quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

De encontros e desencontros

Lu Minami

Ouvindo: A gente esquece
(Paulinho da Viola)


É ali, naquela mesa. 


Onde pousa o sossego da noite frenética da cidade. Longe do vai e vem descontrolado de carros, de esperanças, de cinturas que se chocam umas com as outras. [os desastres iminentes]


Um pouco de silêncio. O breque. A pausa. 

E a voz tecida em fios finos e longos, acordes perfeitos que me acodem, me acordam de um sono permanente. [sonho lúcido]


O copo sem descanso sobe e desce, despejando ilusões tão lindas que dá vontade de morrer por elas. Morro um pouco a cada gole e vou aos poucos me libertando de cordas invisíveis perdendo o pouco de razão e recuperando o restinho de ternura que ainda insiste em habitar a pouca [muita, imensa] alma que tenho. 


Ombros encontram os meus. Pescoços me beijam e eu transpiro. Longa, longe, profundamente. Morrendo um pouco mais a cada gole de ar, a cada gole de cachaça que adentra meu querer-tudo-de-uma-vez. 


E no barulho ritmado do surdo e no grito de misericórdia da cuíca me encontro novamente num silêncio completo, onde minha tristeza resolveu calar e avassalar cada segundo de agonia que dormia profundamente em mim. 

7 comentários:

Anônimo disse...

vem pra minha ala que hoje a nossa escola
vai desfilar
vem fazer história que hoje é dia de glória
neste lugar
vem comemorar, escandalizar ninguém
vem me namorar vou te namorar também
vamos pra avenida, desfilar a vida, carnavalizar
na Portela tem, Mocidade, Imperatriz
no Império tem, uma Vila tão feliz
Beija Flor, meu bem, a porta-bandeira
na Mangueira tem morena da Tradição
sinto a batucada se aproximar
estou ensaiado para te tocar
repique tocou, o surdo escutou
e o meu corasamborim
cuíca gemeu
será que era eu
quando ela passou por mim
lá lá lá...

Anônimo disse...

Quando eu crescer, se eh que isso um dia vai acontecer, quero escrever assim, como voce.

Alexei

Daniel disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Daniel disse...

"O copo sem descanso sobe e desce, despejando ilusões tão lindas que dá vontade de morrer por elas. Morro um pouco a cada gole..."

Me lembrei da primeira vez que tomei um porre, foi em 1994, agosto, por causa da minha primeira namorada, e eu despejava minha dor naquelas cervejas bem geladas naquele ano em que além dela, eu perdia tb dois gênios, o louco Kurt Cobain e o vencedor, nosso Ayrton Senna. Ano marcante em minha vida ao som de Amazing do Aerosmith.

Beijos

Lu M. disse...

1994... o ano de nossas vidas.
Tenho boas lembranças desse ano tb.

Alexei, vc eh um dos responsaveis por eu continuar escrevendo! sou tua fã! rs...

bjs
Lu

Lu M. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

"Pois então saiba que não desejamos mais nada...
A noite, a lua prateada
Silenciosa, ouve as nossas canções"

Site Meter