Ouvindo: It´s oh so quiet, Bjork.
São muitas pessoas dentro de mim. Falo em primeira pessoa ou em terceira. Falo no plural às vezes e, mesmo quando o sujeito é oculto, dou um jeito de encontrá-lo e usá-lo no meu discurso. Fica mais difícil quando o sujeito é inexistente. Daí acabo no singular, virada para a parede.
Pois é, sujeitinho... sumiu, hein? E eu aqui, falando pelos cantos, cantando o futuro e o passado imperfeito. Deixo o pretérito mais que perfeito para um ideal distante, um mundo paralelo no qual não apito mais nada. Aciono o modo subjuntivo e conjuntivo para recolher as teorias do caos que imperam dentro de mim. “Se eu fosse, se eu fizesse”. Mas que porra, porque não fiz?
Faça, oras! Imperativo, você de novo? Fica mandando e eu fico tentada a obedecer. Dentro desse nó gramatical, continuo a procura do meu sujeito.
Mas quer saber a maior piada de todos os tempos? Você é uma figura! E eu quase sempre te acompanho nesse assunto, como antítese. Com as suas alegorias, você completa a minha metáfora. Bailamos por entre ironias e sarcasmos para ver quem é que define o nosso maior paradoxo que é o de ficar juntos, sendo que você se oculta em minhas orações. Nessa sinestesia constante, você me anestesia e eu fico a sua mercê, como sempre.
O fato é que, meu modo indicativo continua acionado e ligado no 220. Apesar de eu estar à sua procura, a fila anda, meu caro.