jú mancin
d °_° b day tripper, jimi hendrix
quantos comprimidos mais até que eu durma?
quantas horas até que a dor suma?
morfina! morfina! morfina!
meu fim...
vento gelado na parte externa da recepção da espelunca, vozes aflitas repetem histórias iguais de formas diferentes. a bala que matou john lennon, a mesma que acertou kennedy...a bala que fugiu da mauzer, que passou por mim de raspão e balançou a roseira. ouço carros, sirenes e vozes e vozes e vozes. já não sei se o que me trouxe foi o vento ou tempestade. me ajeito no banco de pedra gelado, acendo o cigarro e apago, como que num movimento vicioso, você da memória. te lanço ao papel numa medida desesperada pra arrancar-te de dentro de mim. te desenho. te desejo. te alcanço usando as artimanhas da metafísica. tento em vão denunciar-te os perigos. me aniquilo. você não me ouve. a cena toda vista de longe, me lembra o patético desfecho de uma daquelas comédias de pastelão. me encolho no banco. sinto o frio subir pelas minhas pernas. mau-estar. o estômago arde. o coração vibra em frangalhos. minhas mãos tremem num ritmo frenético que se espalha pelo corpo todo. meus pensamentos já não tem mais forma ou linha, acontecem, simplesmente acontecem. sinto como que me desprendendo da vida. quero gritar não tenho forças. a voz não sai, me lembro do grito de munch. me sinto presa àquela moldura. ESTRONDO. um berro. um lençol ensopado. a familiar rachadura no canto esquerdo do teto. minha cama.
acendo o cigarro e corro pra sacada do alto do edíficio rosa, para assistir ao raiar de mais uma segunda-feira na babilônia.