sexta-feira, 30 de setembro de 2005

GRUNGES NEVER DIE!!!


Jú Mancin


Ouvindo Sometimes, Pearl Jam

Voltei!!!

Ando meio ausente desse meu diário digital, mas não é desleixo, nem tampouco má vontade. Muito pelo contrário, sinto-me vazia quando não escrevo algumas linhas. Mas o fato é que estou trabalhando. Ops! Calma, calma. Sem alvoroço. Tá tudo sob controle, só me rendi a esse artifício porque estou, necessariamente, precisando de grana.

No ínicio, grana para comprar o ingresso para o show do Pearl Jam. Agora, comprar ingresso, passagem, pagar hospedagem e comida. Tudo porque o show de sampa tá ameaçado! E lá vamos nós para a Pedreira, em Curitiba, né?! Fazê o quê???

É o show da minha vida. Mal posso esperar. Sei que minha mente vai vagar por um passado obscuro, cheio de lembranças distorcidas, coisas que se esconderam ali, numa sala da minha memória, trancadas atrás de uma porta, fechada à sete chaves, escondida atrás de uma imensa estante de livros. As chaves para abrir essa porta? Música. Eddie Veder me contando a saga de Jeremy, ou dizendo que uma vez teve controle sobre si mesmo e que uma outra vez ele se perdeu. Oceans, Black, Release, Even Flow, Sometimes, You Are, I´m mine, Corduroy, Daughter, Crazy Mary. São muitas. Eu, realmente, mal posso esperar.
www.queremospearljam.blogspot.com (link para o blog de abaixo assinado pela liberação do Pacaembú)

quarta-feira, 28 de setembro de 2005

A espera das coisas

Lu Minami


Ouvindo: O Vento, Los Hermanos

Vocês já devem ter percebido que esse blog é um pouco nostálgico às vezes, beirando a melancolia. Mas se vocês prestarem atenção, vão notar que sempre existe um fiozinho, ainda que um pouco apagado, de esperança. Esperança de que as coisas mudem afinal, mas nem tanto. Esperança de manter acesa a chama de uma infância que hoje não tem mais cabimento, mas que às vezes cabe muito bem, dentro das nossas histórias antigas e recentes.

Tudo na vida é esperar. Se você acha que eu estou sendo idiota ao dizer isso, eu repito. A gente vive a esperar pelo inevitável. A gente vive a esperar pelo fim das coisas. Pelo fim do mundo, pelo fim dos juros altos, pelo fim da miséria, pelo fim do consórcio, pelo fim da corrupção, pelo dia em que finalmente vamos decidir embarcar em um avião e conhecer o mundo, pelo fim de um relacionamento desgastado, pelo fim da vida, pela morte.

Tenho uma amiga que espera ansiosamente pela oportunidade de reviver as cores do mundo e esquecer suas dores. Ela decidiu pôr fim a um relacionamento que a arrastava pela vida e a deixava desbotada para o resto das pessoas. Demora a passar a dor do desapego, mas a vida há de contar a ela um final feliz, ao lado de pequenas felicidades, todos os dias. O que me conforta é que ela possui pernas muito saudáveis que vão levá-la cada vez mais longe, para perto de um grand finale.

Eu espero um dia que eu finalmente consiga superar a minha subjetividade e pare de viver dentro de um filme dirigido por mim mesma. O que é um tanto quanto estúpido, já que eu sou minha maior inimiga e que me coloca nas situações de dar inveja aos filmes de ação e terror de Hollywood. Eu espero parar de ensaiar diálogos surreais comigo mesma, esperando a chance de utilizá-los um dia para sair de alguma situação cabulosa, na qual, eu tenho certeza, eu vou me enfiar sozinha.

Outro amigo resolveu de repente que quer mudar tudo, inclusive sua opção sexual. A ilusão é realmente um poderoso veneno, ele disse para mim esses dias, enquanto tomávamos um café. "Auto-boicote", ele esbravejou. Eu sei, no meu coração imaturo, que ele espera a mesma coisa que eu: o dia em que ele vai amar de um jeito puro, de um jeito que ele entenda, para fugir das jogatinas amorosas rotineiras em que ele se aventura e sempre sai devendo ao outro parceiro e a si mesmo.

Eu acho que nós esperamos pelo dia em que iremos quitar essa dívida conosco.
(Quer saber? Acho que tô escutando muito Los Hermanos...)

sexta-feira, 16 de setembro de 2005

Aos 25



Lu Minami

Ouvindo: We are all made of stars, Moby.


Tenho saudades.
Acho que são os 25 anos que estão fazendo isso comigo. Vivo na eterna sensação de nostalgia e uma sensação de coisa boa indo embora, pelo simples fato de não saber como levar adiante.

São saudades pontuais. Quer dizer, tenho saudades de épocas, sensações e pessoas diferentes, mas cada dia ou semana, algumas se intensificam mais do que as outras. Eu me esforço para não pensar que isso seja um sinal de fracasso da minha vida atual. Quero que seja um sinal de amadurecimento, de rever tudo o que passou até hoje e fazer um balanço otimista para as próximas décadas. Será?

Hoje por exemplo estou com saudades das minhas paixões.
Sinto falta de como era simples se apaixonar e como as diferenças naquela época não importavam tanto como hoje. Sinto falta das molecagens e da imaturidade daqueles anos. O ciúme, a briga para chamar a atenção, o charme jogado fora porque o jogo de basquete na rua era bem mais interessante do que eu. As brincadeiras e as viagens. Os triângulos amorosos... ah sim. Os triângulos que às vezes viravam polígonos com muitas arestas. Os porres e as besteiras que a gente fazia. As músicas e os bares. As outras meninas para quem ele olhava ou um amor desperdiçado pelo motivo ignóbil de não tentar por medo de perder a juventude acelerada e desacelerar para fazer planos. Sem planos, ninguém queria planejar, todo mundo queria viver loucamente, sem se preocupar se havia riscos.

E a primeira vez? Minhas opções de "primeira vez" se esgotaram. Já vivi meu primeiro porre, meu primeiro cigarro, meu primeiro beijo, minha primeira transa, meu primeiro cheque que voltou, meu primeiro chifre, minha primeira decepção... Estou sem a sensação de "inédito" na minha vida. Minhas opções acabaram e o que ainda tenho para experimentar é muito perigoso. A cautela aumentou com o passar dos anos e a imprudência sumiu, aos poucos.

Baseado nisso, fica fácil entender porque tenho tantas saudades. Naquela época a dor e a miséria humana ficavam mais distantes de mim porque eu ainda não as tinha experimentado e, mesmo quando estas se aproximavam, eu as romantizava e transformava o triste no belo. Hoje o novo nem é mais novo e a mania que a gente tem quando cresce que transformar tudo em fatos, cálculos e situações objetivas deixa tudo passar batido, sem a pureza de antigamente.

25 anos. Puta idade estranha.

terça-feira, 6 de setembro de 2005

*Sweet Home Jurupema*



Jú Mancin

Ouvindo Almir Sater

É fim de tarde na roça. Momento sublime!
O sol vai se pondo, num espetáculo único. O céu se colore entre avermelhados e azuis. As sombras dançam.
O cheiro da relva se funde com o da lenha, que aquece o feijão e o coração.
A noite vem vindo, com seu céu carregado de estrelas e uma lua amarelinha que, pendurada, sorri no canto da Serra, deixando a paisagem mais serena. Vem trazendo o sonho de um novo dia.
Na varanda, a rede balança suave. Como tudo ali no sertão.
O fumo de corda embala minha paz.
Aos ouvidos sobram o canto da cigarra, os "kri-kris" de um grilo manhoso e o violeiro.
"Tudo é sertão. Tudo é paixão se um violeiro toca. A viola, o violeiro e o amor se tocam."

Site Meter