jú mancin
d °_° b bebendo vinho, wander wildner [adoro essa sua voz rouca]
eu sei, eu sei o quanto é difícil isso tudo.
difícil olhar pra trás e ver os trapos espalhados pelo caminho.
a gente vai seguindo em frente, sem notar o que vai deixando,
e de repente, se dá conta de estar pela metade,
e pior,
a gente percebe que deixar as coisas espalhadas por aí, não alivia o peso...
a gente se senta na beira da estrada, e tenta olhar pro céu...
tenta espairecer, como diria minha avó...
aí a gente chora e grita e esperneia...
e adormece, ali, com cara de idiota, na beira do caminho...
a gente pára pra ganhar folêgo e tentar continuar
e tentar esquecer...
depois de um tempo de melodrama,
a gente saca o espelhinho guardado na bolsa,
a gente se olha, a gente pensa
"pra palhaço só falta o nariz!"
aí a gente lembra do nosso humor, é afidado,
a gente ri das próprias besteiras, e tenta levantar...
aí a gente liga pra amiga, com voz chorona e pede colo,
e ganha colo e chocolate, e ganha moral, e se sente forte.
aí a gente levanta e segue em frente,
e vai andando, vai seguindo.
como se nada tivesse acontecido, acontecendo.
a gente tenta sorrir de novo,
e consegue e pensa,
quanta bobagem, quanta bagagem!
a gente joga tudo pra cabeça e finge que não dá nada...
a gente se manda...
fica tudo colorido de novo,
a gente vai virando latas e mais latas,
a gente procura sarna pra se coçar e se coça,
e sente tudo de novo, e fica feliz,
e sai voando e vai pra lua, vai pra júpiter,
a gente acha que desvendou os segredos do universo,
a gente acha que encontrou um novo universo.
e passa o tempo, e tudo volta
pra mesma merda de sempre.
[não existem novos universos],
o príncipe vira sapo, vira chato.
a gente cai na mesmice. se sente boba. [e feia e chata].
e merda!
a gente olha pra trás de novo,
e vê de novo aquelas mesmas coisas
espalhadas pelo caminho,
aí sim,
a gente percebe que cagou de novo.
e aí volta tudo outra vez.
a gente, sente, senta, chora, esperneia, sapateia, enlouquece
se sente idiota, ri querendo chorar,
liga pra amiga, se levanta, segue em frente e blá blá blá...
...essa coisa não tem fim...
e aí
a gente escreve um livro e conta pra todo mundo
o que todo mundo já sabe.