Jú Mancin
d °_° b Blue Train, John Coltrane
Linda, olhos cor de mel, corpo esculpido no barro, desenhado.
Na alma, o vazio dos fantasmas esquecidos ao relento das frias madrugadas do leste.
No bolso, aspirinas, anfetaminas e um maço de cigarros. Vazio. Roupas sujas e botas surradas.
Pés inquietos que vagam pelas faixas de pedestres esburacadas. Semáforos frenéticos turbilham sua mente. Luzes coloridas confundem sua ânsia.
Os olhos serenos escondem a tormenta que vai no coração.
Lembranças, desejos, saudades, frio, sede [muita sede]. E o silêncio aterrador de sua própria cela solitária e úmida.
Um corpo que se move na inércia por entre corpos que não se vêem, cada qual em sua clausura.
Chuva fina na face. Aperta o passo. Mais lembranças.
Vozes sussurram tristes canções ao pé d’ouvido.
Infância, sorrisos, inocência, abraços.
Lágrimas.
Pelas veias, tal e qual seringa houvesse injetado, corre uma dor surda.
Enlouquece.
Se vê, eufórica, no reflexo da vitrine de um box sujo da zona comercial. Vislumbra um espectro com olhar de mercúrio.
Há dez passos do beco, já não contém as próprias pernas. Corre...
Merda! No money... aceita-me, senhor, em troca das asas do dragão...tomai-me e comei-me, esse é o meu corpo que é dado por vós [sagrada papoula]...
Feito!
Dispara contra a própria vida, em busca do banco do parque escuro. O velho banco das tardes ensolaradas, da música nos fones de ouvido, do primeiro baseado, das páginas do diário amarelado, das ilusões perdidas, de todos os porres, dos amores eternos-passageiros-enterrados, da inocência deixada de lado, de sexo desmedido, do primeiro pico. Hoje, o decadente banco de suas iniciais. Estremece, sente o corpo vibrar. Enfim, a cavalgada! A melhor de todas. Efêmera e eterna. Antes do último vôo, encontra forças pro epitáfio.
Linda, olhos cor de mel, corpo esculpido no barro, desenhado.
Na alma, o vazio dos fantasmas esquecidos ao relento das frias madrugadas do leste.
No bolso, aspirinas, anfetaminas e um maço de cigarros. Vazio. Roupas sujas e botas surradas.
Pés inquietos que vagam pelas faixas de pedestres esburacadas. Semáforos frenéticos turbilham sua mente. Luzes coloridas confundem sua ânsia.
Os olhos serenos escondem a tormenta que vai no coração.
Lembranças, desejos, saudades, frio, sede [muita sede]. E o silêncio aterrador de sua própria cela solitária e úmida.
Um corpo que se move na inércia por entre corpos que não se vêem, cada qual em sua clausura.
Chuva fina na face. Aperta o passo. Mais lembranças.
Vozes sussurram tristes canções ao pé d’ouvido.
Infância, sorrisos, inocência, abraços.
Lágrimas.
Pelas veias, tal e qual seringa houvesse injetado, corre uma dor surda.
Enlouquece.
Se vê, eufórica, no reflexo da vitrine de um box sujo da zona comercial. Vislumbra um espectro com olhar de mercúrio.
Há dez passos do beco, já não contém as próprias pernas. Corre...
Merda! No money... aceita-me, senhor, em troca das asas do dragão...tomai-me e comei-me, esse é o meu corpo que é dado por vós [sagrada papoula]...
Feito!
Dispara contra a própria vida, em busca do banco do parque escuro. O velho banco das tardes ensolaradas, da música nos fones de ouvido, do primeiro baseado, das páginas do diário amarelado, das ilusões perdidas, de todos os porres, dos amores eternos-passageiros-enterrados, da inocência deixada de lado, de sexo desmedido, do primeiro pico. Hoje, o decadente banco de suas iniciais. Estremece, sente o corpo vibrar. Enfim, a cavalgada! A melhor de todas. Efêmera e eterna. Antes do último vôo, encontra forças pro epitáfio.
R.I.P
NO HOPE!!!
B.J.
NO HOPE!!!
B.J.
3 comentários:
Concordo!
Requiem for a dream!
rs... parabéns, tchuca!
Sensacional!
beijo
Lu
lindo!
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