quarta-feira, 2 de agosto de 2006

Roda viva

Lu Minami

Ouvindo: só a minha respiração.


Como diz meu pai: isso é ponto de verdade absoluta.

É engraçado. Tem épocas em que o mundo parece desabar. Alguém morre e você descobre dias depois que alguém muito próximo a você está doente e isso significa anos a fio de dedicação, pelo menos nos próximos 7 ou 8 anos. E estranhamente, você já viu esse filme antes e bem de perto.

É como assistir a segunda metade de um filme antes da primeira. É ver a morte antes do nascer. É ver a dor, antes de sorrir. É contrariar uma sequência que você sabe que existe, mas não sabe como vai ser.

Eu sei como vai ser. Sei tudo o que vai acontecer e do mundo de coisas que eram fortes que agora vão se tornar frágeis e quebradiças. Sei que tudo vai ser posto à prova.

Eu achava que já tínhamos visto demais. Mas parece que o homem lá de cima achou que a gente precisava de outra lição. Eu entendo, a gente não aprendeu da última vez né?

Às vezes, é preciso sofrer tudo de novo.
Em contrapartida, a vida nos dá um fôlego, só para aguentar o tranco subsequente. Uma nova vidinha, olha, acabou de nascer. E a gente deseja a felicidade como se ela pudesse ser comprada numa loja, como se ela pudesse ser dada de presente.

Mesmo que a gente sofra tudo de novo. Sempre vai haver algum motivo para desistir da idéia de simplesmente desistir.

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