sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Conversa com as paredes

Lu Minami

Ouvindo: Lulu's Back to Town
(Thelonius Monk)


É um demônio, esse.

Um desejo qualquer, para comer de colher.

Gruda na pele, nao sente, nao fala, nao cala, nao olha, nao tenta.

Vive em mim. Corre de mim.

Se esconde em canteiros de jardins. Erva daninha.

Urtiga.

Coceira sem fim.

Medo de arder.

Medo de colher [florescer].

Um ratinho sujo e sacana que se esconde aqui nos meus cantos.

Rói, rói... sempre andando na ponta dos pés e roubando tudo que me alimenta.

O doce que vem.

O amargo que sobra.

Rezo todo dia para ter perna e amor o suficiente para a despedida sem aceno.

E um sorriso de adeus. 



terça-feira, 5 de janeiro de 2010

.silêncio!, por favor.

ju mancin

d °_° b palavra de mulher, chico buarque

o amor é um cão dos diabos.

uma vaca do inferno. é um rinoceronte

que cospe fogo.

uma cobra que voa

e vomita veneno, do alto de sua intolerância

essa coisa move montanhas. cala histerias.

provoca tumultos. o amor é um manjar dos deuses…

o amor.

essa sopa rala que mal dá pra nós dois,

quiçá pra nós três [ou quatro]

de amor não tem nem o cheiro.

isso eu chamo de bursite, pedra no rim,

pancreatite, gases e outros demônios.

as vezes penso que tem saia

demais nesse varal.

perna demais pra pouca cabrocha.

isso que vocês chamam de amor

eu chamo de ejaculação precoce

o amor é outra coisa.

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