segunda-feira, 12 de março de 2007

Bipolaridade + pais + filmes

Lu Minami

Ouvindo: Let you down, Dave Mathews Band.


Ser bipolar tira um pouco da inspiração. Por isso, acabo me baseando em outras coisas para escrever.

Principalmente porque eu nunca sei se o que eu estou sentindo é de verdade ou não. Dá um pouco de aflição, eu confesso. Fico parecendo mulher grávida, com desejo de algumas coisas e repulsa de outras. Fico com vontade de ver algumas pessoas e depois passa. Dá vontade de comer um prato cheio de macarrão 10 vezes por dia.

Mas o mais difícil é saber se isso tudo é de verdade ou não. Me parece que vou encontrar o agente Smith a qualquer momento para me expulsar de onde eu estou. Fico imaginando o que me é de direito e o que não é. E, porra, será que eu tenho algum direito sobre alguma coisa?

E daí o médico me mandou ficar apática. Mas nada fica colorido. Eu não gosto dessa ausência de cores. Meu amigo com hiperatividade mental disse que é normal e que eu preciso mesmo é insistir no tratamento e arrumar muito sexo nessa vida. Posso concordar só com a segunda parte, Fê?

Viver é uma doidera sem tamanho. Quem foi que disse que devia ser fácil? Porque não me avisaram que era toda essa trip maluca, cheia de montanhas russas, uma pior que a outra? Ninguém avisa, né? Não custava nada ter deixado um aviso na portinha do óvulo da minha mãe pro espermatozoide do meu pai ler assim: "Atenção: viver é uma insanidade".

De qualquer forma, respiro fundo todos os dias, até quase os meus pulmões estourarem antes de dormir, para perceber que há ar entrando neles e bombando meu sangue de oxigênio. Para não ter aquela sensação de que o teto está baixando para me esmagar, como naquele filme do Indiana Jones. Penso em céus de baunilha para me acalmar e finalmente me lembro: O que é felicidade para mim mesmo?

O espermatozóide do meu pai deve ter tido uma grande vantagem com relação aos demais para ler as linhas de rodapé da plaquinha que dizia: "Viver é para poucos. E é uma grande loteria, a maior roleta russa já vista".

Ou não.

4 comentários:

ju e lu [e vice-versa] disse...

É disso memo que eu tô falando!

Por essas e outras somos parceiras de blog, por mais distante, mantemos a sintonia!

E tamo aí, pros altos e baixos que pintarem!

.when I get to the bottom
I go back to the top of the slide
where I stop and I turn and
I go for a ride
till I get to the bottom and I see you again.

Beijo no coração, Japa!

Tchuca!

Guilherme Montana disse...

"[...]porque eu nunca sei se o que eu estou sentindo é de verdade ou não." Não seria tudo verdadeiro?
Os conselhos do "Fê" são bons, mesmo; só não sei a que tratamento ela tava se referindo (também sou hiperativo mental). Os tratamentos naturebas são os mais legais (meditação, atividade física, piriri pororó). Agora, comentários críticos/gentis a parte, viver é um puta insanidade mesmo - ainda bem.

Anônimo disse...

Mas... não seria a condição, Guilherme?
Quando a gente vacila entre o sim e o não muitas vezes por dia nos mesmos assuntos, fica dificil enxergar a verdade, não? rs...

Mais um hiperativo mental... oh céus!
Love it! heheheheeh

beijo!
Lu

Anônimo disse...

Mas do que vocês estão falando?

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