quarta-feira, 17 de maio de 2006

Mens@gem para você

Lu Minami

Ouvindo: o CD inteiro do Stone Roses, sem parar.


De repente é assim. Simples como poderia ter sido desde o começo. Eu aqui, você ali. A gente nunca ter se cruzado e nem nunca ter ido fumar aquela merda de cigarro junto. A gente poderia ter errado de emprego, demorar mais tempo para se encontrar e então, não haver carências a serem supridas, palavras a serem ditas, ombros a serem dados como travesseiros. De repente eu poderia ser forte e você também. Bem-resolvidos, decididos e objetivos. Bons amigos.

Mas não sei porquê, demos de cara um com o outro quando mais precisei de alguém que ouvisse minhas histórias e me contasse outras boas e bonitas para eu ainda acreditar. Eu não entendo o que aconteceu naquela noite, por exemplo. Será que foi a bebida? Vai ver que no dia seguinte nem eu e nem você queríamos ver a cara um do outro, mas havia a educação e alguma amizade em jogo. Não se pode ser tão imatura e virar as costas ou você, ser tão infantil e fingir que nada tinha acontecido.

E continuamos conversando e puxando fiapos de uma história inventada, um caso que precisava ser vivido para ter o que contar nessas nossas vidas bestas e sem valor.

Ninguém achou que poderia se machucar, né? Incrível como é fácil perder o controle de uma situação que você cria, desenvolve, vê crescer. É como um filho que te mata sem você desconfiar.

Parece bizarro, mas existem tantos criminosos desses hoje em dia. Está na moda.

Não pensamos naquela palavrinha arrependimento porque pronunciá-la significa ter fracassado e isso, para egocêntricos como nós, é inadimissível, não é?
É.
Inadimissível.

Na verdade, o que vivemos continua sendo uma peça mal escrita e mal ensaiada. Eu faço charme e você responde com palavras engraçadinhas. Eu minto e você mente. Sei o que estou mentindo, não sei com relação à você e, honestamente, acho que não preciso nem saber.

O que eu gostaria é de agradecer o seu cinismo comportado e tranvestido de otimismo porque acho que só assim vou ser capaz de esquecer essa peça medíocre um dia.

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