Já disseram antes, e é bem por aí.

Hoje eu me odeio e só quero morrer. SOZINHA!

Mas pra você, tudo de bom!!!

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Antes o atrito que o contrato.

Lu Minami

Ouvindo: Celos
(Gotan Project)

Era assim mesmo, no meio da festa e da fumaça, ela nem pensou quando entrou no carro dele.
“Puta madrugada linda”, ele disse sem olhar para ela, se debruçando no volante para olhar o céu encoberto.
Enquanto ela punha o cinto, ele já pousava as mãos quase rudes em sua perna e alisava a dobrinha debaixo do joelho com o polegar. Ela tremeu.
“Frio, não?” e uma risada.

Rodrigo, Henrique, André? Havia esquecido o nome do cara!
Desconfiava que ele também não lembrava do seu a essa altura. Uma dor de cabeça leve começou a incomoda-la. Era o inicio da ressaca.
“Tem bebida no seu apartamento?”
“Claro que sim. Tranqüilo”

Sua cabeça gotejou só um fio de suor frio pela nuca quando ela virou o copo de vinho branco gelado que ele lhe ofereceu. Ele a procurou por trás e a abraçou. Dançaram e ficaram juntos por toda a noite. Passaram pelas fases de encantamento e ebriedade, quando seus dois pares de olhos se perderam dentro de suas bocas, buscando um céu a contemplar. Partiram para o momento de calor e descontrole, onde se xingaram e se odiaram. Nesse momento ela quis ir embora e ele quase a expulsou 14 andares abaixo. Se estapearam, pressionados junto à parede e fizeram as pazes na cozinha americana dele.

“Era para a gente viver e se divertir, não é? Ah, oras.... vai lá, moça. Vá rir, dançar até cair, beijar, abraçar, trepar loucamente, apaixonar-se, beber, fumar, enfim.... me mandaram fazer isso para espantar a dor de uma pureza sem significado. Vai lá, larga essa vida de cultura e conteúdo; essa vidinha de espera mal resolvida com uma caricatura de príncipe desencantado. Ninguém te olha por isso, você tem mesmo é um par de seios lindos e pernas que deveriam viver abertas”

Eram as vozes que gritavam e ela que só balançava a cabeça concordando e dizendo sim em voz alta para elas.

O Rodrigo, Henrique ou André a abraçou longamente e beijou-a na testa. Dançou abraçado com ela e pronunciou seu nome sem engano. Ela olhou para aqueles olhos verdes decididos e sorriu. Lembrou-se do nome, finalmente... não era nenhum dos três que ela imaginou. Aninhou-se naquele peito grande e teve o melhor dos seus últimos sonos. E achou que poderia ficar ali por mais algum tempo.

“Puta madrugada linda”

terça-feira, 10 de abril de 2007

Defina: Sublime.

Lu Minami

Ouvindo: Sur Le Fil
(Yann Tiersen)


Vocês, que acham que podem engolir o mundo todo, definam a palavra sublime.

Não, não é uma marca de papel higiênico. Na verdade é, mas não é um papel bom o bastante para limpar a sujeira que sai da gente. Nenhum é.

A palavra sublime é por definição no dicionário:

excelso;
nobre, muito elevado (no sentido moral);
perfeitíssimo;
excelente;
grandioso;
poderoso;
majestoso;
encantador;
magnífico;
esplêndido;

o mais alto grau de perfeição;
a perfeição do belo;
o que há de mais elevado nos sentimentos, nas ações;
aquilo que é sublime.


É o superlativo dos adjetivos, quase inalcançável e divino. E, por isso mesmo, por sua quase-impossibilidade de alcance, é estritamente pessoal. Porque sublime geralmente é aquele instante em que uma canção parece ter sido composta para você ou quando um olhar atravessa blocos de concreto e de tempo para voltar a te ameaçar durante a madrugada. Sublime é uma lembrança que vem com cheiro e gosto. Sublime é o segundo em que as coisas se encaixam para você, por 1 segundo apenas. É um outdoor que traduz seu pensamento sem querer. É um livro que você encontra numa prateleira errada com a orelha escrita por uma pessoa de quem você sente saudades. É um bilhete que você julgou ter jogado fora onde escreveu no verso aquele verso dito pelo Paulo Autran no meio do trânsito.

Sublime é um momento intimo demais para ser exposto; parece mentira e bobagem aos olhos dos outros. O sublime não se descreve porque parece pequeno e inventado. Eu acredito que o sublime só aparece poucas vezes, para se dar valor e crédito. Para lembrar você de que ele ainda existe e não virou uma lenda encantada.

Antes que eu perca os detalhes frescos na minha memória cansada, vou tentar descrever o último instante sublime que presenciei. Esse é ainda mais difícil porque foi todo projetado por gente. Sabe como é... o divino é humano, mas ninguém admite.

Havia musica e uma árvore iluminada com lâmpadas azuis. Havia um prédio de 20 andares todo lajeado de espelhos e havia cerca de 300 pessoas olhando para o céu.

O homem pode voar então!

E pode voar com a gravidade a seu favor. Pode traçar movimentos delicados e saltar para um abraço amigo. Pode dançar numa coreografia lindíssima de balé clássico, mesmo que presos por cordas. O homem pode trazer a sutileza de um espetáculo que ele mesmo criou para dentro de uma tribo de pedra onde seus habitantes não sabem mais o que é emocionar-se. É possível ouvir musica clássica no meio de São Paulo na companhia de 300 pessoas com lágrimas nos olhos em pleno e resoluto silêncio. Um silêncio contemplado por todos e por aqueles que dançam lá no céu. Foi possível fazer com que 300 pessoas olhassem para a lua ao mesmo tempo, testemunha do mesmo espetáculo e que se fez ainda mais bonita. Criações que não combinavam entre si naturalmente, mas lá estavam... juntos para proporcionar o espetáculo mais lindo que meus olhos já tinham visto e fazer sorrir centenas de pessoas, crentes de que o mundo ainda tinha algum espaço em seus corações.

Nada de paixões egoístas, nem trabalhos árduos. Nada de relacionamentos mal-resolvidos ou ironias engarrafadas. Nada de ego, nem vaidade imbecil.

Só um relâmpago de pensamento humano seria capaz de criar uma obra que homenageia o amor pelo próximo e que traduz a palavra sublime tão corretamente.

segunda-feira, 9 de abril de 2007

É fácil

Jú Mancin

d °_° b Lóki? (o álbum), Arnaldo Baptista

Hoje percebi que venho me apegando às coisas...risos
É bem provável que eu vire bolor, e você também.
E a propósito, onde é que está teu rock n´roll? (o meu ta junto?)
Qué sabê? Você é a coisa mais legal que eu conheço. Não tô nem aí pra morte e nem pra sorte. Eu sou. Você é também! E vamos continuar numa boa pescando pessoas no mar!
Você é lóki, bicho! E eu não tenho saída!

Fui clara? Não, né? Mas você é verde, que me entenda!

Vomitei

Jú Mancin

d °_° b Benvinda, Os mutantes

Vomitei minha dor. Lágrimas e solidão.
Vomitei saudade.
Vomitei insensatez.
Vomitei meu amor.

Ainda bem.

Não se trata de escatologia, é que de fato, há tempos eu precisava me livrar daquilo. Nada como tequila, vodka e rum. É infalível.


“...eu estou em paz, você demorou, fiquei chateado...”

quarta-feira, 4 de abril de 2007

em tempo:

Jú Mancin

d °_° b time, pink floyd


francamente,
eu
gosto
de
você!

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