segunda-feira, 28 de novembro de 2005

Keep Rock!!!


Jú Mancin


Ouvindo Lust for Life, Iggy Pop

Ingressos para o festival na última hora: NÃO TEM PREÇO

Estacionamento de lama no alto da montanha: NÃO TEM PREÇO

Conhecer o ROCK na sua essência e compreender sua alma, vendo Iggy Pop se contorcer no palco e os Stooges esmirilhando suas guitarras, baixos e até o sax fazendo rock n´roll: NÃO TEM, NUNCA TEVE E JAMAIS TERÁ PREÇO!!!

Esse fim de semana foi supremo!!!

IGGY E STOOGES, SONIC YOUTH, NINE INCH NAILS E FANTOMAS!!!

Nunca achei que teria uma semana assim!!!

LET´S ROCK!!!

segunda-feira, 21 de novembro de 2005

Zabé, Zabé...

Jú Mancin


Ouvindo Toada Velha Cansada, Cordel do Fogo Encantado.

Antes de qualquer coisa, gostaria de elogiar a atitude do Excelentíssimo Sr. Prefeito de São Paulo, José Serra, pela VIRADA CULTURAL em SP, realizada no final de semana. Até que enfim, alguém percebeu que o povo não quer só comida, e precisa muito de diversão e arte! Como já disse antes, ele não comprou meu voto, não com esse fim-de-semana cultural, mas ganhou o meu respeito.

Há tempos atrás assisti a um show desses caras. Fantástico. Poesia ritmada, percussão incansável. Eletrizante. Mas o que me chamou a atenção, foi o Lirinha recitando uma poema de Chico Pedrosa, que falava da Zabé. Eu passei uns anos caçando esse poema pela NET, e hoje encontrei, com seu verdadeiro nome, chama-se Do outro lado de lá. Vou postá-lo aqui, não deixem de ler, e nunca, eu disse NUNCA, perca um show do Cordel, você pode ser presenteado pelo Lirinha, com a declamação dessa poesia.

Do Outro Lado de Lá (Chico Pedrosa)

Seu vigário esse papé
recebi da sua mão
quando casei com Zabé,
fia do seu sacristão,
espie sua assinatura
de tão véa tá escura
que inté prá lê dá trabai
mas foi o senhor que fez
eu vim aqui outra vez
pro senhor quebrá meu gai.
Me empreste logo o rosário
e diga donde eu me ajueio
corra e tire do sacrário
o livro de dá cunseio
se ajueie e vá rezando
me ajude tô precisando
tomar umas providência
Zabé morreu faz três ano
mas vive me catruzando
que eu já tou sem paciência.
Seu padre essa escritura
ou seja, esses decumento
é a lembrança mais pura
que eu guardo do casamento
merece tanto respeito
que eu nem sei dizer direito
quanto vale esse papé
guardei com todo cuidado
se ele hoje tá manchado
a culpada foi Zabé,
que antes de se casar
era um amor de menina
passava as horas a rezar
tocando na sarafina
querendo imitar os anjo
prá laçar esse marmanjo
como de fato laçou
com as corda do má custume
ensebada de ciúme
que não sei onde ela achou.
Passei vinte e cinco ano
vivendo nesse tuimento
e faz três que tô morando
do purgatório prá dentro
tudinho por que Zabé
dispois da lua de mé
garrou de ter ciúme deu
e inté quando sonhava
dava um pulo e se acordava
prá mode brigar cum eu.
E eu dizia Zabé...
acaba com essa besteira
tu sois a minha muié
deixa dessa ciumeira
que o que é ruim não interessa
vai prá missa, te confessa,
e ela ia? Ia nada,
ia pulá no terreiro
do véi Migué xangozeiro
pai de santo da maiada.
Nos terreiro de macumba
Zabé era uma paiaça,
aprendeu a tocar zabumba,
fumar e beber cachaça
puxá peixera e brigar
e se eu ia aconseiá
Zabé virava no cão
dava febre, adoecia
passava cinco, seis dias
levando vela na mão.
Igualmente a Zabé
o sol não cobre outro traste
onde ela butava o pé
nunca mais nascia pasto
gostava de uns mexerico
umas cunversa, uns fuxico
coisa de gente mesquinha
foi num foi chegava em casa
com os olhos da cor de brasa
num sei de onde diabo vinha.
E mandado num sei pro quem
um dia tomou uns porre
caiu do carro do trem
ficou morre mais num morre
seu pai de santo veio cá
levou ela pro gongar
deu-lhes uns passe de magia
junto com seu cambono
Zabé agarrou no sono
morreu nesse mesmo dia.
Graças a Deus, me livrei
dessa cruz que eu carregava
mas né que um dia eu sunhei
que Zabé ia e vortava
acordei sentindo um cheiro
de foia de marmeleiro
com fumaça de escama
abri os óio e vi um vulto
me dirigindo uns insulto
sentado no pé da cama.
Ah seu padre nessa hora
fiquei mais fri do que gelo
arripiou sem demora
tudo quanto foi cabelo
eu nunca fui de tremer
nunca fui de temer
assombração nem visage,
mas quando vi a marmota
me senti um idiota
fartou-me folego e coragem.
As reza que faz sucesso,
ha rezei que fique cansado
rezei o credo as avessa,
o rosário atravessado
o pai nosso miudim
inté a reza de São Longuim
que minha avó me ensinou,
mas quanto mais eu rezava
mas a alma se enfiava
debaixo do cobertor.
Aí eu pensei comigo
que diabo essa alma qué
passei a mão no imbigo
pra vê se era muié
era Zabé sim sinhor
me deu no corpo um tremor
um frio e um farnizim
fiquei todo arrepiado
como um animá cercado
por dez vira lata ruim.
Me esqueci da oração
de afugentar coisa feia
também com tanta aflição
quem é que não se aperreia
por isso é que eu vim aqui
por sinhor correndo ir
na cova que Zabé tá
jogar umas água benta
pra vê se Zabé se aguenta
do outro lado de lá.

quinta-feira, 17 de novembro de 2005

Mais tempo...


Lu Minami

Ouvindo: Edge of The World, Faith No More.


Um pouco de tempo, ela pede. Tinha cabelos longos e lisos que nunca tinham pontas quebradas ou embaraçavam. Tinha olhos sempre úmidos, daquele jeito que a gente fica quando boceja ou quando está prestes a chorar. Sua boca era rosa, combinava com a cor das maçãs do rosto e contrastava com a testa alta e lisa.

Mas ela, delicadeza esmiúda dentro daquele corpo franzino, se sentia um animal. Não pelo sentido voraz da palavra, mas porque suava, se despenteava e esticava a boca, arreganhando os dentes brancos com os caninos alongados. Suas unhas se enterravam na pele quente daquele que, por cima dela era, por sua vez, voraz no sentido literal da palavra.

Pensava se era o certo. Questionava os motivos e não encontrava nenhum que justificasse aquela posição. Estava por baixo ou por cima, tanto fazia. Ele a segurava forte, como quem nunca mais vai deixá-la, mas ela sabia, dentro de suas unhas cor de leite, que ele iria escapar novamente. Passavam pensamentos obsoletos em sua cabeça: o trabalho que era feito com preguiça e sem paixão; a sua mãe que esquentava água para o café todos os dias; os discos que ela nunca tinha comprado; as despedidas esquecidas na gaveta. Ela se sentia obsoleta naquele instante que amanhã não teria importância alguma para ele. Ele continuava indo e vindo, no vaivém desenfreado de quem tem pressa. Ele deseja partir logo e ela, mesmo com o discurso pronto na ponta da língua "Não vá embora, fique aqui", não via a hora de acabar para sentir saudades daquele cheiro, a pele molhada e a boca entreaberta em contraste com os olhos fortemente fechados.

Parecia bonito, ela pensava. Aquelas boas histórias para se contar na companhia de um vinho seco e um Marlboro pendurado nos dedos com as amigas ouvindo desatentas à história que se repetia mais uma vez. O de sempre, elas diriam. Quando você vai parar de se machucar, elas repetiriam. Até quando você vai deixar que ele a use, elas insistiriam.

Mas ela, na escuridão do quarto, só pedia um pouco mais de tempo. Mais tempo, mais tempo, mais um pouco para lembrar a intensidade, o fervor e o sal da pele daquele que sempre ia embora meia hora depois.

terça-feira, 8 de novembro de 2005

...Vem, entregue essa ternura em seu olhar...



Jú Mancin

Ouvindo Cordas de Aço, Cartola e As Rosas não falam, na interpretação da Beth Carvalho.

Tô com saudade dos meus amigos. Da cuíca. Do ócio. Das tardes ensolaradas. Do bumbo. Das noites de lua. Das fogueiras. Do pandeiro. Até dos violões. Do café. Da cerveja. Do cavaco. Dos cigarros. Das palavras ditas no vazio. Do tamborim. Das confissões. Do riso. Das lágrimas. De casa. Enfim, tô com saudade!

Volto ao jardim, com a certeza que devo chorar, pois bem sei que não queres voltar para mim...

sexta-feira, 4 de novembro de 2005

Porquê acreditar.

Lu Minami

Ouvindo: Diamonds on the inside, Ben Harper.

Eu acredito no amor. Apesar de todas as feridas feias que foram abertas no meu corpo, apesar de todas as grandes ilusões onde eu mergulhei profunda e densamente, como se ali, naquele escuro, estivesse meu conforto. Apesar de todas as vezes que esperei o telefone tocar, a caixa de emails chegar com novas mensagens, a campainha me acordar e o coração abrandar. Apesar de ter sido enganada com tantas declarações de amor digitais, com provas fúteis e instantâneas que não duraram um piscar de olhos. Apesar de todos os abraços serem de mentira para acalmar uma culpa que nunca foi minha. Apesar disso tudo, eu não me tornei amarga e nem desesperançada, o que muitos esperariam.

Eu vou continuar acreditando porque ainda vejo o amor onde ele brota, cresce e se desenvolve. Nas pequenas e simples coisas. No beijo delicado de uma mãe em sua filha que acaba de chegar ao mundo. Na mãozinha rosa e pequenina que segura a mão do tio que nunca, jamais, vai abandoná-la. Na amizade sem esperar nada em troca. Na expectativa de um momento único e sublime. No amor entre duas pessoas.

O amor visto assim, casualmente, quando ele olha nos olhos dela e, no meio da multidão, diz que a ama. Ou quando ela fica triste e toma um café solitária e ele chega com flores e o CD preferido. Ou quando ela decide por uma festa, ele por um filme e, no final, saem para jantar de mãos dadas. Ou quando ele vai se aventurar, sentir a adrenalina no sangue, brincar de ser dono do mundo, enquanto ela espera paciente, enterrando seus pés e brincando com a areia. Mesmo quando parece que vai acabar, quando parece que não tem mais jeito... ela encontra uma maneira de caber na vida dele, sem invadir, eu consigo ver daqui onde estou e ele aceita porque sabe que não vive sem ela. E em épocas de ondas pesadas e grandes que atingem a nossa vida e parecem que levam tudo de bom e de ruim e nos deixam arrasados e sem nada, sempre há com quem contar, mesmo de madrugada ou num feriado ensolarado. Ela conta com você, meu amigo. E ele, minha flor, sempre vai te procurar pelos cantos da vida dele.

De expectadora que sou, sei que o amor requer abrir mão de sonhos para construir outros ainda maiores. O amor requer perdas, danos e lágrimas para que seja percebido. Parece um vento brincalhão que nos força a percorrer nesse tufão de sentimentos, ora intensos, ora brandos, os caminhos para que a gente se encontre, e coloca a alegria perto de onde podemos alcançá-la para nunca deixarmos de correr atrás dela.

E basta uma palavra. Um sentimento assumido no peito. A garganta pronta a dizer sim ou não. E sim, vamos tentar outra vez. E não, não te deixarei de novo. Talvez sejamos felizes, quem saberá? Sim, eu sei que seremos felizes juntos. Não, não quero nunca mais te ver triste. Vai dar certo? Você não quer tentar? Sim, vamos tentar. Eu te amo. Eu também te amo.

E por causa de tudo isso, da minha condição de expectadora da vida, suas imperfeições e sua plenitude, que eu ainda acredito em tudo que põem à frente de meus olhos e tocam meu coração.

terça-feira, 1 de novembro de 2005

ENFIM!!!


Jú Mancin

Ouvindo Can´t Keep, Pearl Jam (Riot Act, de cabo a rabo)
Nem preciso entrar em detalhes, né?! A foto e a trilha sonora já dizem tudo!!! E a Lú, aqui embaixo também.
Agora é só contar os dias pra minha viagem no tempo! Saudade, saudade, saudade! Cabelos desgrenhados, tênis sujos, roupas rasgadas e a boa e velha camisa xadrez.

GRUNGES NEVER DIE!!!

Site Meter