ju mancin
d °_° b as rosas não falam, cartola
fiz uma esses dias. a segunda. uma rosa. vermelha, como deve ser toda rosa. [sangrando]
o intervalo entre a primeira e a segunda foi enorme, seis ou sete anos, não sei.
precisei sangrar, quase desistir, me afundar, conhecer a escuridão, aprender a rezar e rezar pro sangue estancar. precisei morrer um pouco e me enterrar, tal e qual a semente da rosa... e esperar a chuva para florir.
duas horas nas mãos de um artista, sob um sem fim de agulhadas assim, à seco, sem anestésico, como se faz na vida. duas horas de dor incessante. uma vontade enorme de fugir, de chutar a cara do artista e correr pra montanha mais próxima, exatamente assim, como na vida, né? quando a gente quer fugir pra não encarar a dor. duas horas de choro engolido, pra parecer forte e confiante na nossa escolha, bem assim como se faz na vida.
e FINALMENTE um sorriso do artista, satisfeito com a obra.
um sorriso meu no espelho. "ficou bonita!". a perna bamba, como na vida, depois de uma surra sem anestésico.
e no final, a rosa vermelha, como deve ser toda rosa, cicatrizando como na vida, como a gente faz quando se machuca.
tatuei uma cicatriz em formato de rosa, para lembrar como são belas essas coisas que não consigo esquecer.
tatuei minha dor, na esperança que ela se torne uma flor.
Um comentário:
Ju do céu!
Você traduziu a beleza da sua tatuagem num texto lindo.
Amei, os dois!
<3
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