terça-feira, 4 de setembro de 2012

.3.

ju mancin




"all I do is drink black coffee
since my man is gone away" 

E quando o miserável lhe puxava os cabelos, ela sabia que era o fim. Não tinha forças pra reagir.
Não que ela quisesse...
Tudo o que ela queria, era seguir em frente, deixar-se engolir pelos beijos famintos do canalha.
Ela adorava aquela fome toda. E aqueles olhos de amêndoa e aquela febre sem cura e aquela dança quase inconsciente, quase inconsequente.
Aquele jeito de trancar o mundo todo para o lado de fora e viver uma vida inteira ali, entre quatro paredes.
Quatro horas que pareciam minutos e que quando menos esperava, era a hora do adeus.
Mais um adeus... Menos amargo, cheio de esperanças de, quem sabe, um breve regresso.
Ela amava aquela angústia quase adolescente. Aquele eterno "será?"
Mal podia controlar o coração.
Não que ela quisesse...
No fim, ela sabia que era o fim e corria esconder os olhos, na esperança de que o segredo continuasse segredo e o fim, quem sabe, se tornasse um novo começo.

Um comentário:

Izabela Cosenza disse...

excelente.
especialmente ao som de ella.

=)

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