segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

O novo

Lu Minami

Ouvindo: Adiós Nonino
(Astor Piazzola)


Naquela terra faz sol. O dia todo. Amanhece cedo e permanece assim por 15 horas.
Naquela terra, as pessoas contam cantando, andam despreocupadas, sem relógios e sem anotações. Só sorrisos e novidades. Tenras idades. Parece dia o dia todo, cheio de intenções novas, brilhantes, brancas e felizes.

Anoitecemos muito tarde e logo as luzes da cidade com as luzes do porto se acendem juntas. Sinto um cheiro permanente de salitre no ar e o mar quebra em ondas enormes nas pedras onde o sol se põe todos os dias. Olhando pela janela, que marola junto com o mar do porto indo e levando tudo ao redor de mim.

E venta. Sentimos o vento por toda a pele, orificios, cabelos, olhos, boca, o dia inteiro. Parece querer varrer tudo.

E então eu peço em meio a tormenta de vento que arrase com tudo aqui dentro de mim e depois jogue essa luz amarelada e rosada por cima.

Quase como um passe de benção. Um vento gelado sobe pela minha espinha. Não esqueço de jogar flores para Iemanjá e fazer minhas preces para o céu que sempre foi meu teto. Agradecer e pedir, olhos borrados no meio de tanto brilho. Também não esqueço de lançar beijos à Vênus e à Netuno, cuidadosamente juntos comigo todos os dias.

Peço muito. Agradeço pelo ano que se foi e peço pelo novo que acaba de chegar. E me lembro de não resistir e pedir uma coisa. Forte, única, que precisa voltar a pulsar dentro de mim. Só uma e minha, só minha.

Naquela terra, acreditei ser possível pedir algo tão grande e esperar ser atendida.

Um 2009 cheio disso, para todos.
Cheio de fé.
É tudo que [é] preciso.

Um comentário:

Um devaneio disse...

Preciso morar lá..a duas esquinas do mar!
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Olá..
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2009...por assim dizer e por assim estar.
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Feliz.

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