terça-feira, 16 de março de 2010

.penhasco.

ju mancin

d°_°b god help the girl, god help the girl

 

“e apenas ser mais um na sua cama, por uma noite apenas

e nada mais”

meus pés descalços passeantes à beira do abismo parecem não se importar com o risco que correm. displicentes como quase tudo aquilo que me encanta, não se importam com o risco a que me expoem. meus pés descalços ansiosos por um pouso suave, parecem não notar o caminho de cascalhos que se trilha sob nós e parecem saber onde vão, embora eu saiba que eles sequer imaginam os perigos a cada vez que se lançam irresponsavelmente para a boca do precipicio.

minhas noites de sono são insônias delirantes.

passo o dia, quase sempre, sonhando acordada com pequenas verdades quase não-palpáveis.

numa daquelas certas manhãs em que se acorda de sonhos intranquilos, de sobressalto, sem saber se foi sonho ou realidade. sem saber se meu desejo é crime. se meu medo é fato. banhada em sentimentos. inebriada. penso em borboletas vermelhas feito sangue. penso em tristes e negras borboletas pairando sobre nós, ditando as regras de uma loucura tão lúcida quanto a das ditaduras. e em lindas borboletas roxas, que nos unem num desenho imaginário como cola invisível e que num toque de mágica, voltam a avermelhar-se em tom de sangue.

PERIGO! ALTA TENSÃO!!!

quinta-feira, 4 de março de 2010

je t’aime… moi non plus

ju mancin

d°_°b intoxicated man, serge gainsbourg

é que às vezes, na falta do que falar eu falo.

e outras vezes, quando há muito a dizer, eu calo.

hoje me contento com a música que canta aqui dentro, ao redor, em toda parte…

é como se sol brilhasse de dentro pra fora.

no meu silêncio tem saudade. tem vontade. tem muito mais que mentira e um toque sincero de verdade.

é como se meu silêncio fosse o mais puro dos versos impronunciáveis de um poeta maldito.

meu coração duro de barro seco, se desmancha por um poeta. da vila, do porto, do cais…

quanto vale meu segredo?

tenho mil razões para partir. só uma me faz ficar…

as paredes da nossa casa transparente, pintadas de verso e prosa e cores, que não fossem transparentes, nos rederiam um belíssimo pôr-do-sol!

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