sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

2007

Jú Mancin

d °_° b Perfect day, Lou Reed

Quero me perder no teu olhar, me encontrar na tua boca, me abandonar no teu colo e morrer no teu abraço...

Feliz Ano Novo!

terça-feira, 19 de dezembro de 2006

...

Jú Mancin

d °_° b Thursday, Morphine

Porra! Quem embala o sono da rede quando ela se cansa de ninar pessoas?
Ninguém né?! Imaginei.
Sozinha no escuro. De novo...

segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Em retalhos de cetim

Jú Mancin

d °_° b Portela na Avenida, Clara Nunes

“Vou beijar-te agora, não me leve a mal, hoje é carnaval...”
A Colombina andava triste.
Sem Pierrot, nem Arlequim. Sem fantasia.
Cabisbaixa, levantou-se da cama.
“Aaaah, meu baú! Minhas jóias!”
Abriu sua pequena arca dos sonhos. Mexeu e remexeu.
Encontrou, entre confetes, sua máscara negra.
Vestindo-a, sentiu o corpo vibrar.
Com lágrimas nos olhos, saiu em busca de um novo enredo pro seu samba.
Correu pro baile.
Chapéu de palha. Terno branco.
“Essa não! Sapatos brancos...É ele!”
O malandro sorriu. A Colombina retribuiu. Seus olhos, finalmente, se viam.
Ele, na cadência do samba, a pegou pelas mãos. Levou sua dama pro meio do salão.
Ela, abandonou-se. Deixou-se levar. Esqueceu o Pierrot rabugento. Já não estava mais vazia. Era, então, um salão cheio de música. O malandro reacendeu sua fogueira de carnaval.
Envoltos na mesma serpentina, agora, eram dois a rodar. Felizes e eternos.
Até a quarta-feira.

By Ginger

Jú Mancin

d °_° b Vai caminhante antes do dia nascer, Mutantes

Essas minhas andanças as vezes me levam a pessoas incríveis. Dia desses ouvi Ginger dizer:

Gosto desses caras que andam por ai,
que insistem em não ter pra onde ir;
que fazem de qualquer bar a sua casa;
que não sabem se gostam mais dos cabelos das loiras ou dos olhos da morena;
que atravessam grandes avenidas sem medo dos carros;
que caminham ao ritmo de um samba-canção;
que são indigentes conhecidos;
Bêbados queridos;
que não olham para o lado ;
que só enxergam poesia;
que cruzam minhas ruas, displicentes;
que me beijam e me esquecem antes do sinal fechar
gosto desses caras que andam por ai...


É isso aí. Eu também gosto!

sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

Gana

Jú Mancin


d °_° b Beija-me, amor - Mutantes

Eu quero uma casa no campo.
Uma rede na varanda.
Você na rede.
Eu em você.
Você em mim.
Enfim...

"...me dê um cigarro sem filtro, vagabundo como nós..."

quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

Quando o carnaval chegar...

Jú Mancin


d °_° b Noite dos Mascarados, Chico Buarque

“Mas é carnaval, não me diga mais quem é você
Amanhã tudo volta ao normal
Deixa a festa acabar, deixa o barco correr, deixa o dia raiar
Que hoje eu sou da maneira que você me quer
O que você pedir eu lhe dou
Seja você quem for, seja o que Deus quiser
Seja você quem for, seja o que Deus quiser”


Eu estava a toa na vida e me chamaram pra um sarau.
Dois banquinhos, um violão. Poetas e loucos à luz de velas.
Tudo calmo. A brisa refrescava a madrugada.
Um blues entre um verso e outro.
Entre um gole e outro, um cigarro.
Eis que chega o trem das onze, trazendo o malandro.
De terno branco e chapéu de palha.
Mas vinha sem o piano, carregava apenas o pandeiro.
O fino da bossa calou-se.
O maestro e o malandro, fundiram-se.
A taberna melancólica ganhou paredes azuis.
Portas e janelas, de um vermelho vivo, abriram-se pro alvorecer.
Do alto, despencavam confetes e serpentinas.
A voz do morro ecoou.
Do palco, inútil pedestal, fez-se batucada.
O surdão numa batida frenética, ritmava a poesia que dizia:
Mangueeeeeira-estouaquinaplata-formadaesta-çããão-Prime-i-raaaa
FRENESI!
Ela desatinou. Eu também.
Vi chegar, não a quarta, mas a segunda-feira.
Cinzas.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

Demasia

Lu Minami

Ouvindo: End of the day, Beck.


Há muita informação.
Há avenidas demais, pessoas em excesso. Sufoco.
Músicas para ouvir, bandas para meter o pau, livros para ler, filmes para discutir. Ruas para andar, lojas para comprar, praias para visitar, bocas demais para beijar. Há muitas mãos para segurar, muitas pernas para entrelaçar. Preciso de ar.
Há muitos bits em movimento. Muitas vozes no meu ouvido e muitas frases cortadas pela metade da minha garganta. Enche o saco.
Há desculpas a serem dadas e elas são muitas e pouco convincentes. Há pouco cobertor para cobrir esse mundo de gente desgraçada e gelada.
Há dias demais, passando rápido demais. Meses que se arrastam e estações que dão piruetas. Já é verão?
Há estampas além da conta para cobrir tanto cinza.
Muitos copos, muitos pratos. No entanto, há muito pouco guardanapo para limpar tantas bocas sujas.

Ah... quanto excesso.
Se eu soubesse como, vivia sem nada.
Mas nesse mundo, existem utopia e teorias demais.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

...só um sonho ruim...

Jú Mancin

d °_° b Sister Midnight, Iggy Pop

Ela só queria se ver.
De frente pro espelho, aquela imagem não lhe dizia nada.
Descobriu que enxergava com outros olhos.
Os olhos d’alma talvez.
Por isso tanta dor.
Ela era um peixe fora d’água. Quase via escamas.
Uma flor despetalada pelo mal-me-quer.
A Colombina sem Pierrot, dançando só num salão sem música.
Se sentia feia, vazia, desmascarada.
Nas mãos, levava um coração.
Na cabeça, nada. Só o silêncio ensurdecedor.
Parecia loucura.
Era loucura.
Sentiu que lágrimas rolavam.
Pelo corpo, calafrios.
Ouviu a própria voz.
“quem sou eu?”
E a resposta:
“...”
Chorava de dor, de amor, chorava de raiva.
Não se encontrou em si, nem em ninguém.
Era mesmo um peixe fora d’água.
Quase riu, quando ouviu a voz ordenar:
“engole o choro!”
Não engoliu. Chorou sozinha, por horas. Sem pensar em nada.
Se cansou de tentar desvendar o que nem era mistério.
Ela sabia que não era por ali.
Estava na route 66, quando desejava andar pela Rio-Bahia.
Soltou o espelho.
Olhou pro céu. Viu a estrela da manhã.
Pensou nos heróis. Malditos junkies.
Adormeceu ali. Pensando em estrelas e overdoses.
Acordou banhada. E resignada.
Acendeu um cigarro e ouviu a voz, de novo:
“to continue insert coin and press START button”
O jogo continua.

...metropolephobia...

Jú Mancin


d °_° b Um violeiro toca, Almir Sater

“Eu vou virar a própria mesa,
Quero uivar numa nova alcatéia,
Vou meter um "marlon brando" nas idéias,
E sair por aí,
Prá ser jesus numa moto,
Che guevara dos acostamentos,
Bob dylan numa antiga foto,
Cassius clay antes dos tratamentos,
John lennon de outras estradas,
Easy rider, dúvida e eclipse,
São tomé das letras apagadas,
E arcanjo gabriel sem apocalipse.”

Não é ataque de hippismo sem fundamento. É ansiedade.

Preciso vortá pra casa. Oiá pro meu pedaço da serra. Pisá na terra vermeia. Coiê manga no pé. Respirá cheiro de chuva. Ouví moda de viola e lembrá quem eu sou e quem eu não quero ser. Preciso pegá a estrada.

Tô cansada de flores artificiais.

Ainda bem que sexta-feira tá chegando!

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

Meu Orfeu

Jú Mancin

d °_° b Killing Moon, Echo & The Bunnymen

Eu definitivamente não quero coisas.
Não me dê coisas.
Eu quero poesia.
A luz que clareia as curvas da minha estrada.
Não que eu tenha medo do abismo. Ao contrário. Tua luz me empurra pra ele.
E é só o que eu quero.
Queda-livre!
E talvez, o chão macio me espere lá embaixo.
Talvez uma rede pra matar minha sede.
Ou, apenas Caronte, o barqueiro, disposto a me jogar aos pés de Hades.
Não se engane, Orfeu! Não me engane!
Estarei te esperando no reino da morte, longe de Cérbero, à margem do Estige.
Use sua voz pra me devolver à vida. E por favor, não olhe pra trás, nem morta eu toleraria ver-te nos braços das Mênades

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

Saldão do fim-de-semana

Jú Mancin

d °_° b As rosas não falam, Cartola

[MODE Pé-na-jaca ON]

Show no circo, saltos numa plataforma de madeira, invasão de área VIP, invasão de camarote exclusivo, cerveja na faixa, cerveja, dedo no painel do carro, fratura, cachaça, cerveja, cachaça, dedo roxo, cachaça, cachaça, cerveja, cachaça de novo, hospital, injeção dolorida, imobilização da mão, quatro a seis semanas pra recuperar, antiinflamatório, NO CACHAÇA!

Blaaaaaaaaah...

São só quatro dias, isso vai passar..rs

PS - abracei o Marcelo Camelo...aiai...não há dedinho doendo quando lembro disso!
PS'- UM ANO DE PEARL JAM NO BRASIL...grunges never die!
PS" - Contagem regressiva pra fugir pro meu jardim, e convesar com as rosas, elas não falam, nem sei se exalam, mas ouvem muito bem, e eu preciso ser ouvida sem ser julgada...

[MODE Pé-na-jaca StandBy até depois do carnaval]

sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

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