ju mancin
d °_° b dreams of life, patti smith
É como entrar na antiga casa de
verão.
Poeira nos cantos, os móveis
cobertos por lençóis, o sol, timidamente se enfiando pelas frestinhas das
janelas de madeira, aquela luz, meio amarelada se espalhando pelo ambiente.
Sépia, né? Uma foto antiga. Um lugar onde fui feliz.
A gente entra assim, meio
timidamente, tal e qual o sol pelas frestinhas, tentando encontrar a lembrança
dos dias leves. Encosta a mão nas paredes, como se fosse possível sentir de
novo o coração batendo. A gente se arrasta buscando um sentimento, que a gente
tem certeza, está ali, coberto por um lençol, no meio dos móveis, dos discos,
dos livros.
E a gente descobre o piano e abre
a janela pra primavera entrar. Corre na cozinha fazer bolo e café, pro cheiro espalhar.
E liga a vitrola, num blues
qualquer.
O mensageiro dos ventos anuncia a
tempestade, a gente corre sentar na varanda pra ver a chuva passar. Um
arco-íris, a brisa fresca e um campo de girassóis.
É como sonhar que a vida voltou.
Um comentário:
Muito bom!
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