Palavras quase nunca me enternecem
Aos versos sou disperso, desatento
E mesmo quando explodem em luso sofrimento,
As trovas por mais belas me aborrecem
Queria ter o olho atento ao traço;
Contemplar no artista o estro, a inspiração
Mas não vejo as cores d´alma pelo espaço
Sentindo-me um não-eu; refém das formas da razão
Mas quando o som do mundo, enfim, tateio
Transformo meu pesar em doce esteio
Liberto-me de anseios enfadonhos
Sentindo o acorde vivo, a harmona e o meio
Eu calo a minha razão, meu devaneio
E reflito em minh'alma um céu de sonhos
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Me faltam palavras ultimamente. A liga entre uma e outra, a cola das letrinhas, o suspiro que avança a escrita. Me sinto transbordada, como sempre, sem a benção da vazão. Um pouco aleijada, defeituosa, estragada. O que me conforta é que às vezes e somente às vezes, alguém despeja um punhado de palavras conjugadas que, estranhamente, fazem algum sentido inspirador na alma. Nessas horas, quase me abstenho de escrever e assumo a condição de platéia...
(Lu Minami)
6 comentários:
Falta um nome para esse soneto. O pai não quis batizar e o soneto se tornou um pobre bastardo.
=)
beijo
Lu Minami
Porra, Lú. Belo rodapé!
Beijo e abraço!
coisa linda!
quase eu... rs
chame-o de Bastardo!
amo-te, japa!
Aplausos de pé.
Para o soneto bastardo e para a nota de rodapé.
Só não entendi porque nesse você não colocou trilha sonora.
São as palavras que têm o poder de enternecer as pessoas ou, o que cavam na gente quando chegam na hora certa?
É como ouvir "queria te ver" mas em ocasiões distintas... numas indiferente noutras um sentido pra vida.
concordo com todos os comentários, mas vou comentar o ultimo comentário. Na verdade o final do último comentário.
"É como ouvir "queria te ver" mas em ocasiões distintas... numas indiferente noutras um sentido pra vida."
Bonito!
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