terça-feira, 16 de setembro de 2008

bláblábláblá

ju mancin

d *_° b semáforo, vanguart

sabe aqueles dias em que a gente precisa falar sem parar

até a lingua se cansar,

sem ter absolutamente nada pra dizer?!

falar sobre qualquer coisa. todas as coisas?

falar freneticamente?

não! não é a euforia de sempre, aquela de felicidade.

é como que uma armadura, pra esconder o que vai por dentro.

uma forma de escapar do silêncio imenso que se fez aqui.

queria uma banda tocando

pandeiro, surdo e tamborim pra calar a mudez.

queria de novo, um carnaval em mim.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

.o que sai de mim.

jú mancin

d °_° b loving cup, the rolling stones

meus dedos não me obedecem

rasbiscam o papel

rabiscam paredes

preciso dizer tantas coisas

contar-te os segredos

preciso exorcizar, jogar pro mundo

o que me dói

o que me sangra

me sinto só na multidão

me vejo nua diante do espelho

me vejo lua,

sua, me vejo.

e os rabiscos me entregam

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Sem desculpa

Lu Minami


Ouvindo: Hard Sun
(Eddie Vedder)


Ela anda tão concentrada, essa moça.
Anda com passos firmes demais, rugas postadas no centro da testa, sou o centro do mundo.
E tão sem centro fica quando a noite cai, sozinha e ela fica acompanhada da televisão, pequena caixinha do tempo.
Estabelece regras, rotinas, das quais tenta fugir, se auto-sabotando, se ferindo sozinha para sentir a urgência imediata de ir embora, de mudar, de não ser mais a mesma, de trocar de cabelo, de nome, de roupa, de pose, de carreira, de diploma, de arte, de amor, de amigo, de cama, de sala, de lençol, de planeta, de xicara de café, de tudo.
Tudo usado, tudo igual.
Nada novo, nenhuma noticia ordinária, para deixar seu mundo um pouco extraordinário. Pede pouco, só unzinho a mais.
Ah... tão sem beleza essa moça, sem brilho, sem luz.
Sem sorriso, sem vida. Sem dança, sem bebida.
Vítima demais. Adora mencionar as suas próprias muletas.
Ah moça esverdeada, sem estômago, sem paixão, sem inspiração, sem pés, sem olhos, quatro olhos que erram pelo mundo.
Deseja que um raio a parta, a transforme em pedaços desconexos.
Um sem o outro.
E assim justificaria o uso de muletas.
E assim, quem sabe abriria seus olhos vesgos um dia.

Moça, não tem jeito não.
Sabe o quanto é difícil fazer um raio cair nessa tua cabeça oca?
Sabe que um raio tem mais o que fazer da vida do que cair bem em cima de você?
Sabe, não sabe?
Vai ter que ficar aí, sofrida, sem muleta, sem porra nenhuma.
E vai doer, tem que doer.
Assim quem sabe né?

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