segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

.divagações.

ju mancin

d °_° b, atiraste uma pedra, os doces bárbaros

eu deveria escrever um filme.

sempre penso isso. eu escrevo. escrevo o tempo inteiro, estórias em minha cabeça. tenho aqui dentro de mim todos os personagens de uma trama, não sei se drama ou tragicomédia. tenho em mim a puta, a santa, o padre, o corno, o deus-diabo-anjo-sapo. todos os elementos de um conto. são reis e rainhas, vilões e mocinhas. todos entrelaçados e devidamente postados em seus devidos lugares.

tenho os diálogos. [eu te amo! mais um café? cale-se para sempre! estou te deixando. um brinde à lua! eu não te amo mais]. os duelos. as derrotas e os mistérios necessários. tudo isso aqui, bem aqui. ouso dizer, que até os figurantes estão à postos pra fazer o que lhes for ordenado.

as trepadas são um capítulo à parte. homéricas, dignas de cinema. trinta minutos de cena [e sem cortes] com conversas picantes e sem pudor algum. pra que o espectador se esqueça, por essa miséria de tempo, daquela sopa rala que ele chama de "fazer amor ca patroa".

os cenários. a estrada, o casarão, o vilarejo, o hall do prédio, os bancos das praças, as luas e estrelas, os cometas, a cama redonda, os espelhos no teto, elevadores, a mesa da cozinha, o áquario, os botecos, sarjetas, varandas, as redes, os pomares, as vias congestionadas, semáforos vermelhos, redentores, torres, pontes, sotãos e os porões [que escondem segredos empoeirados].

a trilha sonora é repleta. muitos beatles e os rolling stones. samba chorado. choro sambado. tem a bossa [e a fossa!]. pras cenas de sexo, marvin gaye, barry white e o tim, claro, o tim maia gritando ao fundo [I don´t know what to do with myself] ou, o morphine duke ellington-miles davis-john coltrane seguindo a linha do jazz-fusion-afrodisíacos. o que chamam por aí de Tarantino Conection, bem me renderia um JuMancin Connection.

mas...

hoje é domingo. a sessão das dez já passou e meu roteiro pra hoje, um domingo quente e de lua, seria a história de um coração que parou por falta de inspiração.

acho que meu filme, hoje, seria um curta, bem curtinho... teria uma tela negra e nenhum ruído. assim permaneceria por 23 segundos e no final os dizeres: aqui jaz um coração!

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somos matéria forjada à ferro, nascemos da água, vivemos no fogo, e morremos. em silêncio. seremos chorume. sejamos pó!!!

[e é o que tem pra hoje, oh monday, monday!!!]

5 comentários:

Lu M. disse...

Esse ano é sem dúvida o ano dos clichês e dos diálogos mais felizes! rs...

- Siga aquele carro!

te amo.
beijo

Marcelo Pimenta disse...

Falta de inspiração?
Não acredito! E essa descontrução tendo como tônica a sétima arte? cada palavra expressando um efeito, "nausebundo", dialogando com a imagem, sem trilha por linhas, mas mesmo assim tão musical... Dê um pouco dessa "falta de inspiração", desse "coração que jaz" para o mundo...
aposto e, tenho certeza, que as feiras terão menos vaidades, e mais cores e sabores, e os varais contarão com poemas intímos a beleza triste, mas única, de um domingo de verão.

segue assim... segue especial!

bjs!

Anônimo disse...

valeu, gentes!!!

Lorena Bobbit disse...

q filhadaputa! rsrs
é isso! exatamente isso..
aqui jaz um coração, amanhã...
o filhadaputa é carinhoso, só os especiais recebem.

Lorena Bobbit disse...

lembrando que a vida é uma tremenda tragicomédia..

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