ju mancin
d °_° b non, je ne regrete rien, edith piaf
meu bloco de notas em branco, ávido por minhas mal traçadas linhas, por mais um mal fadado romance de umbigos que giram em torno de um mundinho qualquer…
meus olhos secos se perguntando “onde foi parar o sal? quedê as lágrimas?”. o coração bate moribundo, quase em silêncio, quase em segredo.
dias que passam em brancas nuvens, dias que durmo como se noite fosse…
um anjo triste se alojou em mim. meu ombro pesa o peso do mundo.
um anjo amigo partiu. ninguém sobrevive à lágrima do palhaço…
antes só do que mal acompanhado é o ditado mais estúpido dos que corre à boca pequena. solidão que nada, eu imploro!
a noite escura, amiga, tantas vezes, de copo, de corpo e/outrocadilhos e afins, hoje me assusta…
e o bloco em branco lá…
e eu aqui cheia de nada a declarar, um sorriso amarelo entre os dentes, pensando em culpado ou inocente…
“não passa um carro sequer. todo comércio fechou
não tem satélite algum transmitindo notícias de onde eu estou
nenhum e-mail chegou. nenhum correio virá
eu entre quatro paredes sem porta ou janela pro tempo passar
dizem que a vida é assim. cinco sentidos em mim
dentro de um corpo fechado. no vácuo de um quarto no espaço sem fim.
aonde está você? por que é que você foi?
não quero te esquecer. mas já fiquei tão longe, longe
não dá mais pra voltar. eu nem me despedi
aonde é que eu vim parar?”