sábado, 30 de abril de 2005

Deu branco...

Ju Mancin
Ouvindo um black qualquer que tá tocando aqui no jogo Fifa Street do PS2.
A única coisa que tenho a dizer é DEU BRANCO...
Depois de um determinado tempo ao lado de três pessoas insanas é essa a sensação que eu tenho agora.
Foi um brainstorm um tanto conturbado, mas nem tudo está perdido, me lembrei de anotar alguns fragmentos que me deixaram na dúvida.
"...a lógica da viagem..."
Se é viagem não pode ter lógica, ou pode?!
"...depois disso, o cigarro fica muuuuuuito longo, só pode ter alguma coisa aí..."
Seria essa mais uma conspiração? O tamanho do cigarro aumenta de acordo com as nossas atitudes???
Agora o mais importante, será que alguma das três elementas aí (é com vocês mesmas!!!), poderia me fazer a gentileza de explicar a Teoria do cação e do tubarão, que até agora está martelando na minha mente.
Citações da noite...
"Eu não to conseguindo parar de rir!!!"
Carol
"O trauma é provocado pelo medo."
Dra. Kátia Ramires Eduardo
A Lú fez uma musiquinha bem estranha, a única coisa que consegui captar era algo como "modo de dizê...modo de falá..."
Sei lá, foi uma sequência de acontecimentos bizarros, nenhuma história tinha fim e nem começo, e eram repetidas muitas vezes.
E por falar nisso doutora, ainda estou esperando a explicação sobre a expressão "chato de galocha" e sobre "de meia tigela".
Até que do branco saem coisas interesantes...
Vamos ver, hoje tem a parte II.

Os Três Mosqueteiros

Lu Minami

Ouvindo: O Velho e o Novo, Los Hermanos

Estou lendo Os Três Mosqueteiros, do Alexandre Dumas. É um livro de aventuras e, em sua época, deve ter sido para os jovens e crianças, uma tentativa de lhes mostrar como a coragem e a bravura eram virtudes que acompanhavam as amizades, a honra e os princípios.

Por exemplo, tem uma parte no livro em que D´Artagnan leva uma mensagem de Ana da Áustria para o Duque de Buckingham - seu suposto amante - que resolve, pela honra da Rainha, declarar guerra contra a França. Ao final da conversa, D´Artagnan estende a mão e cumprimenta o duque, com a certeza de que haverá honra entre os dois homens somente se estes se encontrarem no campo de guerra. Tudo isso por causa de um chifre que o marido - o Rei - levou.

Agora, pensa comigo. Hoje em dia... como seria essa história? O Zézinho, ajudante da quitanda do Seu Lauro, precisa avisar o amante da mulher do seu patrão que ela precisa daquela saia de volta, pois seu marido quer levá-la ao forró do bairro com a saia presenteada. Por esses acasos do destinos, a saia não se encontra mais com o pedreiro. Chama-se então a costureira da rua, que confecciona uma saia idêntica que deverá ser levada à mulher do quitandeiro. Para que o ajudante/mensageiro não corra risco de ser pego durante essa entrega, o pedreiro resolve construir uma barricada na rua, para impedir que Seu Lauro veja toda a movimentação. Este fato acaba gerando uma revolta na rua e os vizinhos começam uma disputa. Obviamente o ajudante/mensageiro ficará do lado do patrão e vai encher de porrada o pedreiro, por quem é leal e este paga seu salário em dia. O final é aquele que todo mundo já sabe. O Jornal Hoje de amanhã vai falar sobre o assunto e ninguém nunca mais vai saber o que aconteceu. Se a amante foi pega, se o marido continua sendo corno ou se o pedreiro gostou mesmo é do mensageiro e resolveu tratá-lo como seu.

Sem contar que no século XVII, Ana da Áustria nunca chegou a sequer beijar o duque e, mesmo assim, fora considerada desleal e traidora do reino francês. Foram só umas olhadinhas de lado e olhe lá! O nosso quitandeiro é corno mesmo, já que a mulher deve ter dado para a metade dos estabelecimentos comerciais daquele bairro lá da zona norte de São Paulo.

Acho que hoje pelo menos, as coisas são mais claras. Corno é corno mesmo, vagabunda é vagabunda mesmo e safado sempre é e continuará sendo safado. Além do mais, imagina fazer um rebuliço desses sem nunca ter dado sequer uma escapadinha de verdade?

Ainda assim, recomendo o livro. É lindíssimo.

sexta-feira, 29 de abril de 2005

Amigos...

Ju Mancin

Seguindo a linha revival, também vou publicar aqui um texto que escrevi sobre amigos essa semana, num surto de sentimentalismo barato...eu tava ouvindo Amigo, Ataque 77, quando escrevi, mas agora eu estou ouvindo Express yourself, Madonna.


"Você meu amigo de fé, meu irmão camarada, amigo de tantos caminhos de tantas jornadas..."

Pode crê, já me enfiei em cada uma com os amigos.
Já me perdi em Parelheiros as duas da manhã (isso mesmo, eu disse Parelheiros, nem me pergunte como fui parar lá), levei oito horas pra chegar à São Tomé das Letras, pq minha prima conhecia o caminho (antes de chegar à Minas Gerais passei pelo Rio de Janeiro). Nosso carro já quebrou na Vicinal Taquaritinga/Jurupema às onze da noite de uma segunda-feira de carnaval (e eu tive que segurar dois insanos com medo de fantasmas/E.T´s/assaltos?!/chupa-cabra/atropelamento). Fui roubada em Peruíbe (roubaram meu discman novinho). Entrei numa balada de R$ 1,00 em Águas de Santa Bárbara (estudante pagava meia!!! lembram Karú e Van???). Peguei um barqueiro filho da puta em Cabo Frio. Enfrentei engarrafamentos surreais. Passei muitos meses esperando para ver os filhinhos (lindos) recém-nascidos dos meu amigos, vendo as crises das futuras mamães. Enfrentei todo o tipo de Síndrome possível ao lado das pessoas queridas.
Essas e muitas outras que valeram a pena e que eu faria, sem dúvida, de novo!!!

"Cabeça de homem, mas o coração de menino, aquele que está do meu lado em qualquer caminhada..."

Inclusive tocando campainha na casa dos vizinhos.
Esse papo de cabeça de homem e coração de menino é puro eufemismo, na verdade somos um bando de retardados mesmo, todos com síndrome de Peter Pan, mas também pudera, crescer deve ser muito chato, eu não quero!!!

"Me lembro de todas as lutas meu bom companheiro, você tantas vezes provou que é um grande guerreiro..."

Guerreiro, companheiro...essas coisa me levam ao meu pai. Talvez um dia, com muito, não, muuuuuuuuito esforço, eu consiga chegar a ser algo semelhante ao que ele é...
"O seu coração é uma casa de portas abertas, amigo você é o mais certo das horas incertas..."

Casa de portas abertas não é difícil encontrar, os meus amigos são ainda melhores, eles têm as geladeiras abertas, e normalmente cheia de guloseimas, e de cervejas e vinhos também...

"As vezes em certos momentos difíceis da vida, em que precisamos de alguém pra ajudar na saída..."

Eu que sei de momentos difíceis, se não fossem meus amigos onde eu estaria agora???

"A sua palavra de força, de fé e de carinho, me dá a certeza de que nunca estive sozinho..."

Essa é boa, tem palavra mais reconfortante, num momento difícil, do que CERVEJA?
E se associar CERVEJA, BAR e EU PAGO, então?
Meus amigos são assim...

"Você meu amigo de fé, meu irmão camarada, sorriso e abraço festivo da minha chegada..."

E da minha saída tb, afinal, meu quarto é o paraíso das diversões eletrônicas, e quando eu saio a galera entra...hahahahaha

"Você que me diz as verdades com frases abertas, amigo você é o mais certo das horas incertas..."

"Juliana, tira a bunda do sofá e vai trabalhar menina!"

"Nossa Jú, se você continuar nesse pique, nem a cirurgia de redução do estômago vai dar jeito"

"Tira minhas pulseiras que eu vou usar, porra!"

"Nossa Tchuca, seu cabelo ficou meio esquisito!"

"Isso é o máximo que você conseguiu fazer???"

"Não preciso nem dizer, tudo isso que eu te digo, mas é muito bom saber que você é meu grande amigo!!!"
Pai, Karú, Ruds, Shirley, Arroiz, Juca, Gugu Li, Lú, Ká, Má, Beatriz, Selma, Binho, Akira, Cacá, Carol, Vi, Wilder, Lelê, Vila, Marisa, Thiago, Dennis, Rato, Bá, Leandro, Vanessa, Bete, Teka, Pri, Gui e todos os outros primos e primas que não cabem aqui e obviamente todos as tias e tios (de sangue ou não). E especialmente minhas duas avós e amigos que ficarão para sempre na memória e no coração, Mãe e Lú.

Caminhos Cruzados

Lu Minami

Ela caminha em seu apartamento, em passos rápidos enquanto seus saltos fazem o barulho oco no piso de madeira. Cloc, cloc.
Atravessa os cômodos, entra na cozinha, pega um copo d´água e uma maçã pequena, busca o celular que deixou carregando, pega o casaco em cima da cadeira, enrola no pescoço o cachecol que está largado no sofá, pega as chaves, olha para o apartamento desarrumado, nota a samambaia quase morrendo e anota mentalmente que precisa dar água para a planta e alugar um bom filme à noite.

Um pouco desapontada, lamenta ter pego o elevador de serviço, pois este não tem espelho para saber se o seu cabelo está assentado, sem fios rebeldes e descontrolados.
Olha nos reflexos dos carros da garagem, sem parar, no entanto. Não fica tão satisfeita porque os vidros dos carros a engordam. Entra no carro, dá a partida, olha no retrovisor e arruma o lápis do olho, um pouco borrado. Começa o dia com o noticiário, para atualizar as notícias velhas de ontem.

Dá ré, manobra e segue em direção à saída da garagem. Vira à direita e cruza a avenida.
Quase bate num carro. Estava distraída, ouvindo a notícia de um incêndio que aconteceu num bairro próximo durante a madrugada.
Olha para o motorista, quase brava. Ele é bonito, pele bem clara, cabelos pretos, pouco molhados e ondulados, olhos sonolentos e pesados. Deve ter acabado de acordar, pensa ela. Ela continua olhando, pois param um ao lado do outro, apesar do susto. Mãos bonitas, bem cuidadas, assim como a barba. A blusa bege estava encardida e um pouco desfiada, mas combinava com ele. Ele fumava e balançava o cigarro no ritmo da música. Se ela se esforçasse, conseguiria descobrir que música ele estava escutando. Mas o farol abriu e ela imaginou seu nome e seu prato favorito, enquanto o olhava pelo retrovisor.


Ele está atrasado. Muito atrasado. Toma banho correndo, escova os dentes correndo e procura algo para comer. Nada. Na garrafa térmica, o café da semana passada que a diarista que só vinha às quartas-feiras fazia. Tudo bem, ele pensou, enquanto entorna metade de um copo americano goela adentro.

Procura o casaco de naylon que sua mãe dera no Natal. Acaba vestindo uma malha de tricô bege jogada em cima da mesinha do telefone. Este toca, esgoela. E ele não atende. Estava atrasado mesmo, a ponto de seus colegas ligarem para saber se estava vivo, doente ou morto.

Molha a mão na torneira da cozinha, ajeita o cabelo no reflexo do microondas e tira uma remela grudada no olho esquerdo. É melhor lavar o rosto. Na pia da cozinha. Estava atrasado, não dava tempo. Dá uma última olhada para o apartamento antes de fechar a porta atrás de si. Precisa dar um jeito nos pacotes de salgadinhos e amendoins. E recolher as latas também.

Chama o elevador, uma vez somente. A porta abre e a vizinha gostosa que mora 2 andares acima lhe sorri e deseja um bom dia. Sem vergonha dos seus pensamentos ele deseja o mesmo a ela, dá um breve aceno com a cabeça e entra na garagem. Balança o molho de chaves e entra no carro. Liga o carro, liga o rádio. Manobra, precisa de música para acordar.

Sai da garagem e acende um cigarro. Vira à esquerda e cruza a avenida.

Buzina, desvia e quase bate num carro branco. Só pode ser mulher, ele pensa. E é mesmo. Uma mulher de cabelos lisos, com reflexos loiros, num corte repicado que ele não gostava, mas que nela tinha ficado bom. Ele pensa no corpo dela e fica satisfeito, mas ela olhou para ele, que ficou envergonhado. Tinha acabado de acordar, vestido com uma blusa velha, despenteado e com sono.
Dava quase para adivinhar o cheiro dela. Ele pensou que não teria problemas se a chamasse para sair, tomar um vinho, pedir seu telefone.
O farol abriu e ele olhou para a pedestre gostosa que acabava de chegar ao outro lado da rua. Colocou na primeira marcha e deu uma última olhada pelo retrovisor torto.
Maldito manobrista.


Este texto é de estimação. Escrevi em julho do ano passado e foi publicado num site, mas gosto tanto dele que decidi postá-lo hoje. Além do mais, ele me convence que tudo que é casual tem um sabor diferente. Esse gosto meio doce, azedinho no final, amargo na garganta. A gente fica na dúvida se quer provar de novo ou não... Será que provamos sem querer?

Lu - de caso com o acaso

Neverland nunca mais será a mesma...

Jú Mancin

Ouvindo Stand By Me


"Vem a gente abala se quiser, a gente abala se puder... "


Aqui estamos nós, num blog a quatro mãos, da mesma forma que nasceram grandes obras da música, ou pelo menos, da mesma forma grandiosa que foram executadas.

Um é pouco e dois é bom, duas então..imagina...

Este espaço nasceu entre um café e um cigarro e muitos devaneios, síndromes e gargalhadas, e assim ele deverá se manter.

Seguindo a linha do non-sense...porque como já dizia Charlie Manson "o sentido não faz sentido" e nada mais non-sense do que o próprio Manson né...

Aqui discutiremos todas as coisas, vamos falar de música, literatura, excentricidades do cotidiano, amores, amigos, paixões, futebol, política, crenças, medos, viagens e claro, os causos do dia-a-dia e os tais fragmentos extraídos de conversas alheias que nos rendem tantas discussões infudamentadas.

Preciso ressaltar também um dos temas que aqui estarão constamentente, a origem e o significado das palavras e das expressões utilizadas popular ou eruditamente.

Por hora é só...

Sejam Bem-vindos à nossa Cyber Nerverland, com muito café e cigarros.

Jú e Peter, Sininho, Wendy, e toda a
Gang aqui da Terra do Nunca.

Weeeelcome to Neverland!

Lú Minami
Ouvindo: Carnival, The Cardigans

Primeiro post, aquela coisa... Como inaugurar um blog? Um testemunho, ainda que virtual, das desventuras em série de duas pessoas que partilham da ociosidade e a vêem como uma grande e amável companheira? Não só da ociosidade, mas também do cotidiano, da paixão por filmes, pessoas, músicas, livros, personagens, manias insanas, café, cigarros e fragmentos alheios de conversas de terceiros que levam à discussões profundas, sérias e extremamente engraçadas? A pura e simples constatação de que perder tempo falando abobrinha é sempre o melhor remédio para qualquer coisa chata da vida.
Escrever sozinho é bom, você pode divagar o quanto quiser nas suas idéias, pensar em absurdos e até ousar passá-los para a realidade das teclas e monitor, anotar mentalmente algum assunto e abordá-lo depois, enfim... Mas, se já é bom sozinho, não seria genial em dupla?????? Principalmente com alguém que tenha a mesma necessidade de expor seus pensamentos loucos, conclusões surreais e esquizofrênicas para o mundo entender de uma vez por todas que ser louca é bem melhor que ser normal. Uma segunda opinião imediata, em tempo real.
Eu e a Ju nos conhecemos faz tempo, temos uma coleção respeitável de histórias e acessos de criatividade que, caro visitante, devemos compartilhá-los com vocês. Guardar isso para si faz mal, minha mãe que diz. Eu espero, de verdade, que vocês gostem.

Beijo da Lu - Recém-desperta do País das Maravilhas e indo dar um rolêzinho na Terra do Nunca com o Peter.

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