quarta-feira, 15 de junho de 2005

Sobre Rejeição.

Lu Minami

Ouvindo: Sentimental, Los Hermanos


Ok Tchuca, você venceu e, para variar, está certa! Sumi de novo deste meu recanto cibernético. Mas, explico: estou em outro ponto do mapa. Saí um pouco da loucura de São Paulo para trabalhar durante 2 semanas em Campinas.

Confesso: estou adorando. Mas não se preocupem. Não gosto mais de Campinas como gosto de São Paulo louca, desvairada e sempre de ressaca. Já estou com saudades dos botecos amanhecidos, dos backlights que nunca se apagam, mesmo com o sol a pino, dos pedaços de céu recortados geometricamente seguindo o topo dos prédios, da garoazinha fina e chata que despenteia até os carecas e das minhas amigas queridas que sempre ouvem e compartilham dos meus devaneios insólitos.

Ok, ok... confesso de novo. Estou adorando também por outros motivos. Estou na metade do caminho para onde eu quiser. Nem tão perto de São Paulo, nem tão longe do meu refúgio que tomei emprestado por uns tempos da Ju. Para lá, minha rotina. Para cá, meu acalanto.

Alguns devem estar se perguntando o porquê da Rejeição ali em cima. Bom, na verdade, nem eu sei. Pensei ontem no assunto. Aaaah, não sei qual a razão de ter tocado nisso. Mas pensei e o fato é que ninguém sabe lidar com esse troço espinhento, grudento e chato, muito chato que chega sem avisar, faz o maior alarde, tira a gente do eixo e nos faz sentir inferiores, pior do que ratinhos de laboratório. Mexe com nosso ego, faz a gente se perguntar: “Onde errei? Porra, mas como pode se sou perfeita? Perfeita do meu jeito, nas minhas imperfeições, mas... ainda assim, perfeita?”. E corre atrás, se humilha, acaba com o nome do objeto/cara que te fez ficar assim. Afinal de contas, você pára a sua vida quando a rejeição acontece. Parece que aquela sensação do mundo girar fica ainda mais clara e você ali, sentado esperando sua vez de subir de novo, mesmo não querendo, mesmo querendo tomar um porre todos os dias de si mesma.

Rejeição é um saco. Mas por mais que pareça um sentimento sem esperanças, a esperança sempre aparece. A maldita esperança que te obriga a levantar e encarar o dia claro e as pessoas felizes. E por mais que seja dolorido no começo, depois passa. Daqui a um tempo você consegue enxergar a felicidade de novo, mesmo que seja num lugar muito longe, a kilômetros de distância.

Consegue sim.

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