quarta-feira, 28 de dezembro de 2005

Que venha o Ano Novo então!!!

Jú Mancin


Ouvindo Get Out Of My Kitchen, de não sei quem mas é groove e jazz...

Well, chegamos em dezembro, mais um ano tá indo embora. É época de despedidas e de boas vindas. Adeus ano velho. Feliz ano novo. E que tudo se realize de fato.

Seguindo a tradição, e a exemplo da minha querida amiga nipônica aqui embaixo, me despeço de 2005.

Posso dizer que esse foi um ano lindo, cheio de realizações, com alguns contratempos, mas de uma maneira geral, um bom ano! Vi quem queria ver, ouvi o que queria ouvir. Sim, o Pearl Jam mudou tudo, o que seria um 2005 quase vazio se tornou O 2005. Claro que não só por isso, mas foi uma boa contribuição, quem me conhece sabe. Algumas coisas mudaram dentro de mim.

Outras jamais mudarão...

Eu amo você. Sou "cUritnhiana porra!". Ouço rock e caio no samba. Não perco tempo com pequenas coisas. Acho a vida curta. Fumo pá cacete. Acho que tudo na vida tem jeito, menos mau gosto (o dos outros, é claro). Saio de pijama na rua. Choro pensando na Seatlle 90'. Pretendo conhecer a Grécia e estudar história no Chile. Espero um surto de consciência do povo brasileiro. Não abro mão dos carnavais em Jurupema. Sou louca por coca-cola, chocolate e pela minha família. Ainda acho "O Campeão" o filme mais triste do mundo. Sou uma looser incondicional. E sim, eu ainda amo você!!!

Bom, pra 2006 espero muita saúde, muito sex and rock n´ roll, muito boteco, uma graninha decente pra viver, muito sushi, sashimi, pizza e churrasco e muita, muuuuita, muuuuuuuita risada, muitas horas de conspirações, muita imaginação pro nosso BLOG. Espero realmente que Peter continue na minha sombra, e que me faça lembrar sempre de onde eu vim!

Tendo pronta minha wishlist, cabe a mim abrir os braços e gritar:

QUE VENHA 2006!!! No melhor estilo Copa do Mundo...rs...

segunda-feira, 26 de dezembro de 2005

Despedidas e Boas vindas...

Lu Minami

Ouvindo: Velha Roupa Colorida, Elis Regina

Para 2005:
Adeus. Você foi um período estranho e meio temperamental. Em alguns meses, me dava a felicidade completa; em outros, arrancava da minha mão e a jogava aos ratos. Em uma semana, fazia com que o tempo se arrastasse e não produzia nenhuma lembrança significativa; na semana seguinte, fazia com que minha vida se tornasse um tornado, desses que destróem cidades inteiras. Virou minha vida do avesso, me deu um chacoalhão e depois trouxe a paz para que eu refletisse e entendesse seus motivos. Eu entendo, mas o tornado poderia ter sido mais fraco e a tempestade, mais curta, não acha? Foi um ano que privilegiou a verdade, eu gosto disso. Mesmo com todas as CPIs e os inquéritos no futebol que não vão dar em nada, mesmo com um presidente apático que foi massacrado pela chance que ele mesmo criou durante os últimos anos, mesmo com todas as perdas e danos, você agiu com sinceridade, suponho. Me deu bons shows, eu agradeço. Revivi minha adolescência rebelde e chata, cantei de pulmão exposto e gritei com todas as forças que eu julgava ter. Na verdade, descobri que posso gritar mais. Também descobri que posso ser mais chata do que já sou e que mesmo assim, as pessoas vão se apaixonar por mim e eu vou me apaixonar pelas pessoas mais improváveis. Algumas dessas paixões vão embora e não deixam rastro nenhum, mesmo que um dia eu tenha acreditado que seriam eternas. Amores e esperas gentis que eu supus que iriam se concretizar um dia, mas você me mostrou que eu estava enganada, de um jeito definitivo. Foram tapas seus na minha cara, bem dolorosos, por sinal. Outras paixões se transformam em amizades lindas e desprovidas de qualquer malícia e isso é realmente meigo de sua parte, 2005. Me dar amigos novos e maravilhosos foi um dos seus melhores feitos. Me dar um trabalho que requer energia e muita disposição para mudar, também. Sem contar o fato de me manter sempre junto à minha família. Você também me deu ótimas viagens, excelentes companhias, árduas lições. Derrubei lágrimas, libertei meus berros de indignação, beijei quem eu quis, soltei todas as gargalhadas que podia, dancei sem prestar atenção na música, abracei todos que abriram o peito para mim e conversei com todos os olhos que consegui mirar.
Na verdade, 2005... você foi um excelente ano.

Para 2006:
Bom, você eu desconheço. E, para falar a verdade, eu não espero muita de coisa de você. Aliás, eu não quero esperar.
Seu antecessor me mostrou o quanto 365 dias podem trazer vida para dentro de uma pessoa e isso significa que a morte também estará sempre perto. Morte de alguém querido, morte de um sentimento, morte de uma situação insustentável. E por isso, vou te aceitar com doçura, porque sei que você vai dar o melhor de si para que eu entenda tudo isso, sem que eu precise perder pedaços de mim e de minha alma.
De você, eu peço paciência. Paciência para entender que não sou contínua como o seu tempo e confessar que eu gostaria de pará-lo ou acelerá-lo muitas vezes. Me desculpe quando eu desejar que isso aconteça, mas os momentos pontuam a vida de todo mundo por aqui, sabe? Então, às vezes, seguimos uma outra linha de tempo. Sei que será difícil para você, pois teremos Copa do Mundo, eleições, um verão que está apenas começando, novas paixões, antigos amores, grandes amigos, prováveis inimigos, crianças que acabaram de dar seu primeiro sorriso, pessoas que estarão dando seu último suspiro, grandes estréias e enormes fracassos. Você tem muito trabalho, é verdade. Mas acho que vai se dar bem.
Você tem um trunfo e tanto nas mãos: o mundo inteiro hoje, acredita em você e espera ansiosamente a sua chegada.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2005

...



Quando uma canção diz tudo.
Quando as imagens substituem a fala.

terça-feira, 6 de dezembro de 2005

GRUNGE or DIE!!!


Jú Mancin

Ouvindo Pearl Jam, Pacaembú 02/12/2005

Mesmo que eu tentasse, não saberia descrever como me senti esse fim de semana!

Sim, esse ingresso vale ouro. Sim, ele vai pra minha parede, aliás, os dois vão. Sim, estou em depressão pós-show. E sim, São Paulo foi o palco dos melhores momentos da minha vida nos últimos 28 anos.

Vi os anos passando como um filme, meus amigos, amores, minhas músicas. Me vi, por um instante sobrevoando o Paca, olhando nos olhos de cada uma daquelas pessoas e vendo neles o mesmo brilho de tempos atrás! Tempos que eu pensei que não voltassem mais!

Já tentei definir os dois shows, mas a única coisa que vem à mente é: FOI DO CARALHO! Então é isso. FOI DO CARALHO! FOI DO CARALHO! FOI DO CARALHO! FOI DO CARALHO!!!

E melhor ainda. Estava na melhor companhia! VALEU!!!

Grunges never dies... never, never, Neverland...



Lu Minami


Ouvindo: Corduroy, Pearl Jam / Kick Out the Jams (MC5)

Dia 2: Dia gelado, úmido, típica São Paulo. Ali em Pinheiros, acompanhada de 10 homens, (naquele dia, meninos lindos de cabelos rebeldes) caminhamos entre ladeiras, buracos, cemitérios, semáforos abertos, faixas de pedestre apagadas, rumo à Seattle futebolística. Meu coração palpitava, minhas pernas tremiam e minha boca secava. Ali, na pista, milhares de pessoas se amontoavam e se preparavam para um show histórico, onde o tempo ia parar, o amor ia perdurar e as gargantas não iam cessar o grito junto aos braços em direção ao céu.
18h12 - O Mudhoney, dinossauros do grunge cru e garageado, invade o palco e mostra para quê veio. Touch me I´m sick faz com que as mais comportadas garotas queiram tirar a blusa e mostrar o peito aberto.
19h21 - O quarteto mais abençoado da minha época se apresenta com suas guitarras berrando, baquetas a espancar a bateria que adquire vida própria e a voz de todos os 15 anos da minha vida sussurando no meu ouvido a dizer: Não cresça nunca. Meu sorriso de compreendimento se transforma em lágrimas e pulos frenéticos em direção às nuvens cinzas de São Paulo. Chega um momento em que não sei mais se chove no estádio ou dentro de mim. Fico parada observando tudo a minha volta e me pergunto se realmente estou ali, com 40 mil corações batendo ao mesmo tempo. A banda da minha vida é como a banda dos meus sonhos. Tem respeito por seu público, esmero em suas composições, paixão em cada nota e sílaba cantada, rebeldia madura em cada fio de cabelo, em cada ruga. A banda dos meus sonhos não me decepciona e nem estapeia a minha cara com preconceitos e hipocrisia.

Dia 3: Não deu para resistir. Não consegui imaginar um segundo show na Seattle brasileira que eu não pudesse assistir. A mesma correria, o mesmo aperto no coração quando cambistas me disseram que não conseguiriam mais ingressos. Eu imaginei que poderia ficar do lado de fora do estádio e só ouvir, mas ainda bem, não consegui. Uma boa alma me vendeu seu ingresso e eu entrei de coração acelerado e totalmente exposto. Eu queria mais. Queria pular mais, gritar exageradamente, transbordar minha euforia através dos meus olhos, braços e pernas.
19h19 - O quarteto doce como o vinho que bebiam entra no palco e começa tudo de novo. Os sentimentos ultrapassam minha pele e saem voando pela multidão. Olhando para baixo, via-se um mar de braços agitados e um céu de estrelas cadentes. Tudo explodia à minha volta. A voz, o baixo, as palmas, a guitarra e a bateria. Homenagem à irmãos que se foram nos fazem acreditar em milagres, o convite ao amigo para subir, cantar e chutar o mundo idiota e o encerramento do show com o estilo mais libertário a la Neil Young nos faz pensar em que mundo vivemos e porquê é tão difícil a paz entre pessoas e dentro de seus corações. Assim, a banda da minha vida e dos meus sonhos nos deixa em estado de graça e doçura, com aquele sentimento de dever cumprido.

É uma daquelas coisas que a gente coloca no caderno de memórias da vida e dos amigos, para nunca mais esquecer como é bom estar junto de quem a gente gosta e aproveitar a vida. E é também um daqueles ítens que a gente coloca numa lista intitulada: "Coisas que preciso fazer antes de morrer". Ainda faltam algumas coisinhas, mas já me sinto bem satisfeita.

ADENDO: Este foi o mês mais rock and roll da minha vida. Iggy Pop, Fantomas, Nine Inch Nails, Sonic Youth e Flaming Lips na semana passada e double show do Mudhoney e Pearl Jam nesta. É claro que ainda há um espacinho para o bom e velho samba. De Seu Jorge a Los Hermanos, dando uma passadinha pelo Tom Zé...

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