Jú Mancin
Ouvindo Peeping Tom, a banda nova do Mike Patton
Um dia, eu tava muito brava, e saí da fábrica pra almoçar, sozinha, e determinada a não sorrir.
Encontrei duas ou três pessoas, conversei sem esboçar alegria. Não tava afim.
Sentei, decidida a comer sozinha, e me enfiar ainda mais no meu silêncioso buraco negro.
Peguei dois sushis joguei o shoyu e comecei a comer. Dois segundo depois, um anjo sentou ao meu lado, e puxou um papo sem pretensões. Cinco minutos depois eu tava rindo, e muito. O anjo era lindo. E aparentava ser muito sério. Ledo engano. Tinha um senso de humor incrível. Brigou comigo por que eu, praticamente, consumia todos os Lakas do restaurante da mãe dele. Me contou que também amava sushi com muito shoyu, que na sua longa jornada na terra do sol nascente havia descoberto coisas interessantes, me contou que japoneses tinham a maior dificuldade em pronunciar a letra "L", portanto, todas as palavras adaptadas do inglês pro japonês ficavam bem engraçadas pronunciadas por eles. Muito seriamente, me contou que BLACK lá era BUREQUE. E eu quase cuspi o sushi longe, de tanto rir.
Não. O fato não tem graça. A graça estava no que se passava em mim. Eu estava realmente decidida a não abrir, nem sequer esboçar um sorriso, e o anjo, com a naturalidade peculiar aos anjos, me fez sorrir e pensar que simplesmente NÃO VALIA A PENA! Saí do almoço mais leve (coisa rara, já que eu como muito). Meu dia foi melhor!
Hoje esse anjo partiu de vez. Pra ANJOLÂNDIA suponho eu. Deixando uma saudade imensa naqueles com quem conviveu. E pra mim, bom, a mensagem de que viver vale a pena. Principalmente se for entre amigos...
O mais tocante, é que esse carinho parecia ser recíproco. As palavras da mãe dele, hoje, pra mim e pra Karú foram: Ele sentia um carinho especial por vocês. Obrigada por estarem aqui!
Um comentário:
Nossa, Thuca!!
Que triste...eu lembro q vc me contou essa história...!! Não acredito!!!
Bjs, Carol
Postar um comentário