sexta-feira, 16 de setembro de 2005

Aos 25



Lu Minami

Ouvindo: We are all made of stars, Moby.


Tenho saudades.
Acho que são os 25 anos que estão fazendo isso comigo. Vivo na eterna sensação de nostalgia e uma sensação de coisa boa indo embora, pelo simples fato de não saber como levar adiante.

São saudades pontuais. Quer dizer, tenho saudades de épocas, sensações e pessoas diferentes, mas cada dia ou semana, algumas se intensificam mais do que as outras. Eu me esforço para não pensar que isso seja um sinal de fracasso da minha vida atual. Quero que seja um sinal de amadurecimento, de rever tudo o que passou até hoje e fazer um balanço otimista para as próximas décadas. Será?

Hoje por exemplo estou com saudades das minhas paixões.
Sinto falta de como era simples se apaixonar e como as diferenças naquela época não importavam tanto como hoje. Sinto falta das molecagens e da imaturidade daqueles anos. O ciúme, a briga para chamar a atenção, o charme jogado fora porque o jogo de basquete na rua era bem mais interessante do que eu. As brincadeiras e as viagens. Os triângulos amorosos... ah sim. Os triângulos que às vezes viravam polígonos com muitas arestas. Os porres e as besteiras que a gente fazia. As músicas e os bares. As outras meninas para quem ele olhava ou um amor desperdiçado pelo motivo ignóbil de não tentar por medo de perder a juventude acelerada e desacelerar para fazer planos. Sem planos, ninguém queria planejar, todo mundo queria viver loucamente, sem se preocupar se havia riscos.

E a primeira vez? Minhas opções de "primeira vez" se esgotaram. Já vivi meu primeiro porre, meu primeiro cigarro, meu primeiro beijo, minha primeira transa, meu primeiro cheque que voltou, meu primeiro chifre, minha primeira decepção... Estou sem a sensação de "inédito" na minha vida. Minhas opções acabaram e o que ainda tenho para experimentar é muito perigoso. A cautela aumentou com o passar dos anos e a imprudência sumiu, aos poucos.

Baseado nisso, fica fácil entender porque tenho tantas saudades. Naquela época a dor e a miséria humana ficavam mais distantes de mim porque eu ainda não as tinha experimentado e, mesmo quando estas se aproximavam, eu as romantizava e transformava o triste no belo. Hoje o novo nem é mais novo e a mania que a gente tem quando cresce que transformar tudo em fatos, cálculos e situações objetivas deixa tudo passar batido, sem a pureza de antigamente.

25 anos. Puta idade estranha.

Um comentário:

ju e lu [e vice-versa] disse...

Orra, orra, orra! Concordo com você. Também sinto falta do inédito!

Mas na condição de amiga inseparável me sinto na obrigação de te contar um segredo. Shhhhh!!!

A tendência é piorar...rs! Quando chegar aos 28 vai estar se sentindo ainda mais apática. Risos...

Beijooooos...amo você!!!!

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