Mini-conto

Lu Minami

Ouvindo: Lenda, Céu.

- Pense bem... você realmente quer isso?
- Quero sim. Com certeza. – disse com o pulso firme e a voz trêmula.
- Mas... justo você que gosta de novela e toda aquela historinha de agrados, elogios e provas.
- Não me interessa. Cansei de ser essa moça meiga e que merece todo o respeito.
- Olha Irene... você é para casar.
- Olha Marco. Vá para o inferno. Eu quero ser boa para trepar. Além do mais, olha que formidável seria ser boa para casar e para trepar.
- Ah, isso seria mesmo.
- Então, oras.
- Não, não você. Não vou conseguir.
- O que eu preciso fazer? Me oferecer na rua, usar salto alto e decote vermelho? Você sabe que não gosto dessas vulgaridades, gosto da saia rodada e da sapatilha. Gosto de prender meu cabelo e sorrir baixo.
- Não é isso.
- O que é então? Preciso falar palavrão, porra?
- Não, Irene... não fala, é feio.
- Puta que o pariu. O que custa me foder que nem homem?
- Não... Irene...
- Custa grana se fosse puta, mas acontece que não sou. Dou de graça, me ensina!
- Irene, não! Não vou te comer do jeito que você está querendo. Vai contra os meus princípios morais.
- Cancela aquela merda de casamento então.
- Irene...
- Tchau.

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É o que dá se entupir de Nelson Rodrigues.
rs...