segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Em retalhos de cetim

Jú Mancin

d °_° b Portela na Avenida, Clara Nunes

“Vou beijar-te agora, não me leve a mal, hoje é carnaval...”
A Colombina andava triste.
Sem Pierrot, nem Arlequim. Sem fantasia.
Cabisbaixa, levantou-se da cama.
“Aaaah, meu baú! Minhas jóias!”
Abriu sua pequena arca dos sonhos. Mexeu e remexeu.
Encontrou, entre confetes, sua máscara negra.
Vestindo-a, sentiu o corpo vibrar.
Com lágrimas nos olhos, saiu em busca de um novo enredo pro seu samba.
Correu pro baile.
Chapéu de palha. Terno branco.
“Essa não! Sapatos brancos...É ele!”
O malandro sorriu. A Colombina retribuiu. Seus olhos, finalmente, se viam.
Ele, na cadência do samba, a pegou pelas mãos. Levou sua dama pro meio do salão.
Ela, abandonou-se. Deixou-se levar. Esqueceu o Pierrot rabugento. Já não estava mais vazia. Era, então, um salão cheio de música. O malandro reacendeu sua fogueira de carnaval.
Envoltos na mesma serpentina, agora, eram dois a rodar. Felizes e eternos.
Até a quarta-feira.

3 comentários:

Sérgio, Tiago e Raphael disse...

Colombina, quinta-feira vais fazer o quê?

Anônimo disse...

Chorar de saudade do carnaval que passou, e começar a contar as horas pro próximo carnaval!

Sérgio, Tiago e Raphael disse...

Lá vem o carnaval de novo, o povo deste país adora uma ficção, é incrível!

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