quinta-feira, 24 de julho de 2008

a hard day´s night

Jú Mancin

d °_° b hard with wings, MORPHINE

sabe quando, às tres e meia da manhã, você chega em casa, e olha pro céu e vê um breu, e olha pro lado e não vê nada, e nada faz sentido e você quer mais é que o sentido se foda. você quer é ver oco. e ouve o silêncio dizendo segredos e o pensamento voa longe...[volto pela rua mais escura]

você pega o telefone e chama, desesperadamente, por aquele velho amigo e ele atende, assombrado com a surpresa, meio sonolento, te pergunta o que foi, e você sem se dar conta do perigo, confessa todos os segredos e reza aquele velho terço desbotado, choraminga as mágoas de um passado já distante, e conta tudo, não mede palavras, não mede esforços e a cabeça gira e o corpo dói, dói, dói...

[anfetamina e álcool]

e você diz que não passou, que não parou e ele diz que também sente e sente muito, mas precisa desligar, amanhã vai trabalhar, porque o tempo voou e a infância se foi, e de tudo, o que sobrou, foi aquele velho jardim...

você desliga o telefone, sem saber o que pensar e toma um café, mais um cigarro, liga o chuveiro, pega o chapéu, e passa o resto da noite, sentada embaixo d'água, a esperar papai noel...

2 comentários:

Lu M. disse...

tem dias que a noite é foda.

nossa, como é foda.

Anônimo disse...

Foda!

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