sábado, 21 de julho de 2012

.longe.

ju mancin


d °_° b joana francesa, nara leão


mata-me de rir
fala-me de amor


já é madrugada [acorda, acorda, acorda, acorda]


noite fria, coração quente
aos poucos a vida volta a brilhar


a velha fúria, aos poucos


de repente tudo faz sentido
aos poucos, o medo escorre entre os dedos [nada faz sentido]


coração quente [uma saudade ardente]
e o desejo de ser quem eu sou
quem me enfeitiçou?


já é madrugada. acorda, acorda, acorda, acorda.

terça-feira, 17 de julho de 2012

.post.scriptum.

ju mancin


d °_° b Insensatez, Toquinho e Vinicius

vai, meu coração, ouve a razão, usa só sinceridade
quem semeia vento, diz a razão, colhe sempre tempestade

com um pouco de esforço consigo dizer o que quero, dizer o que espero, o que desejo.
não é nada muito elaborado, nada que envolva juras de amor ou essas coisas que a gente diz no calor da cama e esquece no minuto seguinte. também não quero sangrar minha ira contra tudo o que me desalinha. não quero falar de um coração partido, nem de um adeus indigesto. não quero falar de sonhos, já que meus sonhos são pesadelos que se repetem em looping eterno. fantasmas e mais fantasmas me assombram.

queria falar de amenidades. sentar à soleira da porta, ver o sol se pôr e esperar a noite cair silenciosa, com uma lua sorridente no canto da cena. ouvir música na velha vitrola, cantar pros cachorros, sorrir pras crianças.

queria falar do futuro, mas o passado me prende. fazer planos, pensar na próxima viagem, nos próximos amigos, na próxima cerveja. queria sentir o corpo leve para abraçar a quem quero bem e agradecer aos anjos que se colocam em meu caminho e me defendem de mim mesma.


na verdade isso deveria ser uma carta, mais uma daquelas cartas que a gente escreve e não manda, que acaba enroscada numa página no meio de um caderno velho e que a gente relê todo dia e pensa, mando ou não? não. pra que dizer essas coisas? ninguém precisa saber.
daí a gente olha e olha e olha e pensa que poderia ser uma mensagem na garrafa, se o mar entregar, bem, assim quis o destino.

não, não é uma história de amor. digo, não dessas de mocinha e mocinho que se apaixonam e coisa e tal. é de amor, sim, mas de amor de verdade. [sei lá como é amor de mentira, acho que nunca amei alguém de mentira]. também é de amizade, mas aí tem que separar amor de amizade e porra, num dá pra ser amigo sem amar. é, vou falar de amor então. ah, enfim... era uma mensagem na garrafa, pra dizer coisas que eu deveria dizer numa carta que optei por não mandar, porque afinal, ninguém precisa saber. sentimentos são feitos para sentir.

e sinto. sinto muito, todos os dias me lembro de Drummond dizendo "tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo" e rio baixinho, pensando "é isso! esse velhinho me entende". sinto tudo, sinto amor, tristeza, saudade, calor, frio e dor. medo também. aliás, vou escrevendo e sentindo um medo enorme de que alguém leia e confunda tudo, confunda os destinatários e confunda a história toda, sabe, as pessoas distorcem tudo. e o que era belo, acaba se tornando vulgar. não que me importe, eu sou vulgar, não tenho modos, mas sei lá, gosto das coisas belas também.

mania boba essa que a gente tem de querer dizer tudo, né? ainda mais quando essas coisas que a gente quer dizer, não são feitas para dizer.

penso que com um pouco de esforço, eu conseguiria sim, dizer todas as coisas que quero dizer. e falar de amor e amizade, lealdade, carinho e pedir desculpas pelas bobagens furiosas ditas numa manhã fria de um sábado qualquer.

mas pra que dizer tudo?








PS - adoro você!

segunda-feira, 2 de julho de 2012

.hide.what.you.have.to.hide.

ju mancin


d °_° b policy of truth, depeche mode


hide what you have to hide
and tell what you have to tell


outra daquelas verdades feitas apenas para serem sentidas. uma verdade daquelas que te pega pelas pernas, te arremessa na lona, que te tira do eixo e te faz perder o sono pra sonhar acordada.

uma verdade mei vagabundona, que anda por aí arrastando as chinela, distribuindo galanteios e roubando sorrisos, feito as damas de um cabaré.

uma doce verdade travestida de maldade. jeitão dela...
inconveniente, às vezes... como aquelas coisas que pinicam a gente quando se enfiam na roupa.

verdade daquelas que a gente sente falta quando se mandam no vento.

verdade que deixa saudade...
[e que ateia fogo na palha, quando volta sem avisar]

mais uma verdade que não serve pra ser dita, que na verdade, a gente sabe que é mentira. mas né...quem nunca???

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