domingo, 22 de abril de 2012

.um.sorriso.


ju mancin


É como entrar na antiga casa de verão.

Poeira nos cantos, os móveis cobertos por lençóis, o sol, timidamente se enfiando pelas frestinhas das janelas de madeira, aquela luz, meio amarelada se espalhando pelo ambiente. Sépia, né? Uma foto antiga. Um lugar onde fui feliz.

A gente entra assim, meio timidamente, tal e qual o sol pelas frestinhas, tentando encontrar a lembrança dos dias leves. Encosta a mão nas paredes, como se fosse possível sentir de novo o coração batendo. A gente se arrasta buscando um sentimento, que a gente tem certeza, está ali, coberto por um lençol, no meio dos móveis, dos discos, dos livros.

E a gente descobre o piano e abre a janela pra primavera entrar. Corre na cozinha fazer bolo e café, pro cheiro espalhar.

E liga a vitrola, num blues qualquer.

O mensageiro dos ventos anuncia a tempestade, a gente corre sentar na varanda pra ver a chuva passar. Um arco-íris, a brisa fresca e um campo de girassóis.

É como sonhar que a vida voltou.

Um comentário:

Ronaldo Caetano disse...

Muito bom!

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