terça-feira, 18 de maio de 2010

.rythm.&.blues.[e um olhar desconcertante]

ju mancin

d°_°b magical mistery tour, the beatles

[something in the way she moves

attracts me like no other lover

something in the way she woos me]

preciso de uma estória. minto! história. uma outra história, uma nova…

algo que diga mais ou menos que um dia eu tava ali parada, mergulhada na inércia de um beco escuro, cigarro aceso, café na mão direita, coração no canto esquerdo, batendo lento, fraco...

pois bem. quando a gente tá ali pasmando no beco escuro, a gente não espera que nada aconteça, que ninguém apareça.

então eu ali, parada no beco, fumando um cigarro e bebendo café, quase sem coração e esperando ninguém. ouvindo cada sussurro silencioso saído do lado de lá. pequenos fragmentos de vida lançando-se inocentemente pelas frestinhas das paredes das casas das criaturas que habitam o lado iluminado.

uma ou outra alma perdida que passa de tempos em tempos, pouco me chama a atenção. são apenas fragmentos de gente. mutiladas por suas vidas desinteressantes. por seus segredos mal guardados. por seus desejos repimidos. pequenos espectros infelizes em busca de um veneno qualquer, que ainda me atraem um pouco. ao menos encaram o lado negro em busca de um trocado…

desprezo todo o resto. as pessoas e suas salas de jantar. seus cachorros e suas filhas. suas casas, seus balaustres. suas pequenas heranças de família, que incluem apenas misérias humanas. mais um trago e sinto o sabor amargo de uma vida em sociedade. e nauseada tento afastar a lembrança dessa gente que vive pela metade, comendo uma saladinha pra matar a fome. infelizes os homens que perderam o paladar. desprezo-os, especialmente, porque entre seus bens tão valiosos não estão um vinil e uma vitrola. eles não sabem dançar…

tateio meus bolsos em busca de uma dose, só mais uma…

.

.

pequenas bailarinas flutuam em meio à fumaça e bem ali, diante dos meus olhos estarrecidos, me lembro de um mundo qualquer. onde eu vivo às vezes. colorido. sinto saudades de casa. do jardim. do cheiro de mato molhado, do balanço, e da música que parece sair da alma de um gênio com coração de menino. bailarinas-borboletas que sopram em minhas palpebras, pequeninas porções de ilusões, meus olhos se fecham, por horas, creio eu… aos poucos, e retomando a [in]consciência começo a pulsar vida, de dentro pra fora, o coração em choque parece querer gritar e bater. forte, descompassado e a razão, num último suspiro, arrisca um palpite, infeliz, do ponto de vista de minha conselheira insensatez…

6 comentários:

berimbau disse...

Capoeira me mandou
Dizer que já chegou
Chegou para lutar
Berimbau me confirmou
Vai ter briga de amor
Tristeza camará

Um devaneio disse...

Prazer em voltar a sentir vc...palavras!
Vidas líquidas diria Baumann[¬¬']
...nada excêntrico [rs].
E esse beco escuro,posso clarear só um tiquinho p/ acertar a xícara de café?
.Bjo,flor.

ju mancin disse...

a doçura de Teresina!!! :-D

acenda uma lamparina, bem de leve, e vamos brincar com as sombras nas paredes!

luz!

Lorena Bobbit disse...

Voltou!! =)

cyber vida.

Anônimo disse...

vamos atualizar?
que tal?

ju mancin disse...

só preciso de inspiração! coisa pouca, qualquer bobagem! rs

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