quarta-feira, 26 de abril de 2006

Onde arrumar inspiração?

Lu Minami

Ouvindo: Why does my heart feels so bad?, Moby.

Não deveria ser difícil arranjar inspiração num mundo como o nosso. Eu preciso de um motivo para escrever neste blog e posso nomear vários. Eu poderia falar de livros, discos, histórias bizarras que só acontecem na minha presença, amores errados, novas tecnologias, as eleições, futebol, orkut, enfim! Dá para ensaiar horas sobre um mesmo tema, apresentar argumentos e visões diferentes. O problema é justamente esse: há muito o que dizer. Mas também há muitos canais de comunicação para ler, ouvir, assistir, participar. Me vi hoje pensando: "O que eu poderia escrever no blog?"

Minha inspiração hoje se baseia nela mesma. Quando falo de amores errados por exemplo, - justifico minha escolha porque só conheço essa modalidade - vou direto ao jeito chicobuarquiano de ser. Falo dos males e não somente das flores. Gosto do lado sujo, obscuro, traidor, mosntruoso que o amor esconde debaixo daquela aura de paixão ardida, beijos eternos, abraços do tipo cobertor. Cansa. A perfeição cansa. No entanto, a imperfeição é sempre um desafio que deve ser desvendado mesmo que caia novamente na primeira frase a ser pensada a respeito: estou apaixonada. Me deparo então com outro problema: como não soar redundante?

Por isso admiro o único. A situação que você vive, ninguém mais vive igualmente a você. Por isso talvez valha a pena compartilhá-la com outras pessoas. Tudo deveria servir de material para reflexão, mesmo que por poucos segundos.

Também adoro a casualidade. Admitir a remota idéia de que existe algo chamado "predestinado" me deixa um pouco apavorada. Então, simpatizo com a idéia de topar com um livro sensacional, um disco sublime, uma notícia realmente boa, um amor inesquecível por puro acaso (do destino? rs...). Bem, é assim com a inspiração, mas pode e deve ser treinada e acessível.

A última coisa que quero é que esse post soe desesperançoso. Não é para ser. É um "Atenção" em letras vermelhas, mas não garrafais, porque não gosto que gritem comigo e suponho que vocês também não. É só para lembrar que a inspiração deve ser cultivada. Seja num sorriso ou numa lágrima. Numa desavença ou num encontro feliz. No azul da manhã ou no vermelho do crepúsculo de todo dia. Na casualidade ou numa situação esperada. Eu preciso praticar mais a minha.

A apatia é a última coisa de que precisamos.

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