Lu Minami
Ouvindo: Flor da idade, Chico Buarque
Acho que estou abandonando aos poucos o País das Maravilhas, nas redondezas de Neverland, meu bairro preferido. Quero achar que isso vai ser pouco doloroso, que na verdade não será como retirar um band-aid, rápido e seco. Quero que seja aos poucos, um passo de cada vez, devagarinho, admirando a paisagem a qual vou me apegar para o resto de minha vida. Cada detalhe, cada casa, cada amigo, cada porre, cada história, cada amor errado. E caminhar devagar, me despedindo dos melhores momentos da minha vida.
Não deixar essa despedida agredir meu coração ou enferrujar minha memória, nem apodrecer meus sentidos, hoje tão treinados para serem felizes, custe o que custar. Essa agonia costumeira misturada com a felicidade desenfreada da juventude. Esse eterno carnaval, sem a quarta-feira de cinzas.
Acho que virei uma velhinha simpática com 25 anos. Não quero mais saber das novidades, a menos que seja para o bem do mundo. Ainda prefiro ver quadros nas galerias e músicas no vinil. Prefiro uma orquestra a uma rave. Jamais substituiria o livro de papel, com cheiro de antigo, por um livro digital.
Vou sair de Wonderland aos poucos, mas vou lembrar todos os dias de como era viver lá.
Um comentário:
Eu entre pra comentar, mas na verdade pra escrever, sem comentários!
Mas sem comentários com vontade de comentar muitas coisas.
Claro que não vou falar aqui. Só uma coisinha que eu aprendi com o tempo. NUNCA ABANDONE SEUS AMIGOS.
Neverland é muito mais que um Carnaval sem Quarta-feira de cinzas!
Beijos...
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