Lu Minami
Ouvindo: O que será (à flor da pele), Chico Buarque
Te quero. Fico nessas de dizer que não, mas sou louca para ter acessos de insanidade na sua presença. Adoro quando você atravessa o olhar na mesa em busca dos meus seios e, em seguida da minha boca. Sinto arrepios quando você percebe que eu gosto.
Eu sei que não existe amor e nem paixão entre a gente. É carne mesmo. Vontade de pegar e arrastar, me postar do jeito que você bem entender e invadir meus terrenos que eu finjo proteger tão bem. Finjo tanto que digo não querendo dizer sim, sim, sim. Dizem que não tenho pudor. Eu finjo que tenho e às vezes esse fingimento acaba vencendo e deixo de viver essas meia-horas com você. Sim, porque em meia hora, eu e você nos resolveríamos, cansados, um de cada lado, querendo dormir ou ir embora. Sem conversa porque não temos o que falar. Vou acender meu cigarro envergonhada e cobrir meu corpo com aqueles lençóis deproporcionalmente gigantes dos motéis de São Paulo.
Com você, acho que deixaria um bilhete no espelho escrito em batom vermelho. É vulgar, mas no nosso rascunho de história, ficaria bonito. Soaria metropolitano, corriqueiro, casual e ao mesmo tempo, soaria belo como concreto.
Fico imaginando minhas histórias de amor verdadeiras, aquelas em que sofro, choro e definho e te coloco como personagem que vai derrubá-los, inferiorizá-los e deixá-los pensando "Desgraçada! Quem é esse cara?".
Mas e aí, temos que nos resolver, certo?
Eu te disse uma vez, que resolveríamos essa questão numa noite dessas. E vamos.
Me falta coragem e sobra medo de me apaixonar por um traste como você.
Mas no final, todos são.
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